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O selo Fontanar, do grupo editorial Objetiva, decidiu nesta sexta-feira (1º) suspender a comercialização e a distribuição do livro "Corações Descontrolados", da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva.

A medida foi tomada depois de reportagem publicada nesta sexta na Folha de S.Paulo em que dois psiquiatras acusam a autora de plágio. O advogado de Ana Beatriz alega "coincidência" em ambos os casos.

Em nota, a editora Objetiva afirma que a suspensão da venda e da distribuição do livro vigorará "até que as questões levantadas sejam integralmente e definitivamente esclarecidas". Ana Beatriz é autora de livros de autoajuda psiquiátrica que são campeões de vendas -segundo estimativas do mercado editorial, foram vendidos 50 mil exemplares de "Corações Descontrolados". A médica psiquiatra Ana Carolina Barcelos Cavalcante Vieira, que trabalhou na clínica Medicina do Comportamento, de Ana Beatriz, alega que o livro sob suspeita tem trechos de textos seus.

Ela diz que entrará na Justiça contra Ana Beatriz e a Objetiva com ação de indenização por danos morais e materiais na próxima semana.

Ana Beatriz é alvo de outra acusação de plágio. No ano passado, a Justiça de São Paulo decidiu liminarmente suspender a comercialização de "Mentes Ansiosas" -a ação foi movida pelo médico Tito Paes de Barros Neto, autor de "Sem Medo de Ter Medo" (Casa do Psicólogo, 2000). Estima-se que esse livro, também do selo Fontanar, teve 200 mil exemplares vendidos. O mérito desse segundo caso ainda não foi julgado.

Outro lado

Procurada, a psiquiatra não foi localizada nem em sua clínica nem por intermédio da assessoria de imprensa, que não respondeu aos recados deixados até as 14h de hoje.

O advogado Sydney Limeira Sanches, que representa Ana Beatriz, diz que a decisão da Objetiva não tem fundamento. "Hoje está sendo comercializada uma versão que não tem referência com o que está sendo reivindicado pela dra. Ana Carolina."

Em novembro passado, "Corações Descontrolados" sofreu alterações nos trechos em que foi detectado plágio. Já a editora Objetiva nega que tivesse conhecimento prévio do suposto plágio e diz ter iniciado "uma avaliação interna da eficácia dos nossos processos de análise de originais recebidos".

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