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O concerto de Paulo Urban, Marília Giller e Zélia Brandão é conduzido pela história interpretada por Anderson Antoniacomi | Walter Alves/Gazeta do Povo
O concerto de Paulo Urban, Marília Giller e Zélia Brandão é conduzido pela história interpretada por Anderson Antoniacomi| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

Serviço

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Um musicólogo fascinado por sua pesquisa viaja em descobertas enquanto é obrigado a percorrer um mundo de formulários, carimbos e burocratas que não estão nem aí para o que ele está falando. A sinopse do concerto cênico www.istoébom.com.br, que estreia na próxima sexta-feira no Pequeno Auditório do Teatro Positivo , poderia se aplicar ao sentimento de muitos artistas que penam ao lidar com os trâmites dos editais de incentivo à cultura – realidade bastante conhecida em todo o país. Não há coincidência: o mote foi inspirado pelas experiências dos próprios músicos do concerto – Zélia Brandão (flauta e pícolo), Marília Giller (piano), Paulo Urban (flauta) – que contam a história do choro a partir dos devaneios musicais de um pesquisador (interpretado por Anderson Antoniacomi).

"É uma brincadeira sobre as dificuldades que a gente enfrenta e a distância dos mundos burocrático e artístico que somos obrigados a cruzar", diz Zélia. Ela idealizou o concerto a partir de um trabalho de pesquisa didática que recolhia material para um curso de música popular brasileira para flauta. O próprio nome da peça é uma referência às ferramentas on-line a que músicos são obrigados a recorrer mesmo quando não têm familiaridade com o ambiente da web. "Não se pode mais apenas ficar envolvido no plano artístico, no preciosismo de uma pesquisa, no estudo do instrumento. Tem que enfrentar documentação, orçamento. Para a gente é meio custoso, mas é meio engraçado também", diz Zélia.

O enredo é o fio condutor do repertório que passa pelas raízes do choro em polcas, maxixes, valsas, tangos brasileiros, modinhas e outras danças de sua árvore genealógica. Entre os compositores selecionados, surgem nomes como Chiquinha Gonzaga (1847-1935) Joaquim Antonio Callado (1848-1880), Henrique Alves de Mesquita (1830-1906), Ernesto Nazareth (1863-1934), Zequinha de Abreu (1880-1935) e Donga (1890-1974), além de Xisto Bahia (1841-1894), autor do lundu "Isto É Bom", que dá nome à peça. "São as raízes da música brasileira que começaram a acontecer ali naquela época, no Rio de Janeiro", explica Zélia.

Todas os episódios vividos pelo personagem trazem informações que complementam as 15 músicas tocadas na apresentação do trio, que acumulou um repertório de mais de 100 músicas ligadas à pesquisa. "Eu tinha vontade de colocar a música dentro de um contexto que pudesse transmitir mais coisas que a linguagem abstrata da música", diz Zélia, sobre o formato cênico do concerto, o qual utiliza pela sétima vez. "O repertório é bonito por si só, tem apelo. Mas fica mais valorizado se colocado dentro do contexto histórico", diz a musicista, para quem o choro conserva sua característica livre, que marcou a sua origem, e continua um gênero "vivo e em evolução". "Ainda há choro por toda a parte", diz.

Serviço:

www.istoébom.com.br. Teatro Positivo – Pequeno Auditório (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300), (41) 3317-3283. Dias 24 e 25 de fevereiro e 2 e 3 de março, às 20h30, e 26 de fevereiro e 4 de março, às 19h. R$10 e R$5 (meia-entrada). No dia 2 de março, o concerto será apresentado na biblioteca da Universidade Positivo.

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