Festa de velhos hits em um momento de mutação

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A banda Skank se apresenta neste sábado, no Teatro Positivo, com o show do CD e DVD Multishow ao Vivo – Skank no Mineirão, lançado em 2010.

O repertório reúne hits de toda a carreira do quarteto mineiro, como "É uma Partida de Futebol", "Garota Nacional", "Resposta", "Vou Deixar" e "Acima do Sol".

Em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo, o vocalista Samuel Rosa explica que a escolha das músicas para a apresentação deve se manter bastante fiel às músicas tocadas no show do Mineirão – set list que foi montado com a ajuda dos fãs na época. Mas uma ou outra canção inesperada pode surgir no bis, que tem sido aproveitado para tocar coisas mais antigas, como "Amolação", "Cerca" e "Ali".

"A gente está na estrada se divertindo muito. Como este show não está atrelado a um álbum específico, acaba que cria um clima de ‘o que vamos tocar agora?’", diz Rosa.

O músico conta que a banda vem redescobrindo canções menos conhecidas de discos como Calango (1994), que foi recentemente tocado na íntegra em um programa de rádio.

O olhar retrospectivo, que também rendeu um "projeto especial" no ano passado – o disco 91, que resgatou gravações anteriores ao álbum de estreia da banda – foi estimulado pela relação mais próxima com seguidores assíduos do Skank na internet, conforme explica Samuel.

"Hoje, com os instrumentos que temos, podemos ‘tabelar’ com um tantão de gente de forma diferente. Isso me estimula a tocar, mesmo uma música que não é muito popular. Sei que tem uma galera que não vai conhecer, mas sei que tem uns 20 fãs que vão contar para os amigos, ou vão ao Facebook dizer: ‘o Skank passou pela minha cidade e tocou aquela que eles nunca tocam’", diz.

O músico conta que esta revisitação do passado é natural para uma banda chegou aos seus 20 anos na estrada. "É um momento em que você começa a olhar para trás e achar engraçado, ter orgulho de algumas coisas, vergonha de outras", brinca. "Estamos fomentando o respeito à nossa história, que, afinal, é o que temos."

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Mas a fase também é de reinvenção – ou, ao menos, uma tentativa dela. Quase cinco anos depois do lançamento de Estandarte, o último álbum de inéditas, o grupo começa a trabalhar nas primeiras ideias para um novo disco.

"Não ter de, necessariamente, fazer um disco muito perto um do outro – que por razões óbvias podem sair parecidos – é uma grande chance de mostrar, mais uma vez, que o Skank tem capacidade de transformação, ou de aceitar a transformação que nos acomete", afirma Rosa.

"Longe de mim a intenção de fazer um disco pretensioso. Mas queremos que soe diferente. Só que isso só vou saber depois que tiver 50, 60% do álbum. Agora, confesso que está muito no comecinho."

Cronologia

Relembre o que o Skank esteve fazendo desde o lançamento de seu último disco de inéditas:

2008 – Os mineiros lançam Estandarte, que emplacou os hits "Noites de um Verão Qualquer" e "Sutilmente".

2010 – A banda lança o CD e DVD Multishow ao Vivo – Skank no Mineirão, que traz o registro da apresentação para mais de 50 mil pessoas feita no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.

2011 – Mais um registro ao vivo – desta vez, da marcante apresentação da banda no Rock in Rio 2011. Em um show mais curto, os mineiros tocaram alguns de seus maiores hits.

2012 – Em comemoração aos 20 anos do grupo, a banda lança 91, um "projeto especial" que resgata relíquias de gravações anteriores ao primeiro disco da banda.

2013 – Ainda em turnê com o Multishow ao Vivo, o Skank volta ao estúdio para as primeiras "jams" que darão origem às faixas de um novo CD de inéditas, sem data prevista de lançamento.