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A transformação do antigo quartel da Rua Riachuelo em centro cultural permanece sem previsão para ocorrer | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
A transformação do antigo quartel da Rua Riachuelo em centro cultural permanece sem previsão para ocorrer| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
  • Entrada da sala de cinema que funcionará no Centro Cultural do Portão: reformas estão em fase de acabamento

Os cinéfilos de Curitiba andam de mau-humor. Desde novembro do ano passado, quando o Unibanco Arteplex entrou em reformas no Shopping Crystal, onde ressurgirá no fim de março como Espaço Itaú de Cinema, a já minguada ração de filmes fora do circuitão comercial da cidade ficou reduzida a quase nada.

Prometida para este mês, a reabertura do multiplex, que terá projetores digitais e até sala VIP, foi adiada para o fim de março. Mas segue a promessa de que não haverá alteração no tipo de programação, uma mescla de títulos comerciais e produções do chamado cinema de arte e autoral, assim como serão mantidas iniciativas importantes, como as sessões gratuitas do Clube do Professor.

Seria injusto, contudo, exigir de uma única iniciativa o cumprimento de um papel cultural tão importante quanto oferecer ao público de uma cidade do porte de Curitiba opções de filmes que fujam um pouco à mesmice que se replica no cardápio servido pelos demais multiplexes espalhados nos muitos shoppings da capital paranaense.

O fato é que, ao longo dos últimos dez, 15 anos, a cidade vem perdendo salas de exibição com esse perfil menos comercial. A Fundação Cultural de Curitiba (FCC), que outrora teve um valoroso conjunto de cinemas, foi fechando uma a uma as salas que ajudaram a formar muitos desses mesmos cinéfilos que hoje amargam a escassez de telas onde possam ver o que tanto gostam.

Deixaram de existir, sob algum protesto, os cines Groff, instalado na hoje também extinta Galeria Schaffer, Ritz (no calçadão da Rua XV de Novembro) e Luz (Praça Santos Andrade). Só tem perspectiva de ressuscitar, por ora, o Guarani, que fechou as portas em agosto de 2000, e deverá voltar à vida no primeiro semestre deste ano. No próximo dia 29 de março, aniversário de Curitiba, deverão ser entregues as obras do novo Centro Cultural do Portão, onde também funcionam o Museu de Arte Metropolitano (MuMA) e o Auditório Antônio Carlos Kraide. A inauguração do espaço está prevista para ocorrer até julho.

Segundo a assessoria de imprensa da FCC, o novo Guarani, que terá 165 lugares, deverá seguir a mesma linha de programação das antigas salas administradas pela instituição e da Cinemateca, com forte foco na formação de plateias, buscando exibir títulos adultos e infantis identificados com propostas mais autorais e menos comerciais – e de várias nacionalidades.

CIC

Também está nos planos da prefeitura de Curitiba e da FCC a criação de uma nova sala, mais ou menos das mesmas dimensões do Guarani, em um futuro centro cultural a ser construído na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), em um terreno da prefeitura entre as ruas Davi Xavier da Silva, Orlando Lamarca e Décio Barreto, onde existem atividades da Fundação de Ação Social (FAS) e da Secretaria de Educação. O espaço será uma sala multiuso, que atenderá diversas modalidades artísticas, como cinema, dança e teatro. A licitação está prevista para março e as obras, uma vez assinado o contrato, deverão consumir por volta de oito meses.

Quartel

Outro projeto da FCC está na transformação do antigo quartel do Exército situado na esquina das ruas Riachelo e Carlos Cavalcanti, no centro da cidade, em um espaço voltado ao cinema. A ideia, contudo, ainda permanece sem datas precisas tanto para o início das obras quanto para a sua inauguração, se ela vier, de fato, a ocorrer.

Os trabalhos de reforma do imóvel, que tem área de 2.639 metros quadrados, deverão ter um custo de R$ 5,5 milhões e deverão ser enquadrados dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas, que também deve custear outros projetos do Ippuc, que englobam a Riachuelo e seu entorno. Não há, entretanto, uma previsão de quando esses recursos serão liberados, ou mesmo se o governo federal irá realmente financiar a obra.

Caso algo dê errado, e não haja a liberação de verba, o plano B seria partir para parcerias com a iniciativa privada. Mas a assessoria de imprensa da FCC garante que o projeto permanece uma prioridade da atual gestão, que termina no fim deste ano.

Além de duas salas de cinema, que seriam batizadas de Luz e Ritz, em homenagem às finadas salas da Prefeitura, o local, que começou a ser projetado pelo Ippuc em 2009, terá espaço para abrigar cursos livres e oficinas hoje realizadas pela Cinemateca. Uma sala de projeções de filmes em Super-8 e 16mm também está prevista, além de laboratório de edição de imagem e de som.

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