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Um filme sobre o sofrimento de mulheres violentadas por oficiais soviéticos após o término da 2.ª Guerra Mundial chegou aos cinemas da Alemanha esta semana, e atraiu elogios e também críticas pelo tratamento dado a uma questão dolorosa e por muito tempo ignorada.

"A Woman in Berlin" é baseado no diário de Marta Hillers, que era jovem quando os soldados russos entraram em Berlim, em 1945.

O livro de Hillers foi rejeitado pelos alemães quando foi lançado, na década de 1950, mas, relançado cerca de 50 anos mais tarde, virou best-seller. Hillers morreu em 2001, aos 90 anos de idade.

A atriz Nina Hoss, que faz o papel principal, disse que ficou chocada pelo sofrimento imposto a Hillers.

"Quanto mais descobri sobre a história, mas me dei conta do inferno pelo qual essa mulher passou", disse a atriz à televisão NDR.

"A maneira pela qual ela relata seu sofrimento mostra que ela está tentando conciliar-se com seu passado, reprimindo suas emoções."

Dirigido por Max Faerberboeck, o filme estréia para o público na quinta-feira e dividiu a crítica.

"O filme trata esse capítulo da história em tom kitsch e, portanto, está distante da realidade", opinou o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, descrevendo o filme como excessivamente trivial no tratamento de acontecimentos dolorosos.

Rheinzeitung disse que Faerberboeck não fez um relato preciso do sofrimento das mulheres, que teria retratado como personagens genéricos com quem é impossível o espectador se solidarizar.

Mas o Berliner Zeitung elogiou "A Woman in Berlin" por tratar de um tema sobre o qual muitas pessoas estão mal informadas.

Alimentados por 60 anos de sentimento de culpa e vergonha pelos crimes nazistas cometidos por gerações passadas, os alemães há anos equacionam a história com dor, e os diretores têm evitado os tratamentos dramáticos de seu passado no século 20.

Nos últimos anos, porém, a época nazista começou a ser levada à tela grande em filmes como "A Queda", de Oliver Hirschbiegel, sobre os últimos dias da vida de Hitler.

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