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Sérgio Britto investe em carreira solo para gravar o que não cabe no repertório dos Titãs | Marcelo Tinoco/ Divulgação
Sérgio Britto investe em carreira solo para gravar o que não cabe no repertório dos Titãs| Foto: Marcelo Tinoco/ Divulgação

Os integrantes dos Titãs atravessaram mais de uma década convivendo com as suas diferenças e, ao mesmo tempo, fazendo história. Cabeça Dinossauro, de 1986, é apontado pela crítica como um dos álbuns mais relevantes da música brasileira recente. Do se­­pteto, apenas quatro seguem na banda, e todos sempre fizeram questão de desenvolver as suas individualidades.

Trilha para relaxar

A SP 55 é o nome de uma rodovia que dá acesso a algumas praias de São Paulo, e também o título do terceiro álbum solo de Sérgio Britto, de 51 anos, ainda integrante dos Titãs. As 18 canções funcionam co­­mo trilha sonora para quem circula pela estrada: as músicas são um convite para o ouvinte desacelerar, por exemplo, do ritmo frenético da vida das metrópoles.

"As canções têm pouca roupa", diz Britto, metaforicamente, referindo-se aos arranjos en­­xutos. As composições foram fei­­tas no piano ou no violão, instrumentos que o artista toca com de­­senvoltura.

Britto concedeu entrevista à Gazeta do Povo por telefone, de seu apartamento, em São Paulo, e contou que pretende divulgar esse repertório a partir de abril de 2011. "Como a proposta de SP 55 é intimista, devo me apresentar em teatros e locais menores, comparados aos amplos espaços nos quais entro em cena com os Titãs", comenta.

SP 55 já começa a se revelar pela capa, que traz uma foto de José, o filho de Britto, no litoral paulista. No encarte, há dezenas de fotografias do arquivo pessoal do músico. As letras das canções, em sua maioria assumidamente confessionais, dizem respeito à vida em família. Na segunda faixa, "Sérgio e Raquel", além de ex­­por o nome da esposa no título, há uma metáfora, na qual o compositor canta que o amor do casal é como um samba antigo, "sempre atual". O filho ganha homenagem direta na canção "Ah, Muleke!".

Além das faixas autorais, ele fez uma releitura de "Iracema", de Adoniran Barbosa; de "Eres", da banda mexicana Café Tacvba (com v mesmo, no lugar do u); e de "Ella Usó Mi Cabeza como un Revolver", dos argentinos do Soda Stereo.

O único dos Titãs nascido no Rio de Janeiro, Britto foi alfabetizado em espanhol. Dos 5 aos 14 anos, viveu no Chile, uma vez que o seu pai, Almino Afonso, se exilou com a família na época da ditadura militar. "Faz muito sentido, para mim, ter canções em espanhol, que é a minha segunda língua", afirma.

Apesar de muitos sinais apontarem para o fim do CD físico, Britto fez questão de lançar no formato. "Até porque o meu público, formado princi­­palmente por quem tem mais de 30 anos, gosta de ter o disco, para conferir o encarte, por exemplo."

Conhecido por ser a voz de canções que tocaram em rá­­dios, como "Go Back" e "Epitáfio", Britto analisa que as canções de SP 55, a exemplo das músicas de seus álbuns anterior, A Minha Cara (2000) e Eu Sou 300 (2006), não fariam sentido no repertório dos Ti­­tãs. "Tenho uma faceta de com­­positor bem definida e, daqui para frente, a tendência é que eu venha a gravar álbuns autorais com cada vez mais frequência", finaliza.

Serviço: SP 55, de Sérgio Britto. Universal. Preço médio: R$ 24,90. GGG

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