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Fachada do prédio de 1910 que abriga o Museu Municipal Atílio Rocco, em São José dos Pinhais. O espaço leva o nome de um benfeitor da cidade | Fotos: Hugo Harada/Gazeta do Povo
Fachada do prédio de 1910 que abriga o Museu Municipal Atílio Rocco, em São José dos Pinhais. O espaço leva o nome de um benfeitor da cidade| Foto: Fotos: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Atrações

Não é preciso ser cidadão de São José dos Pinhais para se identificar com as atrações do Museu. Confira outros destaques.

Sala das Comunicações

O ambiente revela a evolução da tecnologia de comunicação ao reunir desde um telégrafo do século 19, um Gramophone de 1902 e um rádio de 1936 a um televisor Philco de 1958, um armário com toca-discos embutido de 1960 e um microcomputador Cobra 305 de 1981.

Universo feminino

Um leque do século 19 é a peça mais antiga guardado em uma antiga cristaleira, que abriga ainda joias, um espartilho, sapatos e chapéus das mulheres são-joseenses do início do século 20.

  • Móveis e utensílios domésticos das famílias tradicionais de São José dos Pinhais contam a história cotidiana das principais etnias que colonizaram o município
  • Instrumentos de trabalho dos ucranianos, poloneses e italianos das colônias de São José dos Pinhais estão em exibição na ala rural do Museu

Neste domingo, um espaço a poucos quilômetros de Curitiba completa 33 anos como guardião de parte significativa da memória paranaense, mais especificamente, de São José dos Pinhais. É o Museu Municipal Atílio Rocco (veja o serviço completo do espaço), sediado em um belo casarão da década de 1910 preservado pelo Patrimônio Histórico e Arquite­­tônico do município.

Localizado em um trecho dos mais efervescentes, o calçadão da Rua XV de Novembro, o museu atrai por mês cerca de 850 visitantes, interessados em conhecer parte das mais de 5 mil peças do acervo, ex­­postas em rodízio frequente pelas diversas salas do prédio histórico e de seu anexo, inaugurado em 2007.

Se, há poucas semanas, a Sala de Profissões e Ofícios exibia equipamentos médicos e de farmácia do início do século 20, como uma cadeira de dentista apelidada pelos funcionários de "cadeira do terror", hoje estão ali máquinas de costura, figurinos desenhados por Zacarias Alves Pereira, alfaiate e escultor que viveu no município no início do século passado, e até um vestido de noiva de 1947 doado recentemente.

É de Zacarias, inclusive, uma das primeiras peças do acervo: um vestidinho de arcanjo vermelho, que figura ao lado do resplendor de prata usado em imagens sacras que daria início à coleção do museu, fundado em 1977, pelo historiador Ernani Zetola, com apoio da prefeitura e do Lions Clube Aeroporto.

Aos 89 anos, Zetola abriu, no início do mês, uma série de palestras em comemoração ao aniversário do museu, realizadas sempre às quarta-feiras, às 14 horas, dentro da programação Quarta no Museu, que desde março convida os mais diversos profissionais para falar gratuitamente ao público em um auditório equipado com cadeiras, telão e até mesmo um belo projetor de cinema da década de 1950 – que, contudo, não é usado pelas dificuldades de se conseguir filmes para exibição.

O que não impede que o museu exiba filmes em DVD para a população. Um deles, O Preço da Paz (2003), de Paulo Morelli, sobre o barão do Serro Azul, ganhou a preferência dos idosos que mensalmente participam de atividades no museu.

Ontem, durante a visita da reportagem da Gazeta do Povo ao museu, a artista visual, colunista e professora de artes Katia Velo ministrava palestra sobre a im­­portância de visitar museus. "O museu deve ser transformado em espaço vivo, onde as pessoas venham para ver filmes, debater, assistir concertos de piano", diz.

Um belo exemplar do instrumento, aliás, fabricado no final do século 19, é um dos elementos de destaque da Sala das Famílias, que abriga móveis e louças das primeira famílias são-joseenses. Os casarões que habitavam, hoje inexistentes, foram reconstituídos em uma grande maquete que nos remete ao pacato Centro Histórico da década de 20.

Uma sala sacra reúne objetos pessoais de um padre, Pedro Fuss (1910-1985), que se tornou notório por suas obras religiosas e por ter sido um notório exorcista. Há uma bata negra, os óculos quebrados, cartas e um imponente órgão do início do século 20 que ele trouxe da Alemanha.

O anexo do museu é um grande salão, de arquitetura moderna, dividido em diversos ambientes. Dois deles homenageiam os soldados da Força Expedicionária Bra­­sileia (FEB) e o maior piloto de corridas automobilísticas da história do município, Germano Schlögl (1924-1961).

Um dos pontos altos do anexo é a área rural, com objetos de trabalho dos italianos, ucranianos e poloneses que formaram as colônias do município, como pilões, debulhadoras, desnatadeiras, ferros de passar, porcelanas e até uma geladeira de 1930.

A grande curiosidade fica por conta de um ninho de arame en­­contrado em 1981, em uma indústria metalúrgica, feita por um pássaro que não encontrava nem palha nem gravetos. "A primeira coisa que um estagiário recém-admitido me perguntou é se o ninho, que ele tinha visto quando era criança, ainda estava aqui. O objeto intriga muitas crianças que visitam o museu", lembra a diretora do espaço, Zelinda Fialla.

Serviço

Museu Municipal Atílio Rocco (veja o serviço completo do espaço), (41) 3381-5913. Segunda a sexta-feira, das 9h ao meio-dia; e das 13h às 17 horas. Entrada franca.

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