É tudo arte

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Arte postal, arte popular, toy art. Design, grafite, instalação. Pintura, escultura, fotografia. Todas essas manifestações estiveram presentes no primeiro ano de funcionamento da Subsolo Galeria de Arte Contemporânea, inaugurada em novembro de 2009, em exposições de nove artistas e um coletivo artístico.

Agora, todas se misturam em uma mostra coletiva que celebra o resultado do trabalho desde a abertura do espaço e inaugura a programação de 2011. Mas não pense que Coletivo Subsolo 1 (confira o serviço completo da exposição) é apenas uma retrospectiva de obras já expostas. "Não necessariamente é uma reprise, pois traz algumas obras inéditas escolhidas pelos próprios artistas", conta a curadora do espaço Joice Gumiel.

O carioca Paulo Pereira, por exemplo, que anteriormente trouxe à galeria uma instalação, desta vez exibe pinturas. Alex Cabral, que junto com Dario de Souza e Helio Leites exibiu arte postal, vai mostrar um desenho. E assim por diante. "Os três são os representantes da arte postal no Paraná, mas vão exibir trabalhos em outras vertentes", conta Joice.

A mostra tem um subtítulo curioso: Subsolo Provoca Anthropus. "Este é, aliás, o lema, a filosofia da galeria, mostrar que a arte provoca o homem. A ideia é que as pessoas saiam daqui mais humanizadas, diferentes, e isso acontece de fato", diz a curadora. A intenção está explicitada em um adesivo colado à parede com os dizeres "Homem + Arte + Homem".

Diversidade

A diversidade das obras reunidas em um mesmo espaço reproduz o desejo da curadoria de trazer ao público uma concepção mais ampla de arte. "A arte não se resume ao conceito clássico das artes visuais, mas avança, por exemplo, no design. A arte popular surpreende, em alguns momentos, pela sua proximidade com o contemporâneo", diz Joice.

A mostra também é uma forma de celebrar os primeiros passos da galeria, que não foram fáceis, por se tratar de um projeto totalmente independente. "Foi um ano muito bom porque foi possível obedecer quase integralmente à postura da galeria que, além de ter essa concepção mais ampla de arte, dá ênfase aos paranaenses, ao mesmo tempo que busca trazer artistas de fora", conta.

Foi de um pernambucano, a­­­liás, a primeira exposição: o pintor Delima Medeiros (1935-2002), cujos herdeiros são proprietários do espaço. "Ele é o mentor da galeria", conta Joice, que se envolveu no projeto inicialmente para trabalhar no acervo do artista. A mostra deu lugar aos grafites do artista de rua curitibano Caio Augusto Bill. "Foi muito interessante a relação que ele teve com o espaço", diz Joice. Em seguida, uma nova guinada, desta vez, rumo à arte popular, com Hélio Leites e Efigênia Rolim, que utilizam sucata para criar obras que incluem, inclusive, declamação de versos e contação de histórias.

O design gráfico adentrou a programação com a proposta do coletivo Relacionados de recriar dez jogos históricos da Copa do Mundo em painéis, ilustrações e esculturas. Daniel Pellegrim, artista residente em Brasília, exibiu uma obra relacionada à toy art. As diferentes linguagens marcaram as demais mostras do calendário, que se encerrou com as fotografias do jovem RV Dita. "Queremos revelar novos artistas. Acho que esta é a ideia de toda a galeria", diz Joice. Ela conta que frequentemente recebe visitas de artistas talentosos, mas com trabalhos ainda desconhecidos. Possíveis nomes para a programação de 2011.

Serviço:

Coletivo Subsolo 1: Subsolo Provoca Anthropus (confira o serviço completo da exposição), na Subsolo Galeria de Arte Contemporânea (Av. Iguaçu, 2.481 – Água Verde), (41) 3019-8701. Abertura, hoje às 20 horas. De terça a sexta-feira, das 14 às 20 horas, e sábado, das 11 às 18 horas. Até 14 de abril.