• Carregando...
“Mãe e Filho Divididos”, do polêmico Damien Hirst: tom espetacular | Divulgação
“Mãe e Filho Divididos”, do polêmico Damien Hirst: tom espetacular| Foto: Divulgação

São Paulo - Em Nome dos Artistas é não só uma mostra, mas um grande compêndio da produção mais valorizada pelo mercado de arte nas últimas duas décadas. Pode-se até duvidar que Matthew Barney, Jeff Koons, Richard Prince ou Cindy Sherman, alguns dos ícones em exibição no edifício do Ibirapuera, permaneçam referências tão importantes como são hoje nos futuros livros de história da arte.

Entretanto, os valores que suas obras já alcançaram os colocam na história de qualquer jeito. Assim, a mostra, com o acervo de um dos grandes colecionadores de arte contemporânea do mundo, o norueguês Hans Rasmus Astrup, ganha no país feição especial.

Salvo raras exceções, essas obras milionárias nunca estiveram por aqui e são conhecidas ao vivo apenas por quem já saiu do país.

Mesmo para os viajantes, no entanto, seria praticamente impossível ver num só local o grupo de obras e artistas ali reunidos. Por isso, ao trazer ao país esse acervo, a exposição já se justifica.

Segmentos

Organizada pelo curador Gunnar Kvaran, também responsável pelo museu Astrup Fearnley, que é a sede da coleção, em Oslo, a mostra divide-se em três segmentos.

O primeiro, do artista inglês Damien Hirst, reúne oito trabalhos de várias fases de sua carreira, entre eles "Mãe e Filho Divididos", uma vaca e um bezerro cortados ao meio, dispostos em vitrines de formol. A obra sensacionalista do polêmico artista britânico, um das primeiras da mostra, dá o tom espetacular que segue nos demais pisos.

No segundo andar do pavilhão, estão 39 artistas da nova geração norte-americana, dispostos em uma montagem dinâmica, que busca provocar diálogos. A diversidade de temática e de suportes imprime aí um ritmo mais próximo do que se costuma ver no pavilhão em tempos de Bienal.

Finalmente, no último piso, estão os consagrados. Aí, a cenografia da mostra, a cargo de Daniela Thomas e Felipe Tassara, replica uma montagem bastante museológica.

Conjuntos significativos de obras de Prince e Sherman, artistas que levaram a discussão da fotografia ao limite, ganham destaque, assim como a montagem de Barney, desenhada por ele mesmo.

Estranho apenas é o caráter esquizofrênico da exposição, que comemora os 60 anos da Bienal de São Paulo com um time que, majoritariamente, esteve fora de suas 29 edições – talvez por pertencer a uma tendência da arte marcada pelo comércio.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]