Um estacionamento nas proximidades do estádio do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, está oferecendo banho ao preço de R$ 5 aos fãs da cantora Madonna que já estão acampados em frente ao estádio. Quem estiver disposto a pagar o valor receberá sabonete e poderá tomar banho com água quente.
Quem preferir só usar o banheiro paga R$ 2 e tem como garantia o uso de sabonete líquido para lavar as mãos, toalhas de rosto e papel higiênico. O banheiro feminino conta também com absorvente para as mulheres desprevenidas.
O zelador do estacionamento, Jorge Luiz Fernandes, de 53 anos, diz que troca as toalhas de rosto de meia em meia hora e que mantém o banheiro limpo para quem quiser usar. Ele comunicou na terça-feira aos fãs acampados sobre o banheiro, mas até agora ninguém procurou o local. Fernandes acredita que poucos dias antes do show, com o aumento de gente na fila, os banheiros devem ser solicitados.
Sobre o fato de os fãs chegarem ao local com tanta antecedência, Fernandes achou estranho. "Eu diria para eles que juventude tem cura. É um pouco exagerado se antecipar tanto", opina o zelador. Ele discorda da ação da Subprefeitura do Butantã, responsável pela área, que ameaçou retirar os fãs do local caso eles não desmontassem as barracas. "Eles não estão incomodando ninguém, diferente das torcidas de futebol que vêm aqui para fazer barulho", comenta.
Acampamento
Há pessoas acampadas na praça em frente ao estádio do Morumbi desde o dia 4 deste mês. Eles montaram barracas e levaram colchões, comida e água para o local. O grupo tem uma lista com 107 nomes de pessoas que estão se revezando no local. Enquanto uns ficam lá, outros vão para casa tomar banho e trocar de roupa, ou saem para trabalhar e ir para a faculdade.
Na manhã desta quarta-feira, o grupo desmontou as barracas por determinação da Subprefeitura do Butantã, responsável pela área. Os fãs dizem que vão montar os abrigos somente à noite, para dormir, mas a subprefeitura informou que caso as estruturas sejam montadas, o grupo terá que deixar o local.
Eles afirmam que não vão sair. O promotor de eventos Cleber Garcias, de 25 anos, foi um dos primeiros a chegar ao local, no dia 5 de dezembro e ameaça fazer greve de fome se for obrigado a sair da área.
"Estamos usando o local aqui como praça pública. Em outros estádios do mundo, sempre há uma arena para os fãs aguardarem os shows, só o Brasil que não tem essa estrutura", diz Cleber.
A assessoria de imprensa da Subprefeitura do Butantã informou que fiscais da área estão monitorando a região o dia todo para evitar que as barracas sejam remontadas.



