Um espetáculo que usa garrafas pet, mas não para falar de reciclagem.
Que é destinado a crianças, mas não conta uma história.
Baseado em Clarice Lispector, mas sem mencionar a morte.
“Descobrindo Plaftpet” é a primeira investida da Descompanhia de Dança num trabalho infantojuvenil, usando os princípios do estilo contemporâneo, música de alta qualidade e um cenário lúdico em tons pastéis.
As apresentações vão de 29 de maio a 12 de junho em horários variados, no teatro Eva Herz, dentro da Livraria Cultura, no Shopping Curitiba.
A produção começou quando o grupo descobriu histórias de Clarice Lispector direcionada para crianças e jovens.
“Nós nos surpreendemos com a maneira com que ela olha para o universo, seja uma criança, um animal ou uma planta”, relembra a diretora Cintia Napoli.
A partir do impacto sentido na leitura, ela e a equipe passaram a usar as sensações mais marcantes da experiência com a obra infantojuvenil de Clarice para transformá-la em uma obra de dança.
“O que mais nos marcou foi o cuidado com as coisas observadas por ela, e a possibilidade de transformação”, diz Cintia.
É aqui que entram as garrafas, que, manipuladas, dão origem a uma diversidade de alusões, podendo ser luneta, vaso ou qualquer coisa menos garrafas.
“Percebemos que ela escrevia num movimento cíclico, com início, desenvolvimento, e no final estava tudo pronto para começar de novo”, explica.
Narrativa
Apesar de não haver qualquer texto sendo dito em cena, existe uma trama que se desenvolve no espetáculo. Nela, seres extraterrestres, os Gruns, viajam pelo universo em busca de aventuras, até cair num planeta esquisito, o Plaftpet.
Repleto de objetos “desconhecidos” (um monte de garrafas de plástico de dois litros), eles se aventuram para modificar essas estruturas e dar-lhes novos usos e formas. “Eles constroem e destroem, dançam, brincam e brigam”, diz Cintia.
Bailarinos
A direção é assinada em conjunto com Juliana Adur, e os bailarinos em cena são Mariana Mello, Peter Abudi e Yiuki Doi.
A trilha sonora utiliza criações da prestigiada Edith de Camargo, musicista suíça radicada em Curitiba.
A iluminação é de Lucas Amado sobre o cenário de Eduardo Giacomini, que também assina os figurinos ao lado de Olga Nenevê.
Veja um clipe do espetáculo:



