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Os músicos D.H. Peligro (bateria), Skip (vocal), Klaus Flouride (baixo) e East Bay Ray (guitarra), recente formação do Dead Kennedys: festa punk no Music Hall | Divulgação
Os músicos D.H. Peligro (bateria), Skip (vocal), Klaus Flouride (baixo) e East Bay Ray (guitarra), recente formação do Dead Kennedys: festa punk no Music Hall| Foto: Divulgação

Show

Dead Kennedys – California Über Alles Tour

Abertura com a banda Fang (EUA). Music Hall (R. Eng. Rebouças, 1.645), (41) 3026-5050. Hoje, às 20 horas. Ingressos a R$ 130 (camarote) e R$ 90 (pista), à venda nas lojas Let’s Rock, Túnel do Rock e Dr. Rock e pelo site www.ticketbrasil.com.br. Valores referentes à meia-entrada, válida para estudantes e doadores de um quilo de alimento não perecível. Preços sujeitos a alterações sem aviso prévio. Classificação indicativa: 18 anos.

Há 25 anos sem lançar discos de estúdio, a banda californiana Dead Kennedys permanece hoje tão popular quanto era em seus primórdios, mesmo que sem o seu líder, o frontman Jello Biafra, hoje em carreira solo. Isso se deve, em parte, pela autenticidade musical do grupo que, fundado em 1978, fundiu o então emergente punk rock e outras vertentes, como a surf music em particular. "Tem um monte de bandas querendo ser como os Ramones ou querendo ser como os Sex Pistols, mas não conheço muitas bandas tentando ser como a gente", brinca o baixista Klaus Flouride, em uma entrevista exclusiva por telefone à Gazeta do Povo. Flouride, que chega com o resto de sua banda a Curitiba nesta quinta-feira para uma apresentação às 20 horas, no Music Hall, diz que a estagnação musical da banda se deve, principalmente, à distância. "Na década de 80, todos nós morávamos na mesma cidade, agora, o vocalista [Ron Greer, conhecido pelo apelido de Skip] mora em Nova York. As turnês ficaram menores e mais espaçadas, até porque não somos mais jovens e eu não gostaria de fazer um show que eu não pagaria para ver", explica o baixista de 63 anos, dizendo que o repertório para a apresentação em Curitiba será mantido em segredo. A última vez em que estiveram aqui foi em 2001 (veja o serviço completo do show no Guia Gazeta do Povo).

A musicalidade da banda, marcada principalmente por canções como "Holiday in Cambodia", "California Über Alles", "Police Truck" e "Too Drunk to Fuck", aliada à presença agressiva da banda no palco, a colocou como precursora do hardcore, um estilo de punk rock mais pesado, rápido e sério, com forte teor de comentários sociais. Mas nada disso foi pensado. "Naquela época, muitos sons eram classificados como punk rock, mas, se você pegar os Ramones e os Buzzcocks, por exemplo, você vai ver que eles só queriam tocar música pop de um jeito mais rápido. A gente sempre teve influências musicais muito diferentes, como jazz e rock-and-roll, mas nosso primeiro álbum de hardcore mesmo foi o [EP] In God We Trust, Inc [de 1981]", lembra.

Formação

A constante mudança de vocalistas, por outro lado, tem sido um peso para a banda. "Desde 2001, quando voltamos a tocar, trocamos de vocalista três vezes", conta Flouride. A esperança dos fãs em ver o baixista, o guitarrista East Bay Ray e o baterista D.H. Peligro tocando novamente com Jello Biafra (hoje líder da Guantanamo School of Medicine, que se apresentou na cidade no ano passado) é pouca, mas há uma razão para ser persistente. "Nós não andamos mais juntos, mas sabemos que ele toca umas cinco músicas do Dead Kennedys que nós também tocamos, e fizemos um convite para ele tocar com a gente em homenagem aos fãs, mas ainda estamos esperando a resposta. Não podemos forçá-lo a nada." Biafra deixou o grupo em 1986 sob fortes divergências e, desde então, não se relacionou mais com os integrantes da banda.

Biafra era o grande responsável por outra grande característica do Dead Kenndys: a conotação política das letras. Uma associação que Flouride nunca quis para si e para o grupo. "Somos mais uma banda de comentário social com algumas letras políticas, que não são maioria. Mas esse rótulo se fixou na gente. Acho errada a ideia de ter sua fonte de informação política vinda da boca de um vocalista de uma banda de rock", comenta, mas depois acrescenta, rindo: "Nós nunca queremos dizer às pessoas o que pensar, exceto em ‘Nazi Punks Fuck Off’", referindo-se à canção que se tornou um hino contra o fascismo entre os punks e uma das mais pedidas pelos fãs. Para quem conhece, o show em Curitiba não será diferente do que pede Wander Wildner e Os Replicantes na canção "Festa Punk": "Quero uma festa com os Kennedys/ Eles é que sabem o que é hardcore".

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