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Música

Escritor cubano prepara livro sobre polêmico concerto de Juanes

Os maiores "promotores" de um concerto organizado neste ano em Havana pelo músico colombiano Juanes foram seus detratores, disse nesta segunda-feira um escritor cubano que prepara um livro sobre o polêmico evento que pretendia aliviar a tensão política entre Cuba e Estados Unidos.

Juanes, que conseguiu reunir em setembro um milhão de pessoas para o concerto "Paz Sem Fronteiras" na ilha, desatou paixões entre os cubanos dos dois países, separados por apenas 145 quilômetros do estreito da Flórida.

O escritor cubano Ernesto Juan Castellanos, que planeja lançar seu livro em fevereiro, quer esclarecer "absolutamente tudo" o que aconteceu ao redor do concerto, que vai desde a quebra de discos do músico em Miami a um incidente ligado à vigilância aos artistas que quase arruinou o show antes de começar.

"Os detratores foram os que deram ao concerto de Juanes o impacto que teve na realidade. Estou certo de que se não fosse assim, a praça não teria se enchido da maneira que encheu", disse Castellanos à Reuters.

"Meu livro aborda absolutamente tudo o que aconteceu. Se em Cuba querem publicar ou não, eu ainda não sei, mas quero contar tudo, o que aconteceu nos Estados Unidos e o que houve em Cuba", acrescentou o escritor.

Castellanos, que trabalhou na produção de espetáculos estrangeiros em Havana, disse que um dos motivos para escrever o livro foi a "campanha midiática" em torno do concerto de Juanes.

"O grupo galês Manic Street Preachers veio aqui, tocou no Carlos Marx, tocou para Fidel Castro, que estava no público... e nada aconteceu nos Estados Unidos", disse.

Juanes, que convidou 14 músicos, entre eles a portorriquenha Olga Tañón, os espanhóis Miguel Bosé e Víctor Manuel e o cubano Silvio Rodríguez, disse que o concerto foi "um gesto humanitário" para ajudar na reconciliação entre Cuba e Estados Unidos depois de meio século de inimizade política.

Em Cuba, o show foi apoiado por dissidentes e, inclusive, por um grupo de presos políticos, que o considerou como uma oportunidade para a "reconciliação".

No entanto, exilados cubanos em Miami, onde mora Juanes, destruíram seus discos, um sinal aberto de hostilidade e rejeição ao concerto.

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