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A odisséia de dez dias do Festival de Cinema de Berlim está chegando ao fim, e, enquanto ainda faltam quatro filmes da competição principal para serem exibidos, equipes e críticos de todo o mundo já estão fazendo as malas e enfrentando dificuldades para escolher os destaques do evento. "A 57.ª Berlinale pode ser vista como um festival mediano", escreveu A.O. Scott no The New York Times.

O crítico diz que Berlim, no passado um dos redutos do cinema sério, ficou "maior, mais diversificado e talvez menos marcante". O festival cresceu rapidamente nos últimos anos e hoje atrai trabalhos de Hollywood, além de filmes de arte.

Os críticos afirmam que alguns dos melhores filmes de Berlim este ano não constam da competição principal. Eles se indagam se o diretor do festival, Dieter Kosslick, teria se esquivado de temas incendiários, com isso roubando a competição de seu "momento Michael Moore".

Cannes teve esse momento em 2004 com o polêmico documentário "Fahrenheit 11 de Setembro", de Michael Moore, que venceu a competição, e Berlim o teve no ano passado com "Caminho para Guantánamo", de Michael Winterbottom, sobre a guerra liderada pelos EUA no Afeganistão.

Este ano, o mesmo tipo de frisson poderia ter sido criado por "The Lark Farm", um drama sobre a tragédia de uma família quase exterminada no massacre de armênios por turcos otomanos em 1915. A Turquia nega as alegações feitas pela Armênia e outros de que os 1,5 milhão de armênios morreram num genocídio sistemático cometido por turcos. "O filme chega exatamente no momento correto -- após o assassinato do jornalista armênio Hrant Dink e as ameaças feitas ao Prêmio Nobel turco Orhan Pamuk", escreveu Peter Zander, do jornal alemão Die Welt.

"Teria sido um destaque da Berlinale, possivelmente o filme mais importante do ano. Mas não faz parte da seção principal. Talvez a organização quisesse evitar grandes controvérsias. É uma pena". Os críticos gostaram de "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias", do diretor brasileiro Cao Hamburger, sobre a ditadura militar brasileira vista pelos olhos de um menino.

Mulheres brilham

Entre os filmes da competição, a julgar pela reação do público, "Irina Palm", estrelado pela cantora e atriz britânica Marianne Faithfull, seria o favorito absoluto para ganhar o Urso de Ouro de melhor filme. A atuação de Faithfull é uma das várias atuações de destaque de mulheres em Berlim este ano, incluindo a da alemã Nina Hoss em "Yella" e da chinesa Yu Nan em "Tuya's Marriage."

A atriz francesa Marion Cotillard brilhou no papel de Edith Piaf em "La Vie En Rose", biografia filmada da cantora trágica que foi exibido na abertura da competição. "The Counterfeiters", baseado numa conspiração nazista verídica para atacar a economia britânica durante a guerra, inundando o país de dinheiro falsificado feito por artesãos judeus num campo de concentração, oferece a Berlim a chance de vitória de um filme alemão.

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