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Os organizadores do Festival de Tribeca - o ator Robert De Niro e os empresários Jane Rosenthal e Craig Hatkoff - anunciaram nesta manhã de sexta-feira, em entrevista coletiva, os vencedores da edição 2007 da mostra competitiva. O prêmio de melhor longa-metragem de ficção foi para "My father my lord" (o título original é "Hofshat kaits"), do israelense David Volach. O filme conta uma história sobre o alto preço que se paga pela observância demasiado rígida dos preceitos religiosos. O personagem central é o rabino de uma comunidade ultra-ortodoxa, que é forçado a rever sua rigidez em nome da paz e do bem-estar de sua família.

- Estou muito orgulhoso porque o Tribeca Festival não apenas movimenta a vida cultural da comunidade de Nova York como também promove o reconhecimento de talentos do mundo inteiro - disse Robert De Niro. - Parabéns aos premiados.

Jane Rosenthal acrescentou que a edição de 2007 premiou a diversidade:

- Este ano os premiados vieram das mais diversas partes do mundo e com modos muito diferentes de contar suas histórias. O Festival de Tribeca 2007 premiou a criatividade e a diversidade de talentos e poderá ampliar a voz destes diretores e artistas para que ela chegue ao resto do mundo - disse Jane.

Para melhor diretor foi escolhido o mexicano Enrique Begne, que fez sua estréia na direção com "Dos abrazos", sobre quatro personagens solitários que têm suas vidas entrecruzadas de modo dramático, na Cidade do México. O longa tunisiano "Making of" arrebatou dois prêmios: o de melhor roteiro e o de melhor ator para Lofti Edbelli. Trata-se de uma produção conjunta Tunísia-Marrocos, que conta a história de Bahta, o líder de um grupo de dançarinos de break, que depois do começo da guerra do Iraque adere a um grupo fundamentalista e inicia o treinamento para tornar-se um homem-bomba. O filme também exibe sua própria filmagem e os conflitos entre o ator e o diretor, também roteirista. Ambos saem premiados do Tribeca.

Um dos favoritos do festival, a versão cinematográfica do romance de D.H. Lawrence, "Lady Chaterley", ganhou apenas o prêmio de melhor atriz. A produção francesa dirigida por Pascale Ferran chegou ao Tribeca com cinco Cesars (o Oscar francês) na bagagem, incluindo melhor filme e melhor atriz, mas apenas Marina Hands confirmou o favoritismo.

Entre os documentários, o prêmio principal foi para o americano "Taxi to the darkside", de Alex Gibney. O filme investiga o morte de um motorista de taxi afgão na Base Aérea de Bagram, no Afeganistão. O diretor é o mesmo que se tornou famoso pelo documentário sobre o escândalo financeiro envolvendo executivos da empresa americana Enrom. Desta vez, a investigação de Gibney chega a soldados americanos, passa pela prisão de Guantânamo e atinge a administração Bush no que se refere ao incentivo à prática de tortura. O júri cedeu ainda menção especial a "We are together", do inglês Paul Taylor, que conta histórias de um grupo de crianças da África do Sul, todos órfãos de pacientes de HIV-Aids.

O prêmio de melhor diretor de documentário foi para o armênio Vardan Hovhannisyan, de "A Story of People in War & Peace", que filmou os combates de seu país com o vizinho Azerbaijão em 1994, e reencontra os personagens de sua história, tempos depois, para flagrar os efeitos de longo prazo do conflito armado.

Os filmes brasileiros "O ano em que meus pais saíram de férias", de Cao Hamburguer, e "Santiago", de João Moreira Salles, ficaram fora da premiação.

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