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“Tomava um medicamento muito forte, que me tirava a fome, não conseguia ingerir quase nada e acabei emagrecendo demais. Foi o que bastou para começarem a dizer que eu estava com aids e morrendo. Fiquei muito deprimido e mais doente ainda, ao ponto de de terem de instalar uma UTI na minha casa, no Rio. Nessa época, comecei a sonhar muito com Elis, que aparecia para mim, mas não atendia a meus pedidos para que cantasse.” Milton Nascimento, cantor e compositor | Divulgação
“Tomava um medicamento muito forte, que me tirava a fome, não conseguia ingerir quase nada e acabei emagrecendo demais. Foi o que bastou para começarem a dizer que eu estava com aids e morrendo. Fiquei muito deprimido e mais doente ainda, ao ponto de de terem de instalar uma UTI na minha casa, no Rio. Nessa época, comecei a sonhar muito com Elis, que aparecia para mim, mas não atendia a meus pedidos para que cantasse.” Milton Nascimento, cantor e compositor| Foto: Divulgação

Outras canções

...E a Gente Sonhando, novo disco de Milton Nascimento, traz regravações de músicas de outros compositores e faixas inéditas:

"Estrela, Estrelas", de Vitor Ramil."Era para eu ter gravado essa canção há muitos anos e não aconteceu. Acabei esquecendo dela. E agora consegui"

"Adivinha o Quê", de Lulu Santos"Adoro o Lulu, suas melodias, suas letras. E a moçada de Três Pontas também. Tudo nele é bom."

"Resposta ao Tempo", de Cristovão Bastos e Aldir BlancEsta canção fez sucesso na voz de Nana Caymi e foi tema da minissérie Hilda Furacão.

Pai e filho

"Flor de Cajazeira", de João e Francisco BoscoFruto da parceria entre o conhecido compositor mineiro e seu filho, Francisco, que além de compositor também é ensaista nas áreas de filosofia e linguagem.

Três Pontas, município no sul do estado de Minas Gerais, deve ter algo especial nas águas dos rios Verde e Sapucaí, que o banham. Ou mesmo no ar que os seus habitantes respiram – a cidade está situada a 905 metros de altitude, e se beneficia do clima ameno e da região. O fato é que lá, além de café e cana-de-açúcar, cultiva-se outro produto. Imaterial, mas de primeira necessidade: boa música.

No show que Milton Nascimen­­to, o filho mais famoso de Três Pontas, apresenta hoje à noite no Teatro Positivo, o público curitibano vai ter a chance de desfrutar da mais nova safra de talentos musicais colhida nas terras mineiras, com direito à presença de alguns desses jovens talentos. Além, é claro, de ouvir alguns dos maiores sucessos de Bituca, como o cantor e compositor é conhecido nas ruas e praças da cidade, aonde faz questão de voltar sempre que pode.

O espetáculo que chega a Curitiba tem como base o álbum ...E a Gente Sonhando, que acaba de ser lançado pela gravadora EMI, em parceria com o selo Nasci­­men­­to, do próprio artista. O projeto, no entanto, é antigo. Coincide com a gestação do disco Pietà, de 2002. Nessa época, Milton estava de visita aos pais, quando foi "atropelado" por uma nova e, segundo ele, espetacular geração de músicos, cantores e compositores, dos quais nunca tinha ouvido falar.

Numa festividade em sua ho­­menagem – na verdade, Milton nasceu no Rio de Janeiro em 1942 e foi adotado por uma família de Três Pontas, onde cresceu e aprendeu música –, várias bandas e cantores da cidade se apresentaram numa praça da cidade. Foi quando surgiu, do nada, o garoto Bruno Cabral, que assumiu os vocais de um dos grupos e capturou a atenção do compositor. "Ele tinha uma voz ao mesmo tempo forte, grave, porém suave. Mara­­vi­­lhosa. Pedi para conversar. Ele levou um susto quando disse que queria que cantasse comigo num disco", disse Milton em entrevista à Gazeta do Povo, por telefone, do Rio de Janeiro.

Bruno, hoje aos 19 anos, divide a interpretação da faixa-título do disco novo, ...E a Gente Sonhando. Mas não é o único afilhado e conterrâneo que ganha luxuosa vitrine no álbum e da turnê. Participam Ismael Tiso Júnior, 24, responsável pela faixa mais jazzística do disco, "Do Samba, do Jazz, do Menino e do Bueiro", escrita em parceria com Miller Rabello de Brito; e Paulo Francisco, 27, cuja bela voz se une a de Milton na faixa "Amor do Céu, Amor do Mar".

Essa canção, escrita em parceria com Flávio Henrique, é muito especial, conta Bituca. Seu primeiro verso diz tudo: "Quando sonhei Elis Regina/ Um coro de anjos se fez escutar/ Meu coração desamparado se encheu de muitas cores/ Cobriu todo ar". Uma das primeiras intérpretes a gravar suas músicas, Elis, que morreu em 1982, aos 36 anos, é uma das figuras mais importantes na vida e na carreira de Milton Nascimento. Uma amiga, sobretudo. Ele conta que, na segunda metade da década de 90, quando desenvolveu um ca­­so grave de diabetes, viveu um momento muito difícil de sua vida.

"Tomava um medicamento muito forte, que me tirava a fome, não conseguia ingerir quase nada e acabei emagrecendo demais. Foi o que bastou para começarem a dizer que eu estava com aids e morrendo. Fiquei muito deprimido e mais doente ainda, ao ponto de de terem de instalar uma UTI na mi­­nha casa, no Rio. Nessa época, co­­mecei a sonhar muito com Elis, que aparecia para mim, mas não atendia a meus pedidos para que cantasse. Daí começou a nascer a música, que também fala de Janaína, outro nome de Iemanjá, a rainha do mar, minha protetora", conta o artista.

Mas, se Milton fez questão de apresentar ao mundo seus mais novos (e jovens) companheiros musicais, o álbum ...E a Gente Sonhando não deixa de lado aquele que é o mais antigo e fiel parceiro do compositor de Três Pontas: Fernando Brant, mineiro de Caldas, com quem compôs a canção que apresentou Bituca ao mundo, "Travessia". Das canções do CD, três são frutos desse estável casamento musical: "O Ateneu", "Espelho de Nós" ev "Me Faz Bem".

Serviço:

Milton Nascimento. Teatro Positivo (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300), (41) 3317-3000. Dia 11 de novembro, às 21 horas. Ingressos: Plateia Central Inferior R$ 220 (½ entrada: R$ 110). Plateia Central Superior: R$ 180 (½ entrada: R$ 90). Plateia Lateral Inferior: R$ 180 (½ entrada: R$ 90). Plateia Lateral Superior: R$ 140 (½ entrada: R$ 70). Plateia Central Inferior Promocional: R$ 158 (não há ½ entrada). Plateia Central Superior Promocional: R$ 130 (não há ½ entrada). Plateia Lateral Inferior Promocional: R$ 130 (não há ½ entrada). Plateia Lateral Superior Promocional: R$ 102 (não há ½ entrada). * Há taxa de conveniência de R$ 4.

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