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Percy Jackson: barafunda de mitos confunde o público | Divulgação
Percy Jackson: barafunda de mitos confunde o público| Foto: Divulgação

São Paulo - A receita da saga Harry Potter – magia, aventura e doses de mitologia – é eficiente e está sendo repetida, como mostram os best-sellers com o personagem Percy Jackson, escritos por Rick Riordan. Percy Jackson e o Ladrão de Raios, adaptação para as telas do relato de Riordan, tem direção de Chris Columbus, especialista em filmes para adolescentes e responsável pelos dois primeiros filmes da série Harry Potter.

O universo do filme é a mitologia grega. Em princípio, falar de Zeus, sátiros e centauros para um público adolescente é uma boa ideia. Afinal, os antigos gregos utilizavam sua mitologia com fins pedagógicos, para trabalhar o imaginário dos jovens.

Percy é um estudante de 17 anos que descobre ser filho de Poseidon, o deus dos mares. Acusado por Zeus de ter roubado seus raios, a arma mais terrível do universo, Percy deve encontrá-los logo para evitar uma guerra entre os deuses e para recuperar sua mãe, feita prisioneira por Hades.

Mas o filme exagera nas liberdades tomadas em relação aos mitos, que perdem densidade ao serem "atualizados". Assim, Zeus e Poseidon se encontram no Olimpo, localizado em um célebre arranha-céu nova-iorquino; a entrada do inferno é em Hollywood; o Partenon de Atenas fica em Nashville (e não apenas no filme, pois realmente existe uma réplica do templo em um parque da cidade); um cassino de Las Vegas está cheio de ninfas.

Essa barafunda de mitos – que faz a Hidra de Lerna, erigida à condição de guardiã do Partenon, ser petrificada pelo olhar da Medusa – desnorteia quem não tem conhecimento sobre a mitologia grega. Outra coisa desagradável é o merchandising constante de modelos de telefone celular, automóveis e calçados.

O melhor que Percy Jackson pode fazer, assim, é despertar no espectador a vontade de conhecer a mitologia grega, a autêntica.

Para o público jovem, as leituras mais indicadas que tratam desse assunto são dois livros que Monteiro Lobato escreveu há quase 70 anos: O Minotauro e Os Doze Trabalhos de Hércules, que mostram ser possível conciliar fantasia inventiva e respeito aos mitos originais.

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