Outras canções
...E a Gente Sonhando, novo disco de Milton Nascimento, traz regravações de músicas de outros compositores e faixas inéditas:
"Estrela, Estrelas", de Vitor Ramil."Era para eu ter gravado essa canção há muitos anos e não aconteceu. Acabei esquecendo dela. E agora consegui"
"Adivinha o Quê", de Lulu Santos"Adoro o Lulu, suas melodias, suas letras. E a moçada de Três Pontas também. Tudo nele é bom."
"Resposta ao Tempo", de Cristovão Bastos e Aldir BlancEsta canção fez sucesso na voz de Nana Caymi e foi tema da minissérie Hilda Furacão.
Pai e filho
"Flor de Cajazeira", de João e Francisco BoscoFruto da parceria entre o conhecido compositor mineiro e seu filho, Francisco, que além de compositor também é ensaista nas áreas de filosofia e linguagem.
Três Pontas, município no sul do estado de Minas Gerais, deve ter algo especial nas águas dos rios Verde e Sapucaí, que o banham. Ou mesmo no ar que os seus habitantes respiram a cidade está situada a 905 metros de altitude, e se beneficia do clima ameno e da região. O fato é que lá, além de café e cana-de-açúcar, cultiva-se outro produto. Imaterial, mas de primeira necessidade: boa música.
No show que Milton Nascimento, o filho mais famoso de Três Pontas, apresenta hoje à noite no Teatro Positivo, o público curitibano vai ter a chance de desfrutar da mais nova safra de talentos musicais colhida nas terras mineiras, com direito à presença de alguns desses jovens talentos. Além, é claro, de ouvir alguns dos maiores sucessos de Bituca, como o cantor e compositor é conhecido nas ruas e praças da cidade, aonde faz questão de voltar sempre que pode.
O espetáculo que chega a Curitiba tem como base o álbum ...E a Gente Sonhando, que acaba de ser lançado pela gravadora EMI, em parceria com o selo Nascimento, do próprio artista. O projeto, no entanto, é antigo. Coincide com a gestação do disco Pietà, de 2002. Nessa época, Milton estava de visita aos pais, quando foi "atropelado" por uma nova e, segundo ele, espetacular geração de músicos, cantores e compositores, dos quais nunca tinha ouvido falar.
Numa festividade em sua homenagem na verdade, Milton nasceu no Rio de Janeiro em 1942 e foi adotado por uma família de Três Pontas, onde cresceu e aprendeu música , várias bandas e cantores da cidade se apresentaram numa praça da cidade. Foi quando surgiu, do nada, o garoto Bruno Cabral, que assumiu os vocais de um dos grupos e capturou a atenção do compositor. "Ele tinha uma voz ao mesmo tempo forte, grave, porém suave. Maravilhosa. Pedi para conversar. Ele levou um susto quando disse que queria que cantasse comigo num disco", disse Milton em entrevista à Gazeta do Povo, por telefone, do Rio de Janeiro.
Bruno, hoje aos 19 anos, divide a interpretação da faixa-título do disco novo, ...E a Gente Sonhando. Mas não é o único afilhado e conterrâneo que ganha luxuosa vitrine no álbum e da turnê. Participam Ismael Tiso Júnior, 24, responsável pela faixa mais jazzística do disco, "Do Samba, do Jazz, do Menino e do Bueiro", escrita em parceria com Miller Rabello de Brito; e Paulo Francisco, 27, cuja bela voz se une a de Milton na faixa "Amor do Céu, Amor do Mar".
Essa canção, escrita em parceria com Flávio Henrique, é muito especial, conta Bituca. Seu primeiro verso diz tudo: "Quando sonhei Elis Regina/ Um coro de anjos se fez escutar/ Meu coração desamparado se encheu de muitas cores/ Cobriu todo ar". Uma das primeiras intérpretes a gravar suas músicas, Elis, que morreu em 1982, aos 36 anos, é uma das figuras mais importantes na vida e na carreira de Milton Nascimento. Uma amiga, sobretudo. Ele conta que, na segunda metade da década de 90, quando desenvolveu um caso grave de diabetes, viveu um momento muito difícil de sua vida.
"Tomava um medicamento muito forte, que me tirava a fome, não conseguia ingerir quase nada e acabei emagrecendo demais. Foi o que bastou para começarem a dizer que eu estava com aids e morrendo. Fiquei muito deprimido e mais doente ainda, ao ponto de de terem de instalar uma UTI na minha casa, no Rio. Nessa época, comecei a sonhar muito com Elis, que aparecia para mim, mas não atendia a meus pedidos para que cantasse. Daí começou a nascer a música, que também fala de Janaína, outro nome de Iemanjá, a rainha do mar, minha protetora", conta o artista.
Mas, se Milton fez questão de apresentar ao mundo seus mais novos (e jovens) companheiros musicais, o álbum ...E a Gente Sonhando não deixa de lado aquele que é o mais antigo e fiel parceiro do compositor de Três Pontas: Fernando Brant, mineiro de Caldas, com quem compôs a canção que apresentou Bituca ao mundo, "Travessia". Das canções do CD, três são frutos desse estável casamento musical: "O Ateneu", "Espelho de Nós" ev "Me Faz Bem".
Serviço:
Milton Nascimento. Teatro Positivo (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300), (41) 3317-3000. Dia 11 de novembro, às 21 horas. Ingressos: Plateia Central Inferior R$ 220 (½ entrada: R$ 110). Plateia Central Superior: R$ 180 (½ entrada: R$ 90). Plateia Lateral Inferior: R$ 180 (½ entrada: R$ 90). Plateia Lateral Superior: R$ 140 (½ entrada: R$ 70). Plateia Central Inferior Promocional: R$ 158 (não há ½ entrada). Plateia Central Superior Promocional: R$ 130 (não há ½ entrada). Plateia Lateral Inferior Promocional: R$ 130 (não há ½ entrada). Plateia Lateral Superior Promocional: R$ 102 (não há ½ entrada). * Há taxa de conveniência de R$ 4.
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