• Carregando...
Cumieira: septeto paulista que se apresenta amanhã, em Curitiba, saiu de Campinas e aposta na música instrumental brasileira | Divulgação
Cumieira: septeto paulista que se apresenta amanhã, em Curitiba, saiu de Campinas e aposta na música instrumental brasileira| Foto: Divulgação

Programe-se

Confira outras atrações da 28ª Oficina de Música de Curitiba

Hoje – 12h30

Daniel Migliavacca

Concerto-solo para bandolim.

Paço da Liberdade

19h

Janaina Felini

– Show Mulheres e Canções.

Sesc da Esquina

21h

Concerto de Professores da Oficina de MPB

Teatro da Reitoria

Amanh㠖 18h

Concertos no Café

Turi Collura – pianista e compositor italiano. Paço da Liberdade

21h

Noite Latino-americana

Teatro da Reitoria

É pau, é pedra, mas, para a Cumieira, é apenas o começo do caminho. O grupo paulista cujo nome é sugerido na canção "Águas de Março", de Tom Jobim, surge como revelação da frutífera cena da música instrumental brasileira. Os sete instrumentistas se encontraram em 2007 no Instituto de Artes da Unicamp, em Campinas, e se apresentam na Oficina de Música de Curitiba amanhã, às 19 horas, no Sesc da Esquina.

O destino que hoje une os mú­­sicos tem nome. Ou nomes. Os melhores da música experimental brasileira. "Começamos em uma aula de prática instrumental, pesquisando o material do Hermeto Pascoal, e fizemos uma oficina de composição com o Arrigo Barnabé. Aí nossos interesses foram se estreitando", diz Maria Beraldo, clarinetista do grupo.

Saxofone, voz – como recurso harmônico – baixo, bateria, piano e guitarra completam o conjunto de instrumentos da Cumieira. O repertório, como não poderia deixar de ser, reflete os estudos iniciais do grupo (se­­jam as peripécias musicais de Hermeto ou o dodecafonismo de Arrigo), além de lançar características que vão definindo uma identidade própria da banda.

"Estamos construindo algo com a nossa cara", defende Ma­­ria. Em Curitiba, o grupo lança seu primeiro álbum, que tem o sugestivo título de Festa da Cu­­mieira. O disco, lançado ano passado, tem composições próprias – além de uma música de Her­­meto e da própria "Águas de Março", "com um arranjo ousado" –, e participações especiais de Mário Campos e Tom Zé.

Oficina

O evento musical que acontece em Curitiba até o próximo dia 31 não é novidade para a musicista paulista. Maria participa da Ofi­­cina de Música desde seus 14 anos – hoje ela tem 21 – e vê grande parte de sua formação musical refletida nas aulas que fez: clarinete e prática de choro, com grandes nomes da música, como o saxofonista Proveta (da banda Mantiqueira, uma das grandes da música instrumental) e o clarinetista Gabriele Mirabassi.

"Sem dúvida, esse é um dos mais importantes eventos para a formação dessa geração de músicos. A oficina tem esse papel", diz Maria, que chegou com o grupo em Curitiba no última dia 19 e já se apresentou no Paço da Liberdade no dia 21. "Foi muito bom, mas não esperávamos tanta gente".

A música instrumental brasileira, diz ela, tem espaço restrito, apesar da imensa quantidade de bons grupos que surgem pelo país afora. Há muitos trabalhos de referência, muito material já gravado e "muita inspiração dos músicos", afirma. O ponto fraco é o mercado. "É um desafio, mas dá, sim, para viver de música instrumental." Ponto destacado pela clarinetista é a relação com o público, normalmente transformado em coadjuvante em se tratando deste tipo de música. "Tentamos nos aproximar, fazer contato maior. As vezes essa música parece indigesta, mas ela não é não".

A última telha

A festa da Cumieira, relembrada por Tom Jobim e celebrada em duo com Elis Regina na música "Águas de Março" faz referência ao velho costume de se assinalar festivamente o dia em que, sobre a casa em construção, se coloca a cumieira, (também grafada co­­mo "cumeeira"), a última telha da construção principal. Nesse dia, cessa o trabalho na obra e se enfeita a casa com galhos verdes. E todos — construtor, operários, dono da casa — comemoram o acontecimento, comendo e bebendo juntos ao som de boa música.

Serviço

Cumieira. Teatro Sesc da Esquina (R. Visc. do Rio Branco, 969), (41) 3304-2222. Dia 28 às 19 horas. R$ 10 e R$ 5. Gratuito para alunos da Oficina de Música.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]