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O roqueiro veterano Pedro Abrunhosa está mais calmo em novo disco, entitulado Longe | Divulgação
O roqueiro veterano Pedro Abrunhosa está mais calmo em novo disco, entitulado Longe| Foto: Divulgação

Outras bandas, ó pá

Vários grupos reforçam a cena roqueira portuguesa. Alguns deles, como o Toranja, já trocaram figurinhas inclusive com Los Hermanos.

Toranja

Com dois discos de muito sucesso – Esquissos (2003) e Segundo (2006) –, a banda angariou muitos fãs pelo Brasil. Outro motivo para isso foi a turnê que fez por Portugal em 2006, com os brasileiros do grupo Los Hermanos. Em dezembro daquele ano, os Toranjas pararam de tocar por tempo indeterminado.

Na internet: www.myspace.com/toranja

- Ouça: "Carta", "Laços" e "Quebramos os Dois".

Ornatos Violeta

Uma das mais importantes bandas do rock português, Ornatos Violeta se tornou referênca cult no final dos anos 1990 ao misturar ska e jazz ao seu rock alternativo. Formada na cidade do Porto em 1991, lançou Cão (1997) e o ótimo O Monstro Precisa de Amigos (1999). A banda decidiu separar-se no final de 2000.

Na internet: www.myspace.com/ornatosvioleta

- Ouça: "Dia Mau" e "Capitão Romance".

Pluto

Depois do fim da Ornatos Violeta, o vocalista Manel Cruz formou a banda Pluto. O que predomina é o rock mais cru e direto. O primeiro disco, Bom Dia, foi lançado em 2004. O grupo pretende lançar o segundo trabalho em breve.

Na internet:www.myspace.com/plutorock

- Ouça: "Só mais um começo" e "Entre Nós".

Linda Martini

Com um passado musical punk e hardcore, o quarteto assumiu, com a formação da banda, uma atitude mais despretenciosa, aproximando o Linda Martini do rock alternativo. Em 2006, fizeram uma turnê com a banda irlandesa God Is an Astronaut, feito que lhes deu mais popularidade. O grupo lançou dois discos de estúdio. Olhos de Mongol (2006) e Casa Ocupada (2010).

Na internet: www.myspace.com/lindamartini

- Ouça: "Amor Combate".

  • Os Pontos Negros: ecos de The Killers, Strokes e Franz Ferdinand, com toques religiosos

Seja pela voz do bardo veterano Pedro Abrunhosa, ou pelos acordes de novos gajos, como os que formam a banda Os Pontos Negros, não importa: o rock português está efervescente e sofre seu segundo boom – o primeiro, como no Brasil, foi nos anos 1980. Dois novos lançamentos desses artistas comprovam que a música quatro por quatro feita além-mar tem potencial para agradar fãs não só na Terrinha.

Pedro Abrunhosa tem 50 anos e já fez shows no Brasil, inclusive em Curitiba. Suas músicas ganharam interpretações de Caetano Ve­­loso, Lenine, Zeca Baleiro e Sandra de Sá, entre outros. O primeiro álbum de estúdio, Viagens (1994), foi um sucesso estrondoso (tripla platina). Seus discos posteriores também tiveram grande repercussão e não é diferente o que acontece agora com Longe, seu sexto trabalho de estúdio, lançado também por aqui.

O novo álbum é um tiro certo. O português mescla rock à pitadas de música negra, criando hits co­­mo "Fazer o Que Ainda Não Foi Feito" – cantado num duo com Ivete Sangalo em uma apresentação em Portugal neste ano. Em "Rei do Bairro Alto", o músico faz crítica social com bom humor e "Entre a Espada e a Parede" de­­monstra to­­do o potencial de seu timbre peculiar. Neste disco, diferentemente do que acontecia em outros, Abrunhosa é mais calmo ao cantar. Parece falar a quem o ouve e o efeito, catalisado pelo sotaque lusitano, é algo singular. Em Longe, o músico apresenta também sua nova banda, a Comité Caviar.

Os meninos de Queluz

Jónatas e David são filhos de ex-missionários moçambicanos que foram para Portugal assumir o pastorado de uma igreja batista. Silas, também filho de pastor, e Filipe, são os outros integrantes da banda Os Pontos Negros. Eles se conheceram em Queluz, arredores de Lisboa, a lançam agora Pequeno Almoço Continental, seu segundo e badalado disco.

A história foi rápida. Gravaram um EP de cinco faixas em 2007, e logo já foram contratados pela Universal Music. O motivo: um rock difícil de ignorar, apoiado em guitarras pesadas e em refrões sugestivos.

No novo trabalho, encontram-se referências das mais diversas, como The Killers, Strokes e Franz Ferdinand. Fato curioso é que o quarteto não deixou para trás suas influências musicais-religiosas. "Glória", por exemplo, é uma balada sustentada por teclados em bom volume.

Mas o que faz de Pequeno Almoço Continental um bom disco são as autossátiras, presentes em "Duro de Ouvido" – em que o vocalista Jónatas diz não saber tocar acordes compostos –, e às nuances de rock-and-roll clássico que se misturam às suas influências mais atuais. Parece ser outra porta para que a banda ganhe o mundo.

"Há muita coisa que se faz aqui em Portugal que não se ouve nem se vê lá fora. Embora poucos, te­­mos exemplos de artistas que conseguiram ter sucesso no exterior, como Amália Rodrigues, Madredeus e, agora, Deolinda. É bonito falar em triunfar fora de Portugal, mas acho que o mais importante é que as pessoas daqui se sintam identificadas com a música que se faz dentro das nossas fronteiras e que as bandas sejam fiéis a isso mesmo", disseram os músicos, em entrevista ao site Scream & Yell – www.screamyell.com.br.

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