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Glória Caffé assistiu a todas as edições do festival, desde 1992 | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Glória Caffé assistiu a todas as edições do festival, desde 1992| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo

Personagem

Contra recomendações

Luciana Ribeiro Guerra também é apaixonada por teatro desde cedo. Ela chegou a pedir uma semana de licença da faculdade em que lecionava, na cidade de Foz do Iguaçu, para vir ao Festival de Curitiba. Professora de Literatura Inglesa e Norte-Americana, sua dissertação de mestrado foi um estudo sobre os textos de Shakespeare.

Hoje, mãe do pequeno Enzo, de 2 anos, conta que ainda grávida, deixou a cidade de Foz do Iguaçu novamente para vir a outra edição do festival, mesmo com as recomendações contrárias do marido médico.

Neste ano, Luciana já sabe algumas das peças às quais irá assistir: Farsa da Boa Preguiça, O Papa e a Bruxa e Till, a Saga de um Herói Torto. Será a estreia de Enzo como espectador no festival e a professora alegra-se com o fato de existirem peças voltadas para o público infantil.

Para alimentar a paixão pelas tragédias shakespearianas, ela assistirá à montagem de Macbeth, dirigida por Aderbal Freire-Filho, com Daniel Dantas e Renata Sorrah. Também assistirá à peça In On It, do dramaturgo Daniel MacIvor, dirigida por Enrique Diaz. "Eu queria ir a São Paulo assisti-la, mas quando soube que viria para o Festival de Curitiba, decidi esperar", revela a professora.

Ela não é atriz, embora tenha feito aulas de interpretação. As aulas, na verdade, serviram para melhorar sua atuação co­­mo professora de História. Mesmo assim, pode-se dizer que Glória Caffé, aos 60 anos, é uma especialista no Festival de Teatro de Curitiba. Chegou à cidade há 18 anos, um mês antes do início da primeira edição do evento e, desde então, não perdeu um festival sequer. O interesse de Glória pelo teatro está no prazer em assistir aos espetáculos. "Sempre na primeira fila", diz a baiana de Juazeiro. Todos os anos ela é uma das primeiras a comprar os ingressos. Chega sempre cedo ao guichê para garantir os melhores assentos. Aposentada, hoje ela é a responsável pela compra dos seus bilhetes e os de seus amigos – que conheceu na fila da bilheteria em edições passadas.

Glória guarda todos os guias dos festivais, além dos ingressos das peças às quais assistiu e os programas dos espetáculos. Todos divididos em pastas, uma para cada ano de festival. "Cada doido com sua mania", justifica a professora.

Para este ano, ela já garantiu dez entradas para a mostra oficial. A seleção é criteriosa. Glória diz que escolhe as peças pelo texto, diretor e elenco. Disse, por exemplo, que a atuação do ator José Wilker na peça A Cabra ou Quem É Sylvia?, em 2009, foi ótima. "O texto era fraco, mas quando o Zé Wilker entrou no palco, ele dominou o espetáculo", relembra.

A professora também é conhecida pela ajuda que dá a grupos teatrais que vêm de outras cidades. Em 2002, o amigo e conterrâneo Eugênio dos Santos trouxe uma peça para ser apresentada no Fringe. Sem recursos, Glória não lhe negou ajuda – nem aos integrantes do grupo. Serviu-lhes almoço e jantar durante os dias em que permaneceram na cidade.

O cardápio é sempre reforçado: cuscuz à baiana, "para dar sustância aos meninos". Já ajudou diversos grupos e serviu refeição para 15 pessoas.

Ano passado, um grupo de visitantes chegou às 8 horas a sua casa – sem avisar –, precisando de ajuda. Ela iria a uma sessão de autógrafos na Casa Andrade Muricy, e os amigos tiveram de esperar. Após voltar do evento, passou no supermercado para comprar os ingredientes. O almoço ficou pronto às 4 da tarde.

Hoje, seu principal compromisso é com os espetáculos. Durante o festival, chega a assistir cinco apresentações em um dia. E não perde o fôlego. "Trabalhei 35 anos, e quero ter tempo para assistir àquilo que gosto." Além disso, Glória adora a cidade durante o festival: "Curitiba tem outro clima. Em cada esquina há um grupo se apresentando. A cidade fica linda".Serviço: Ingressos para o Festival de Curitiba e para o Fringe Imostra paralela) já estão à venda. A bilheteria central está localizada no ParkShopping Barigüi (Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 600 – Mossunguê). Os ingressos do Fringe serão vendidos até um dia antes do espetáculo na bilheteria do shopping. Após, somente no espaço ou teatro em que ocorrerá a apresentação. Mais informações, pelo telefone da bilheteria: (41)3317-6710; ou pelo Ingresso Rápido: 4003-1212

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