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Com apostas claras para satisfazer o público alvo e uso inteligente do espaço, o festival Estação Pedreira reabriu com sucesso a Pedreira Paulo Leminski para sua principal vocação: grandes shows de pop-rock. A organização apostou em artistas "barbadas" – nomes que entre o rock, o hip-hop e o reggae têm carreira de sucesso comprovado em Curitiba. Em relação à estrutura, todo o complexo foi usado no evento que durou cerca de dez horas: o palco principal para os headliners; à direita dele, no alto, uma pista de música eletrônica, onde ficavam os antigos camarotes; o pouco usado e belo teatro da Ópera de Arame, um espaço para shows menores e músicos locais recebendo convidados; e até um palco menor para bandas cover. Salvo pequenos problemas, a Pedreira passou no primeiro teste (o show de Roberto Carlos, com outro perfil, não foi parâmetro) como um local apropriado para festivais de música de médio porte. A Gazeta do Povo marcou presença e comenta alguns destaques do evento:

Primeira vez

Quem andou de um palco a outro, ficou com a impressão de que a maioria dos presentes entrava no local – fechado durante mais de cinco anos – pela primeira vez. O público era predominantemente muito jovem e toda a estética do evento e a maior parte das atrações foi escolhida em função disso. Muitas selfies e alguns excessos de energia também entram nesta conta.

Karol brilha

Entre os grandes momentos da noite, as duas participações de Karol Conka no festival. Primeiro na Ópera de Arame, como convidada do Real Coletivo Dub, mostrou que faz frente aos nomes consagrados ao atrair um bom público, junto com o rapper Rael da Rima. No palco principal, mais tarde, foi recebida por Criolo com honras de estrela. Ela merece.

O Rappa comanda

Uma banda amada por Curitiba. A mistura de rap, reggae e rock do Rappa, com letras que falam das dificuldades de viver em um mundo injusto, fazem sentido para a maior parte do socialmente eclético público jovem da capital. Não por acaso, O Rappa toca seguidas vezes em Curitiba e no litoral e sua escalação em festivais é uma garantia de sucesso.

Festival

O formato de festival com vários palcos funcionou. Em especial o uso do palco da Ópera de Arame para apre­­­sentações vigorosas do Daza­­ranha e de Nasi (Ira!) com a Relespública. O som do palco, porém, deixou a desejar e houve certa dificuldade para entrar e sair do espaço nos shows mais concorridos. No geral, houve algumas reclamações sobre falta de produtos nas praças de alimentação.

Amor em CWB

Um dos shows mais aguardados da noite foi o do rapper Criolo. O cantor agradou à sua legião de fãs misturando a pegada do rap com uma sensibilidade incomum no gênero e uma ótima banda. Quando tenta se comunicar com a plateia, porém, o paulistano lembra alguns claudicantes políticos brasileiros: bom em discursos ensaiados, nem tanto quando improvisa.

Noite curitibana

O projeto Noites Cariocas foi uma big band montada para o festival com a cozinha da banda Regra 4 e participações de nomes como Fernanda Abreu e Mario Broder (Farofa Carioca) cantando standards do pop eda MPB. Apesar do samba-funk cheio de groove da Regra 4, o show foi o que menos animou um público pouco familiarizado com o repertório.

Fotos: Henry Milléo/Gazeta do Povo

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