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Festival de música arrebatador reúne mais de 200 artistas

Gazeta do Povo estará em Barcelona para acompanhar o Primavera Sound. Evento terá shows de Patti Smith, Ride, Swans e Black Keys

Evento em Barcelona é realizado à beira do oceano, em área que foi recuperada para a realização dos Jogos Olímpicos de 1992. Ao todo, serão 16 palcos na edição deste ano. | Fotos:Primavera Sound/Divulgação
Evento em Barcelona é realizado à beira do oceano, em área que foi recuperada para a realização dos Jogos Olímpicos de 1992. Ao todo, serão 16 palcos na edição deste ano. (Foto: Fotos:Primavera Sound/Divulgação)

Grandes festivais de música no Brasil, atualmente, podem ser uma incógnita – pense no Lollapalooza e seus line-ups esquizofrênicos. Com o tempo, podem também se transformar em megaventos sem personalidade, como o Rock in Rio. Ele ainda leva rock no nome, mas em 2014 teve Ivete Sangalo como uma das atrações principais. Há ainda apostas certeiras, mas de vida curta, como o Planeta Terra, que aconteceu em São Paulo entre 2007 e 2013. Com curadoria surpreendentemente coerente, o evento trouxe ao país Pavement e Smashing Pumpkins em 2010, apresentou o retorno do Blur em 2013 e... subiu no telhado. Lá fora, alguns festivais são unanimidade em relação à programação, infraestrutura e organização. O Primavera Sound, que acontece em Barcelona entre 25 e 31 de maio, é um deles.

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Em sua 15.ª edição ininterrupta, o evento continua a oferecer um line-up poderoso e equilibrado. Se em edições anteriores passaram por lá Arcade Fire, The National, Sonic Youth, The White Stripes, Primal Scream, New Order, Iggy Pop and the Stooges, Lou Reed, Portishead, Neil Young, Pet Shop Boys, Pulp e The Cure, neste ano teremos Ride, Albert Hammond Jr., Chet Faker, Panda Bear, James Blake, Spiritualized, The Replacements, Thurston Moore, Belle and Sebastian, José Gonzáles, The New Pornographers, Tony Allen, American Football, Caribou, Black Keys, Interpol, Patti Smith, Swans, The Vaselines e Tori Amos – a lista de 202 artistas segue, quase infinita. Isto não é um exercício de sadismo musical, mas uma prova de como o festival respeita o passado sem passar vergonha (não resgata artistas-cadáveres, como costumamos fazer por aqui) e, ao mesmo tempo, oferece bandas novas que têm o que dizer. Aliás, historicamente é assim.

Em 2003, o LCD Soundsystem só tinha dois singles na manga e fez um show que dá o que falar até hoje. Em 2006, o Animal Collective tocou em um palco secundário, que ficou ridiculamente pequeno para o que aconteceu. E há três anos o hoje paparicado Marc DeMarco estreava em um grande festival – desde 2010, o público total do Primavera passa de 100 mil pessoas. Em 2014, foi de 190 mil.

“O Primavera é especial por muitas razões, mas realmente começa pelo cuidado com tudo que envolve o festival”, diz Daniel Kessler, guitarrista do Interpol, em material divulgado pelo evento. Para Lee Ranaldo (Sonic Youth), o principal é o equilíbrio entre os “grandes” shows e os jovens e interessantes músicos que “terão um futuro certamente”.

Em Barça

O festival acontece no Parc del Fòrum, a aproximadamente seis quilômetros do centro de Barcelona – é na beira do oceano. Diversos eventos relacionados ao Primavera movimentam a cidade durante a semana. Há um festival paralelo que terá a presença da banda brasileira Jaloo; o minimúsica, destinado ao público infantil; shows avulsos em bares e pubs; e uma mostra de documentários musicais no excêntrico Cine Maldà – entre outros, serão exibidos Wild Combination: Arthur Russell, sobre o compositor norte-americano; e The Extraordinary Ordinary Life of José González, que trata da vida do músico sueco.

“É o melhor festival do mundo”

Editor do portal Scream & Yell, referência em música e cultura pop, e colaborador de diversos veículos, o jornalista Marcelo Costa acompanhou as edições de 2010, 2011 e 2012 do Primavera Sound. E não titubeia. “É o melhor festival do mundo.”

O principal argumento a favor do evento espanhol é a curadoria inteligente, realizada por quem é apaixonado por música, e não por empresários. “Entrevistei Alberto Guijarro, um dos organizadores, e ele me perguntou que bandas eu gostaria de ouvir, o que me chama a atenção. Há um interesse, um diálogo maior. Não é como conversar com Roberto Medina”, diz, citando o responsável pelo Rock in Rio.

Há outra diferença em relação a festivais nacionais: a ausência de risco, de surpresas. “Mesmo no Planeta Terra, há um palco mais pop e outro indie. No Primavera, você vai ao banheiro ouvindo The Cure e no caminho ouve Napalm Death ou The xx”, diz. A busca pelo lucro imediato é outro ponto que pesa contra os eventos musicais no Brasil. O Primavera Sound começou em 2000, com audiência de 7 mil pessoas. “Aqui, parece que todo evento nasce tendo que ter público de 50 mil”, argumenta.

O jornalista diz que deixou de frequentar o Primavera não porque ele se esgotou – “muito pelo contrário.” O motivo era conhecer outros, como o Øya Festival, em Oslo (Noruega), para o qual foi em 2014.

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