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A partir de hoje, até o dia 18 de setembro, o Balé Teatro Guaíra apresenta dois novos espetáculos: Caixa de Cores, do coreógrafo paulista Luiz Fernando Bongiovanni, e Werschwinded Kleine Welt, do alemão Felix Landerer.

Os coreógrafos trabalharam com o grupo durante cerca de cinco semanas, período que incluiu ensaios abertos em estúdio e no palco do Guairão. É a primeira vez que Landerer coreografa um balé fora da Alemanha e a primeira experiência de Bongiovanni em Curitiba. "A companhia de dança do Guaíra é incrível. Eles são muito interessados e ávidos por conhecimento. Foi uma grande experiência", elogia o brasileiro.

Caixa de Cores é uma coreografia conceitual que aborda a teoria do físico Isaac Newton, que divide a luz em sete cores reconhecidas pelo olho humano, além do branco – a união de todas essas radiações – e o negro, que seria a ausência de luz. Bongiovanni se inspirou na disposição delas e na reação psicológica que elas provocam no ser humano. "Os simbolismos desses tons são socialmente muito fortes, mas não sei se são universais ou criados pelo homem. Penso no que cada um poderia ser e brinco com as possibilidades", explica.

Enquanto o vermelho se expressa de uma forma mais vibrante e impetuosa, o violeta é mais depressivo e solitário, geralmente associado à idéia da morte. "O interessante é que durante o espetáculo, algumas delas se humanizam para o público. Cada indivíduo possui o seu próprio filtro pessoal", acredita.

Para realizar o espetáculo, o coreógrafo desenvolveu novas linguagens e abordagens de movimentos. Antes de começar os ensaios, ministrou um workshop de improvisação com os integrantes do grupo. A intenção era praticar a tradução da resposta psicológica de cada uma das cores em movimentos corporais.

Para escolher a trilha do balé, Bongiovanni escutou mais de 300 músicas. Finalmente, escolheu os concertos de Vivaldi para acompanhar as coreografias. Ele encontrou na música clássica todos os espectros necessários. Já a transição entre elas é feita com composições de música eletrônica.

Por outro lado, Werschwinded Kleine Welt, que significa Pequeno Mundo em português, trata de um assunto mais denso e indagador. A coreografia se baseia em uma pesquisa que analisa os sentimentos de pessoas que sofrem com a perda de memória, causada pela velhice, pelas doenças degenerativas ou por acidentes.

Felix Landerer, bailarino do Teatro de Hannover, achou importante desenvolver o tema, por acreditar que a perda de memória é um processo que causa sofrimento e isolamento para a vítima e as pessoas que a cercam. O cenário e o figurino neutros provocam no público inquietação, para levar a um questionamento sobre essa situação dramática. A trilha sonora é uma colagem de vários compositores de diferentes gerações.

De acordo com Bongiovanni, as duas coreografias estão calcadas no ser humano. "Enquanto o meu trabalho fala sobre a percepção e dos sentidos, Pequeno Mundo lida com a questão da perda de memória e trabalha com personagens", explica.

Quem estiver em Curitiba durante o final de semana pode conferir os ensaios abertos dos espetáculos, levando apenas um quilo de alimento não-perecível. As apresentações abertas ao público voltam a acontecer no dia 16. Dos dias 13 a 15, as apresentações serão reservadas às escolas e os convites serão dirigidos.

Serviço: Balé Teatro Guaíra. Caixa de Cores e Pequeno Mundo. Guairão (Pça. Santos Andrade, s/n.º), (41) 3315-0979. Hoje, às 20h30, e amanhã, às 18 horas. Ingresso: um quilo de alimento não-perecível. Dias 16 e 17, às 20h30, e dia 18, às 18 horas. Ingressos a R$ 6.

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