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Em 400 contra 1, Daniel de Oliveira interpreta Willian da Silva Lima,  mentor do Comando Vermelho. Ator leu o livro em que o filme foi baseado e entrou em contato com detentos para dar mais veracidade à história. |
Em 400 contra 1, Daniel de Oliveira interpreta Willian da Silva Lima, mentor do Comando Vermelho. Ator leu o livro em que o filme foi baseado e entrou em contato com detentos para dar mais veracidade à história.| Foto:

No set

Saiba mais sobre o filme 400 contra 1 – Uma História do Comando Vermelho

Atores

São 60 atores. Encabeçam a lista Daniel de Oliveira, que interpreta Willian da Silva Lima; Daniela Escobar, no papel de Teresa; e Rodrigo Brassoloto, que faz Neco.

Figurantes e técnicos

Cerca de 70 figurantes trabalham no filme e 40 deles são detentos em regime semi-aberto da Colônia Penal Agrícola de Piraquara. Os técnicos são 45.

Roteiro

O roteiro é assinado por Victor Navas, co-roteirista de Cazuza –

O Tempo Não Para(2004) e Carandiru (2003).

Custo

O orçamento total do filme é de R$ 4,8 milhões.

Rotina

Ao todo, serão quatro semanas de filmagens em Curitiba na escala "seis para um": seis dias de trabalho e um de descanso.

Produção

A produção está a cargo da Destiny Filmes, de São Paulo.

Desafio

400 contra 1 – Uma História do Comando Vermelho é o primeiro longa-metragem do diretor Caco Souza, que tem mais de dez filmes na carreira, entre documentários e curtas-metragens.

Blog

Mais informações sobre o dia-a-dia das filmagens e fotos do set estão no site www.400contra1.blogspot.com.

As paredes cinzas das celas da Prisão Provisória do Ahú, em Curitiba, ainda guardam a decoração precária de seus antigos detentos. São páginas amareladas de jornais e revistas ou pinturas improvisadas. Os resquícios de quem lá esteve até o ano de 2006 – quando o presídio foi desativado –, servem como parte da cenografia para a recriação de um pedaço importante da história recente do país. O filme 400 contra 1 – Uma História do Comando Vermelho, começou a ser rodado dia 25 de janeiro e conta a saga da formação de uma das mais poderosas facções criminosas do Brasil.

Dirigido por Caco de Souza (Clones, Bárbaros e Replicantes), e tendo Daniel de Oliveira (Cazuza – O Tempo Não Para) como protagonista, a narrativa é baseada no livro autobiográfico de Willian da Silva Lima, um dos principais articuladores da organização que nasceu no Instituto Penal Cândido Mendes – mais conhecido como Ilha Grande, no Rio de Janeiro – demolido em 1994. O título do filme refere-se ao episódio em que o bandido conhecido como Zé Bigode enfrentou sozinho um cerco de 400 policiais por mais de 12 horas.

Cerca de 40 detentos da Colônia Penal Agrícola de Piraquara também participam do longa como figurantes. O convite feito aos presos – todos sob regime semi-aberto – foi para dar mais veracidade às filmagens.

"Entramos no clima do filme quando começamos a frequentar a colônia penal. Fizemos uma preparação muito boa lá", disse Daniel de Oliveira, que interpreta o próprio Willian. Os atores, por três semanas, tiveram em contato com os detentos. Agora, são os presidiários que fazem parte do set. "Essa interação de presos com atores dá uma veracidade única à obra", comentou o ator.

A história

O ponto de partida de 400 contra 1 – Uma História do Comando Vermelho – é o ano de 1974, auge da ditadura militar no Brasil. Presos políticos ignoravam o portão que os separava dos presos "comuns" na galeria B do presídio de Ilha Grande. A situação de incoerência do sistema penal brasileiro desembocou em uma relação de respeito e admiração entre os detentos.

"Muita gente nem sabe que essa história existiu. Ela tem importância política, histórica e pode ser utilizada para entender o ponto em que chegamos em relação à criminalidade. Além disso, ela é totalmente cinematográfica. Acho que as câmeras vão gostar", explicou o ator, que, para encarnar de vez o personagem, leu o livro seminal e conversou pessoalmente com Willian da Silva. "Ele é sempre atento, sempre firme. É um cara intelectualizado apesar de ser ladrão de banco", comentou o ator.

O diretor Caco Souza já trabalha na história há tempos. Falou com Lima pela primeira vez em junho de 2002, no presídio de Bangu 3. Já havia lido o livro e se interessado pela obra. "Achei a história diferente das que eu conhecia sobre presidiários. Continha ingredientes que não tinha visto em nenhuma outra, como a ideia de solidariedade entre os detentos", explicou Souza, que obteve os direitos para iniciar as filmagens em dezembro do mesmo ano.

O diretor – que propositalmente só entregou os textos para os atores um dia antes do início das filmagens –também comentou sobre o contato com os 40 figurantes convidados, que passam nove horas do dia no presídio desativado.

"Era uma condição fundamental para que o filme existisse com a verdade que queremos passar. Eles conseguem andar por essas galerias com a intimidade que a gente precisava. E sabemos que não vai servir como reinserção na sociedade, mas eles podem vislumbrar a possibilidade de fazer algo legal", comentou Souza.

Locações

O filme será rodado em Curitiba, Rio de Janeiro e Ilha Grande. O fato de ser o único presídio de grande porte desativado no país e ter uma divisão de alas parecida com o que existia na prisão carioca, facilitou a escolha do prédio do Ahú como locação principal.

"Esse lugar guarda semelhança com o presídio original e tem facilidades, como estar isolado. O som direto aqui funciona perfeitamente", explicou o diretor , referindo-se ao som "natural", captado no momento da filmagem.

Em Curitiba, serão mais três semanas de estada, incluindo uma explosão fictícia no presídio do Ahú e uma cena de assalto a banco na Biblioteca Pública da cidade. A previsão de estreia do filme é para o fim de 2009.

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