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Ao chegar a seu segundo longa-metragem, Curitiba Zero Grau, o diretor paranaense Elói Pires Ferreira reafirma sua vocação para fazer filmes humanistas, centrados em personagens em busca de seu lugar no mundo. Em seu filme anterior, O Sal da Terra, ele retratou o cotidiano de um padre da Pastoral Rodoviária, que cruza as estradas do país em um trabalho de catequese e evangelização itinerante. Em seu novo trabalho, ele busca revelar as várias facetas de uma Curitiba ao mesmo tempo próspera e miserável, cosmopolita e suburbana.

Os personagens que conduzem a narrativa polifônica do filme representam essa pluralidade de pontos de vista, encarnando Curitiba nos seus muitos ângulos e problemáticas.

Em entrevista à reportagem da Gazeta do Povo, Ferreira disse que essa busca por um cinema interessado nas pessoas, em suas histórias, que fuja a estereótipos e ao maniqueísmo, encontra suas raízes no longo convívio que o cineasta teve com representantes mais progressistas da Igreja Católica. Desde sua infância até os tempos da faculdade de Jornalismo, cursada nos anos 80 na PUCPR, então Universidade Católica.

Curitiba Zero Grau foi realizado com o prêmio de incentivo à produção audiovisual, concedido pela Secretaria de Estado da Cultura, equivalente a R$ 1 milhão – o custo final do longa é estimado em R$ 1,3 milhão. Depois de ter sido exibido no Festival do Rio e no de Havana (Cuba), entre outros, o filme finalmente chega aos cinemas. "Conseguimos um circuito de oito salas e estamos trabalhando duro para atrair um bom público na primeira semana. Assim teremos uma carreira mais longa, ajudada pelo boca a boca", diz Ferreira.

Embora fuja do rótulo cinema regional, e busque contar histórias universais, o diretor reconhece que procura, através de seu trabalho, valorizar os talentos do Paraná. "Temos tantos bons profissionais aqui, que acho desperdício recorrer a gente de fora. Dispomos de ótimos técnicos e de atores de primeira linha, que são referência nacional. Quero trabalhar com esses profissionais."

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