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Cartaz do filme Flávio Tambellini: o segundo episódio da série foi a primeira produção de cinema liberada por Dalton Trevisan | Reprodução
Cartaz do filme Flávio Tambellini: o segundo episódio da série foi a primeira produção de cinema liberada por Dalton Trevisan| Foto: Reprodução

Programação

Todas as projeções serão apresentadas por especialistas da área, e têm entrada gratuita.

Hoje

Um Uísque Antes, Um Cigarro Depois, de Flávio Tambellini.

Comédia em três episódios, sendo o segundo, Mocinha de Luto, a primeira filmagem autorizada por Dalton Trevisan. O episódio foi rodado em Curitiba, no início dos anos 1970, e teve a participação da apresentadora Laís Mann, que estará na plateia. Apresentação de Ayrton Baptista Junior.

Amanhã

Penélope e Em Busca da Curitiba Perdida, de Estevan Silvera, e Balada do Vampiro, de Beto Carminatti e Estevan Silvera.

Três curtas-metragens feitos com autorização do escritor, que preservam o texto integral dos contos originais. Apresentação do cineasta Fernando Severo (diretor do MIS). Após a exibição será realizado debate com os diretores.

Quarta-feira

Guerra Conjugal, de Joaquim Pedro de Andrade.

Influência confessa no cinema do espanhol Pedro Almodóvar. Andrade, um dos maiores diretores do chamado Cinema Novo, entrelaça trechos e personagens extraídos de vários contos de Trevisan, que assina os diálogos. Apresentação do professor do curso de Cinema e Vídeo da Faculdade de Artes do Paraná, Fabio Francener Pinheiro.

Serviço

Mostra Dalton Trevisan no Cinema

Auditório Brasílio Itiberê (R. Cruz Machado, 138 – anexo ao prédio da Secretaria de Estado da Cultura). De hoje a quarta-feira, às 19h30. Entrada Franca.

Foram poucos os cineastas autorizados a colocar nas telas os textos de Dalton Trevisan – algumas adaptações existentes são clandestinas e não reconhecidas pelo escritor. A partir de hoje, o Museu da Imagem e do Som (MIS) abre a Mostra Dalton Trevisan de Cinema, que exibirá, sempre a partir das 19h30 e com entrada franca (veja programação completa no quadro ao lado), filmes de longa e curta-metragem que transpõem o universo do contista. Todas as sessões serão apresentadas por um convidado, sendo que a de amanhã contará com a presença dos realizadores, e será seguida de debate.

Segundo o diretor do MIS, Fernando Severo, a idealização da mostra estava no programa do espaço desde o começo do ano, e não tem relação com o aniversário de Trevisan (que completou 87 anos na semana passada) ou com as recentes premiações literárias (o escritor foi agraciado com os prêmios Camões e Machado de Assis). Todas as produções escolhidas se restringem a filmes autorizados pelo escritor, entre eles, apenas um longa-metragem (Guerra Conjugal, de Joaquim Pedro de Andrade). "Percebi que havia uma lacuna em nunca se ter exibido essas obras em conjunto, que devem ter algo especial por ele (Trevisan) ter autorizado, já que vigia rigorosamente o seu trabalho."

Trevisan permitiu que um número restrito de realizadores cinematográficos trabalhasse o seu universo ficcional, exigindo fidelidade absoluta ao que foi escrito, sem adaptações. "Ele autoriza desde que os contos sejam fielmente gravados, o que é difícil para o diretor. Soube que o (o cineasta Héctor) Babenco queria adaptar contos do Dalton, e ele não permitiu. Então, o Babenco acabou pegando um pouco do universo e fez uma espécie de paráfrase no filme O Rei da Noite (de 1975)", conta Severo.

Outra reflexão dos filmes da mostra é a influência que Dalton Trevisan imprimiu dentro no cinema. No caso de Guerra Conjugal, o universo do contista atingiu cineastas da estirpe do espanhol Pedro Almodóvar. "O Joaquim Pedro de Andrade já contou que o Almodóvar assistiu o filme em um festival em Barcelona, em 1975, e ficou louco. Pediu inclusive uma cópia pro Joaquim, e diz que o filme foi uma grande influência, se tornou um dos filmes de cabeceira do Almodóvar." No caso dos curtas, a peculiaridade é que os três foram dirigidos por Estevan Silveira, sendo que Balada do Vampiro teve parceria com Beto Carminatti. "O Estevan foi um dos únicos autorizados e privilegiado a fazer filmes com a obra de Dalton", destaca o diretor do MIS.

Curiosidade

Um Uísque Antes, Um Cigarro Depois, de Flávio Tambellini, comédia em três episódios, cujo segundo, Mocinha de Luto foi a primeira filmagem autorizada por Trevisan, foi gravado em Curitiba. Além de mostrar uma cidade diferente da atual (da década de 1970), o filme teve a participação da apresentadora Laís Mann, que estará na plateia e assistirá ao filme pela primeira vez, 42 anos depois. "Foi minha única experiência em cinema. Vai ser algo saudosista, de um tempo que foi muito bom na minha vida", conta Laís.

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