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Jesse Eisenberg vive o papel do criador do Facebook, Mark Zuckerberg, um sujeito introspectivo | Fotos: Divulgação
Jesse Eisenberg vive o papel do criador do Facebook, Mark Zuckerberg, um sujeito introspectivo| Foto: Fotos: Divulgação
  • David Fincher tem no currículo O Clube da Luta e O Curioso Caso de Benjamin Button

Nova York - A primeira exibição pública do filme A Rede Social (The Social Network - veja trailer e fotos), do cineasta norte-americano David Fincher (de O Curioso Caso de Benjamin Button), na última sexta-feira, causou verdadeiro frisson na 48.ª edição do Festival de Nova York. Sessões lotadas, filas e muita polêmica, que promete crescer até o lançamento comercial da produção nos Estados Unidos, na próxima sexta-feira.

Baseado no livro The Accidental Billionaire (ainda inédito no Brasil), do jornalista Ben Mezrich, o filme aborda os bastidores da criação da rede social Facebook e deverá chegar ao circuito brasileiro no início de dezembro. Richard Peña, diretor do festival nova-iorquino, disse que é raro descobrir um filme que capture tão bem o espírito do seu tempo quanto A Rede Social.

"Fincher e Sorkin fizeram um filme ao mesmo tempo atual e reflexivo e que os coloca à frente do cinema contemporâneo. Eles formam um time de diretor/roteirista, como Lumet (Sidney) e Cha­­yesfsky (Paddy) fizeram no passado", declarou Peña, se referindo a Rede de intrigas, de 1976, uma crítica contundente à televisão, que estava no ápice à época.

A história de A Rede Social começa numa noite de outono em 2003, quando Mark Zuckerberg, então aluno de Harvard, começa a colocar em prática uma ideia que culminaria em uma revolução nos meios de comunicação. Seis anos depois, ele é o mais jovem bilionário da história da internet. Mas, para Zuckerberg, o sucesso também desencadeou complicações tanto em âmbito pessoal quanto legal.

O livro de Mezrich, assim co­­mo o filme, apresenta outros per­­sonagens que tiveram papel fundamental na criação do Facebook, entre eles o brasileiro Eduardo Saverin, contemporâneo de Zuckerberg em Harvard. Saverin foi sócio do site, ajudou a idealizá-lo e viabilizá-lo, mas segundo consta, quando o negócio começou a dar certo, o norte-americano o excluiu da sociedade e deixou a faculdade no estado de Massachusetts para continuar o projeto.

Saverin, que viveu no Brasil até a adolescência, permaneceu em Harvard e se diplomou em Economia. Ele conseguiu uma indenização cujo montante – como é destacado no desfecho do filme – nunca foi revelado e ganhou o direito de constar entre os fundadores da rede.

Saverin é interpretado por Andrew Garfield (escolhido para ser o novo Homem-Aranha) e Jesse Eisenberg (de A Lula e a Baleia) vive Zuckerberg. O popstar Justin Timberlake também faz parte do elenco, no papel do empresário Sean Parker, um dos criadores do Napster, site de compartilhamento de arquivos de música em mp3.

Na coletiva após a projeção de A Rede Social, da qual participou a Gazeta do Povo, Fincher – acompanhado pelos atores Eisenberg, Garfield, Timberlake e pelo roteirista Sorkin – disse que o filme não é apenas sobre o Facebook. "Há uma história irônica por trás disso tudo, que fala sobre amizade, poder, lealdade, solidão e a necessidade de se conectar com outras pessoas. O Facebook proporcionou um contexto interessante para uma história dramática simples, atemporal, mas ácida e explosiva", explica.

Para Fincher, inovações verdadeiras como a que ocorreu com o Facebook são recebidas de várias maneiras. "Eu imagino o que significa ter 21 anos de idade, sentar numa sala cheia de adultos e ouvir que sua paixão por alguma coisa é ‘engraçadinha’. Isso deixa qualquer um furioso. Normalmente o que acontece é que esse tipo de jovem decide ignorar essa sabedoria convencional dos mais velhos e leva seu projeto para um test drive", afirma Fincher.

Sorkin, que é tão roteirista de cinema quanto escritor de obras de ficção, explica que, na gênese de tudo, estava um jovem deslocado querendo desesperadamente pertencer a um grupo. "No fundo, é a trajetória de um hacker que se transformou em um megaempresário quase da noite para o dia, e acho que David (Fincher) teve um profundo entendimento para falar sobre esse tipo de insurgente", elogia o roteirista.

Eisenberg, por sua vez, disse que precisava fazer um personagem com quem os espectadores, apesar de tudo, simpatizassem. "Eu quis ressaltar a dificuldade que ele tinha de se comunicar com os outros, o que certamente o tornou mais interessante. E procurei também fazer dele uma pessoa plena, embora solitária", disse o ator, revelando que se inscreveu no Facebook para ter um melhor entendimento da personalidade de Zuckerberg.

Fincher recorre a vários pontos de vista para mostrar a trajetória de Zuckerberg, seus amigos, inimigos e processos judiciais. "É um filme empolgante, conta uma história complicada de uma forma muito interessante. Há vários personagens dizendo que estão certos e, de certa forma, todos estão", declara Eisenberg.

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