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Músicos da Orquestra Sinfônica do Paraná em ação: abaixo-assinado encabeçado pelo violoncelista Jasson Passos requisita melhorias nas condições gerais de trabalho. Para diretora do CCTG, ação é “folclórica” e acontece todos os anos | Antonio Costa/Gazeta do Povo
Músicos da Orquestra Sinfônica do Paraná em ação: abaixo-assinado encabeçado pelo violoncelista Jasson Passos requisita melhorias nas condições gerais de trabalho. Para diretora do CCTG, ação é “folclórica” e acontece todos os anos| Foto: Antonio Costa/Gazeta do Povo
  • Orquestra Sinfônica de São Paulo: ensaio duas vezes por dia e remuneração média, por músico, de R$ 9 mil mensais
  • Veja comparativo entre as oquestras sinfônicas do Paraná e de São Paulo

Qual a importância de uma orquestra para uma cidade? "É algo que atenta para a formação das pessoas. É um instrumento de difusão cultural insubstituível", disse Osvaldo Colarusso, regente da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) entre 1985 e 1998. Há duas semanas, duas entrevistas publicadas na coluna do jornalista Reinaldo Bessa, da Gazeta do Povo, revelaram que a orquestra está dividida e vive um momento turbulento.

O violoncelista Jasson Passos, integrante desde sua fundação, em 1985, e hoje presidente da Associação dos Músicos da OSP, alegou que "há uma grande dificuldade de planejamento e um problema administrativo muito sério". Marisa Villela, diretora geral do Centro Cultural Teatro Guaíra, que administra a orquestra, disse que "o problema existe há exatos 25 anos".

A novidade agora é um abaixo-assinado, que reúne cerca de 900 assinaturas. Os objetivos, segundo Passos, são a melhoria das condições do local de trabalho, a criação de um local próprio para ensaio, aa definição da pauta ao longo do ano e a saída do atual maestro Alessandro Sangiorgi. "Há partituras im­­portantes se deteriorando, mofando. O piano externo [um Steinway avaliado em cerca de R$ 150 mil], duas harpas e instrumentos de percussão estão meio que abandonados e em caixotes cheios de cupins", disse Passos.

Para Marisa, o abaixo-assinado é "um folclore", já que, segundo ela, acontece anualmente há 25 anos, tanto para pedir a entrada quanto a saída de algum membro. "Engraçado é que os cupins aparecem e somem na mesma proporção do humor de algumas pessoas. Eu nunca ouvi falar disso", diz.

Em entrevista recente à Gazeta do Povo, Arnaldo Cohen, um dos maiores pianistas do Brasil, destacou as orquestras sinfônicas de Minas Gerais (OSMG) e de São Paulo (Osesp) como bons exemplos atuais de divulgação da música erudita no Brasil – há um comparativo entre a OSP e a Osesp nesta página.

Ambas possuem espaços próprios para ensaiar – uma das requisições da OSP –, mas, segundo Colarusso, isso não é o diferencial para que uma orquestra seja referência. "O principal é disciplina para manter o nível técnico muito alto. É muito cômodo falar que uma orquestra só vai bem se tiver lugar para ensaiar", diz o maestro.

A questão financeira também foi lembrada pelo paulista. "Desde que cheguei aqui, fiquei im­­pressionado com a dotação orçamentária: ela é e continua sendo muito baixa, e isso faz com que a programação seja medíocre", explica.

Na última quinta-feira, a OSP embarcou para Guarapuava para uma série de concertos. Aos trancos e barrancos, a música parece persistir.

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