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O violeiro paulista Fernando Deghi é descendente de espanhóis de Córdoba e Granada. Sua bisavó, Benita Munhoz, era dançarina e tocadora de castanholas. Luiz Torres, irmão de seu bisavô, tocava guitarra flamenca. Quando subir ao palco do Teatro do Sesc da Esquina, hoje, às 19 horas, Deghi irá homenagear a sua ascendência ibérica por meio da faixa "Ojas al Viento". O instrumentista explica que a música deverá remeter-se a apenas um dos diversos territórios a serem percorridos pela sua apresentação.

"Essa faixa traz bem essa característica da música espanhola. Depois, em uma outra viola com uma afinação diferente, toco uma música que tem a sonoridade da guitarra portuguesa, mas que lembra um pouco a viola", explica Deghi. O repertório conta, ainda, com um arranjo para uma canção de Chitãozinho e Chororó, um choro de própria autoria do próprio Deghi e uma composição do violeiro Zeca Colares, que deverá fazer uma participação especial na apresentação.

"A viola vem sendo identificada como um instrumento de música de raiz e acompanhamento de cantores populares. Agora, está num patamar diferente, dentro de uma musicalidade mais aguçada e elaborada no campo instumentral", afirma o músico, que aprendeu a tocar viola e violão depois que sua família mudou-se para Maringá, observando os bailes organizados em terreiros de café.

Com formação erudita, o músico dedica-se ao instrumento desde 1989, desenvolvendo a técnica por meio de um repertório diversificado. Publicou os livros o Violeiro Andante e lançou o disco Violeiro Andante – A Viola Brasileira e Suas Possibilidades, em 2001.

Na mesma apresentação, Ulisses Rocha irá apresentar um repertório voltado ao violão. Professor da Faculdade de Música da Unicanp, ele é conhecido por suas participações em festivais internacionais de música instrumental, como o Free Jazz Festival, Phillips Inovation Show e Festival de Inverno de Campos do Jordão. Também atuou como concertista e professor do International Association for Jazz Education. Ano passado, tocou em Connecticut e Nashville, dois reconhecidos centros de estudos de violão nos Estados Unidos. Na apresentação de hoje, Rocha deverá destacar algumas peças voltadas às suas pesquisas com o violão.

Grupo Fato

Às 20h30, no Teatro da Reitoria, o Grupo Fato volta a apresentar o repertório do disco Musicaparageada, lançado no ano passado. A formação composta por Ulisses Galetto, Priscila Graciano, Grace Torres, Zé Loureiro Neto, Alexandre Nero e Gilson Fukushima explora uma variedade de influências e instrumentos. Um exemplo é o batedor de tamancos, característico do fandango paranaense. Também são usados elementos e efeitos eletrônicos em determinadas passagens.

O disco vem sendo recebido como um trabalho conceitual pela crítica nacional e internacional. Rádios nos Estados Unidos chegaram a dedicar programas inteiros ao grupo.

Até julho, o Fato deverá apresentar o trabalho em shows no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. "A última vez que nos apresentamos na Oficina foi em 1998, há quase dez anos, e, por isso, é um orgulho poder voltar a contribuir para essa festa, que consideramos um dos eventos mais importantes do gênero no país", comenta Ulisses Galeto.

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