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Elvis sonhava ser ator dramático

É difícil acreditar, mas Elvis Presley sonhava, acima de tudo, ser respeitado como ator dramático. Esse desejo o rei do rock-and-roll não conseguiu satisfazer. Ainda assim, seus anos em Hollywood renderam um conjunto de filmes que, longe de serem obras-primas do cinema, são muito divertidos e importantes para a compreensão de sua persona artística.

A carreira de "ator" de Elvis acontece, obviamente, como conseqüência direta de sua imensa popularidade como cantor. Tanto que o contrato de sete anos que assinou com o produtor Hall Wallis previa que quase todos os títulos fossem musicais ou comédias românticas nas quais, em algum momento, o ídolo soltasse seu vozeirão.

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Mitos ou verdades?

Antes e depois de sua morte, a figura de Elvis Presley gerou todo tipo especulação, das mais possíveis, porém não-compravadas, às mais absurdas.

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Há quem acredite que ele esteja vivo e morando em Buenos Aires. Ou quem aceite que ele morreu devido a um trágico e violento ataque cardíaco no auge de seus 42 anos. Não falta ainda quem admita, com pesar, que a alimentação desregrada e o abuso de drogas prescritas tenham sido as reais causas dos misteriosos acontecimentos que teriam se desenrolado na mansão Graceland, em Memphis, EUA, na madrugada de 16 de agosto de 1977. O corpo do maior ícone da história do rock-and-roll foi descoberto nas condições mais humilhantes possíveis: caído no banheiro de sua suíte, com as calças arriadas e o rosto mergulhado em uma poça de vômito. Assim Elvis Presley deixou este mundo.

Até hoje, poucas evidências esclareceram as hipóteses descritas acima de maneira definitiva e inúmeras especulações continuam vindo à tona, mesmo com o passar de três décadas. Fato é que nem as causas, nem as circunstâncias da morte de Elvis Presley se sobressaem ao que ele deixou de mais valioso: seu legado musical.

Independentemente da fase – a rebeldia dos anos 50, o bom mocismo dos 60 ou o romantismo canastrão (no bom sentido da expressão!) dos anos 70 –, a obra de Presley permanece nos dias de hoje como referência musical e comportamental, fato comprovado pelas milhões de homenagens e tributos organizados em todo o mundo na data de hoje, em que são completados 30 anos da morte do eterno Rei do Rock.

"O mundo gira, o tempo passa e ele continua sendo o ponto de partida. Elvis foi um precurssor do rock-and-roll mundial e, se estivesse vivo, continuaria sendo seu maior ícone, graças ao carisma que possuía e à capacidade de transmitir sentimentos através de suas músicas", elogia o professor de Educação Física Cássio Ricci, dono das relíquias que compõem a exposição 30 Anos sem Elvis, em cartaz na Livrarias Curitiba do Shopping Estação, até o dia 28 deste mês.

Ao longo de 28 anos, Ricci vem reunindo todo o tipo de material que diz respeito ao Rei do Rock, coleção iniciada com um compacto que ganhou dos pais aos 11 anos de idade. "O topete, as roupas, a música, tudo chamou muito a minha atenção. Naquela época ninguém como ele aparecia na televisão", lembra.

Antes com o auxílio de cartas escritas à mão (e muita paciência para esperar as respostas) e há alguns anos com o auxílio da internet, Ricci acumulou um verdadeiro tesouro, formado por cerca de 1,5 mil CDs e 600 LPs de Elvis, muitos deles ainda lacrados nas embalagens, nunca ouvidos. Sem falar em objetos preciosos, como uma jaqueta usada pela equipe de apoio do cantor na turnê de 1977. "Foi tudo comprado com muito sacrifício, espero que meus filhos continuem a gostar de Elvis quando adultos, para que esse patrimônio não se desfaça", revela Cássio, citando os dois filhos, de nove e cinco anos de idade.

Outro fã que vem homenageando o aniversário de morte de Elvis Presley desde o início do ano, é o cantor Zé Rodrigo, vocalista e criador da banda Soulution Orchestra. Em janeiro, sua banda, que já havia homenageado a obra de Frank Sinatra, deu início às apresentações de um show-tributo, homônimo à exposição da coleção de Cássio Ricci. Inicialmente prevendo apenas quatro ou cinco apresentações em janeiro, o show 30 Anos sem Elvis, teve de prolongar sua temporada até o mês de março, no bar Crossroads, tamanha a recepção do público.

"Era um projeto que eu já tinha em mente quando a morte de Elvis completou 25 anos. Mas era algo que queríamos fazer de maneira bem cuidadosa. Primeiro porque o projeto em si é cara-de-pau, ou seja, intepretar as canções do maior artista do mundo. Segundo, porque não queríamos remeter àquela imagem de decadência que acompanha os últimos anos de vida de Elvis e que acaba sendo uma humilhação, ao invés de uma homenagem", explica o vocalista.

Para celebrar a data especial, a Soulution Orchestra repete hoje, às 22 horas, no Inside Music Bar (mais informações no roteiro de música) o show elaborado em homenagem ao Rei, que, como Zé Rodrigo faz questão de ressaltar, não se trata de uma imitação, e sim de um tributo. "Quando eu era criança, imitava o Elvis na casa da minha vó, cantando 'It's Now or Never', segurando uma vassoura e apoiando o pé no sofá. Mas no show, procuro cantar do meu jeito e me afastar o máximo dos trejeitos de Elvis", adianta.

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