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Novas caras do edital Bolsa Produção

Oito artistas curitibanos passaram 2006 criando seus trabalhos com o apoio do programa Bolsa Produção de Artes Visuais, financiado pelo Fundo Municipal de Cultura. O objetivo do edital é incentivar artistas locais que trabalham com as mais diversas manifestações da arte contemporânea.

Para Beto Lanza, diretor de Ação Cultural da Fundação Cul-tural de Curitiba, a iniciativa é um mecanismo digno de apoio ao artista, visando o financiamento e o acompanhamento continuado da produção. Os contemplados na primeira edição da bolsa, que apresentarão seus trabalhos a partir do próximo dia 17 de abril no Solar do Barão, são: Cléverson Luiz Salvaro, Luiz Rodolfo Annes, Goto, Maikel da Maia, José Roberto da Silva, Maria de Lourdes Gomes, Washington Silvera e André Rigatti. Neste ano, outros 12 artistas começam a realizar seus trabalhos pelo segundo edital de Bolsa Produção. Os realizadores têm o trabalho acompanhado por críticos de arte e parte de suas obras é destinada aos acervos dos museus abrigados pelo Centro Cultural Solar do Barão.

Um série de placas de madeira e tábuas toma a calçada em frente ao Centro Cultural Solar do Barão, em Curitiba. A instituição, instalada na antiga casa do Barão do Serro Azul, na Rua Carlos Cavalcanti, é uma pedra fundamental do cenário cultural de Curitiba. Concentra os museus da Fotografia, do Cartaz e da Gravura. Possui um centro de pesquisa, acervo próprio, e, há 25 anos, fomenta a produção da cidade por meio de seus ateliês. Mesmo hoje, continua profundamente identificado com as bienais de Gravura e Fotografia, extintas ainda durante a administração do ex-prefeito Cássio Taniguchi. Agora, o local enfrenta uma reforma física, alteração na coordenação e definição de novos objetivos.

Um importante sinal da transformação deverá aparecer no dia 17 de abril. Até lá, os prédios do Solar ganharão pintura nova, os vidros das coberturas da varanda estarão limpos e os banheiros de visitação pública serão todos renovados. Na data em questão, serão inauguradas seis exposições. No dia seguinte, 18 de abril, será a vez de mais duas mostras inéditas e uma mesa de debates. Tratam-se dos primeiros resultados do programa Bolsa Produção para Artes Visuais, que, em uma iniciativa inédita da prefeitura, selecionou e apoiou o trabalho de oito artistas durante o ano de 2006.

Para o diretor de ação cultural da Fundação Cultural de Curitiba (FCC, órgão da prefeitura que administradora o Solar), Beto Lanza, o trabalho é o resultado de uma política administrativa voltada ao artista. A estratégia foi pensada em função do percurso histórico traçado pelo Solar do Barão e pela mudança de cenário provocada, principalmente, pelo surgimento do Museu Oscar Niemeyer (MON).

Também conhecido como o "museu do olho", o MON foi inaugurado em dezembro de 2003 e, desde então, passou a concentrar as atenções do público e da mídia com exposições nacionais e internacionais de grande porte (e custo). "Um espaço como o MON é importante para a cidade pelas mostras que recebe e pela relação intensa que estabelece com o público. Nós, então, buscamos fazer uma ação complementar no Solar do Barão, um trabalho voltado ao artista, à produção", afirma Lanza.

As mostras incentivadas pelo Bolsa Produção, que abrem no dia dia 17 de abril, trazem nomes uma nova geração de realizadores. "É uma ação de médio e longo prazo que visa uma modificação de panorama", diz o diretor.

Ele esclarece, ainda, que a possibilidade de retomada das bienais de Fotografia e Gravura foi alvo de uma "profunda reflexão", mas que tornou-se, ao menos no momento da análise , inviável, pelo alto custo e necessidade de complexos mecanismos de financiamento. "A história é dinâmica. Optamos por apoiar uma nova produção. É importante ressaltar que isso é fruto de um diálogo com a classe", destaca Lanza.

A diretora de artes visuais da FCC, Guilmar Silva, destaca que o Solar do Barão ganhará uma atuação mais específica em função de sua vocação histórica. A direção de música da FCC e a Camerata Antiqua de Curitiba serão transferidas e ganharão uma sede definitiva na Capela do Colégio Santa Maria, ainda em 2007. O espaço físico liberado com a medida será ocupado pelos projetos de artes visuais. "O Solar concentra as artes gráficas. Essa é nossa vocação histórica. Nós herdamos as pedras litográficas da Impressora Paranaense, que eram de propriedade do Barão do Serro Azul, e que viabilizaram a criação de um ateliê litográfico", relembra Guilmar.

A administradora deixa de acumular as funções de direção de artes visuais da FCC e cooredenação do Solar do Barão. O segundo cargo passa para Simone Landau, funcionária concursada da Fundação e professora nos cursos superiores da Tuiuti e do UnicenP. A instituição vai promover ainda algumas exposições e workshops com artistas convidados. Também está em estudo um programa de fomento da FCC voltado aos artistas de artes visuais com carreira já consolidada.

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