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Roda de capoeira realizada em frente à Catedral de Curitiba, na última quarta-feira: “uma luta de libertação” | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Roda de capoeira realizada em frente à Catedral de Curitiba, na última quarta-feira: “uma luta de libertação”| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo
  • Roda de Capoeira Angola em frente à catedral de Curitiba
  • Roda de Capoeira Angola em frente à catedral de Curitiba
  • Criada na Alemanha a Associação de Capoeira Angola Dobrada (ACAD) tem núcleo em Curitiba
  • Sem influência de outras as artes marciais, a capoeira Angola é símbolo da identidade africana no Brasil
  • Cantos e toques da capoeira Angola guardam a história da comunidade negra
  • Apresentação da Capoeira Angola com catedral como cenário

Nos últimos cinco dias, Curitiba foi sede de um evento que debateu a importância da capoeira como manifestação da cultura afro-brasileira.

SLIDESHOW: Veja fotos da roda do grupo Capoeira Angola

O 6.º Encontro Sul Sudeste de Capoeira Angola, que se encerra hoje, com uma roda de capoeira na feirinha do Largo da Ordem, foi criado pela Associação de Capoeira Angola Dobrada (Acad), para integrar as associações que existem nas regiões Sul e Sudeste do país.

A proposta do encontro foi promover a reunião de gerações da capoeira angola, unindo escolas, mestres e praticantes que lutam pelo reconhecimento dessa manifestação cultural. "A capoeira angola é a expressão da própria história brasileira, de forma que não pode ser reduzida ao simples folclore. Se caso o fosse, a história do Brasil também o seria", disse a antropóloga Caroline Blum, que também é praticante e uma das organizadoras do evento.

Para ela, os cantos e movimentos da capoeira são "formas de expressão das relações entre oprimidos e opressores, e trazem em suas letras a perspectiva dos populares que viviam nos centros urbanos [negros escravizados e alforriados e trabalhadores]".

"Por não ter influência de outras artes marciais e lutas, a capoeira angola preserva e reafirma a história afro-brasileira, podendo ser considerada uma ‘faculdade de mentira, com ensino de verdade’", explica.

Na programação do evento foram realizadas muitas rodas de capoeira, oficinas, e uma mesa-redonda entre os mestres, que debateram sobre como a capoeira saiu da Bahia e chegou às regiões Sul e Sudeste.

Inicialmente desenvolvida nas regiões com maior fluxo de africanos (Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e Maranhão), ao longo dos anos a capoeira angola estabeleceu diferentes rotas Brasil afora. Em Curitiba, a luta começou a ser desenvolvida em academias específicas, no final dos anos 1980, início dos 90.

"A capoeira angola é a própria luta do oprimido contra o opressor, uma luta de libertação não apenas do sistema, mas dos seus próprios limites como pessoa", afirma Caroline.

Consciência negra

Caroline ressalta a importância de o encontro ter ocorrido em novembro, como parte da celebração do mês da morte do líder negro Zumbi dos Palmares, em que se celebra a consciência negra. "É um momento de encontro da comunidade [composta por capoeiristas e simpatizantes], cuja proposta é promover a reunião de gerações da capoeira angola, unindo escolas, mestres e praticantes que lutam pela manifestação", disse.

Veja fotos da roda do grupo Capoeira Angola

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