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Parte do elenco de A Estrada 47, vencedor do Kikito de Melhor Longa-Metragem brasileiro | Cleiton Thiele/Divulgação
Parte do elenco de A Estrada 47, vencedor do Kikito de Melhor Longa-Metragem brasileiro| Foto: Cleiton Thiele/Divulgação

Uma ágil cerimônia pôs fim ao 42.º Festival de Cinema de Gramado, na noite do último sábado, no Palácio dos Festivais. A entrega dos Kikitos – veja os vencedores ao lado – entre uma e outra música do bardo gaúcho Nei Lisboa, gerou certa surpresa, principalmente no que diz respeito aos longas-metragens nacionais.

O vencedor do prêmio de Melhor Filme foi A Estrada 47, de Vicente Ferraz. Com Daniel de Oliveira, a trama é sobre uma esquadra de caçadores de minas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a 2.ª Guerra Mundial. O longa não venceu nenhum outro Kikito além do de Melhor Desenho de Som, um prêmio secundário.

Outra "polêmica" foi a falta de coerência entre a repercussão positiva do musical Sinfonia da Necrópole entre crítica e público e sua efetiva premiação. O divertido filme de Juliana Rojas foi escolhido como melhor longa brasileiro pelo Júri da Crítica – louro importante concedido por uma comissão à parte da curadoria. E parou por aí. Sobre os Kikitos, aliás: foram 39 troféus, distribuídos entre 44 filmes selecionados. Na média, quase um para cada filme.

Os atores Nelson Xavier – aplaudido de pé – e Caco Ciocler e o cineasta Walter Carvalho estavam presentes na cerimônia, marcada também por muitas ausências. Domingos Oliveira, diretor de Infância, filme premiado com o Kikito de Melhor Roteiro, enviou uma carta. "Proponho a substituição da expressão filme ‘arte’ por filme ‘útil’", escreveu.

Morno

Não fazia tanto frio quanto nos dias anteriores – o evento começou em 9 de agosto –, mas cachecóis, casacões e touquinhas eram avistados curiosamente mais do lado de fora do que de dentro do auditório. E esta é uma constatação que diz algo sobre o mais antigo e ininterrupto festival de cinema do país.

Mesmo nos dias mais concorridos, como na sexta-feira, 15, quando foi exibido o documentário Esse Viver Ninguém Me Tira, com a presença do ator e diretor Caco Ciocler, havia muitos lugares vazios na plateia. Durante a exibição dos filmes latinos, como o ótimo longa argentino Algunos Dias Sín Musica, ocorreu o mesmo.

Não deve ser pelo preço dos ingressos, já que os bilhetes foram vendidos a R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada para estudantes e idosos). A sensação que se tem é que o Festival de Gramado, apesar de bem-organizado e com boa curadoria, não é um evento para o público cinéfilo, e sim para os próprios realizadores, além dos tantos patrocinadores – antes de cada sessão, oito deles anunciavam suas marcas.

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