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Maringá – O Festival de Cinema de Maringá passou de 13 filmes na estréia, em 2004, para 55 obras na segunda edição que começou anteontem e vai até o dia 30 de julho, no Centro de Convenções Aspen. O crescimento do evento depende exclusivamente do maior problema que enfrenta a produção cinematográfica em todo o Brasil. "A principal dificuldade que tenho é a falta de patrocínio cultural", lamenta o organizador e cineasta Pery de Canti, 41 anos. "E esta dificuldade aumenta ainda mais no interior do país".

O 2.º Festival de Cinema de Maringá custou R$ 127 mil, sendo que 75% deste valor foi custeado por duas empresas (Viapar e Supermercados Cidade Canção) que bancaram o evento dentro da lei federal Rouanet.

O reforço financeiro possibilitou um bom incremento no eventol. Além do aumento no número de filmes exibidos, também há atividades extras e gratuitas como oficinas de maquiagem, efeitos especiais, roteiro e animação e o Seminário de Cinema e Comunicação. Todas as exibições são gratuitas para o público, que ainda vota em oito categorias técnicas para eleger os melhores do festival: montagem, fotografia, som direto, ator, atriz, música, figurino e cenografia. Cada vencedor das categorias técnicas receberá o troféu Cunha de Aço e os melhores longa, média e curta-metragem receberão a Menção Honrosa Zelito Viana.

O cineasta cearense é um dos homenageados no festival, ao lado da atriz Zezé Mota. Ambos já estão em Maringá. "É importante levar o cinema para o interior e formar público", opina Viana, que está com 67 anos. Ele aponta como diferença da década de 60 – quando trabalhou com Glauber Rocha – para hoje é que o fim da Embrafilme no governo Collor fez com que o cinema fosse dominado por publicitários. Com isso, o custo aumentou muito porque um publicitário gasta muito para fazer um comercial em um dia e um filme é feito em vários meses. "Mudou a cultura de fazer cinema", conceitua.

Além das 18 produções concorrentes, também há uma mostra paralela de filmes e documentários. Outra novidade é que alguns filmes serão exibidos em cidades da região como Paranavaí, Mandaguari, Apucarana e Campo Mourão. Como é o caso do longa A Oitava Cor do Arco-íris, de Amauri Tangará, 53 anos, que será exibido em Paranavaí, cidade natal do diretor, que se mudou com a família para Mato Grosso devido uma migração agrícola no início da década de 70. "Meu filme é uma fábula de um menino pobre que quer ajudar a avó doente e decide vender uma cabrita. Ele sai por Cuiabá com o animal e, com isso, o filme traça uma radiografia da cidade", comenta Tangará que não estará presente por estar preparando uma viagem para Portugal, dentro de um intercâmbio de cinema e teatro.

Entre patrocinadores e apoiadores do evento estão 47 empresas e instituições. "A luta continuará para a captação de recursos maiores para a participação de um número maior de cineastas", anuncia Pery, sobre os planos para a terceira edição. O cineasta aponta que Maringá ganha uma importante representatividade no cenário cultural do Paraná com o festival e que já está acostumado com as barreiras. Pery de Canti saiu do Rio de Janeiro e chegou à Cidade Canção em 2001 para trabalhar com cinema. Seu filme Terra Prometida teve as filmagens encerradas em 2003 e, desde então, enfrenta problemas para a finalização. O processo final deve começar até o final deste ano.

O resultado do 2.º Festival de Cinema de Maringá será divulgado na noite de encerramento, no dia 30, sábado. Maiores informações: www.festcinemaringa.com.br ou (44) 3269-1532.

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