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Um dos pontos altos da mesa que reuniu Lawrence Wright e Robert Fisk foi o momento em que a mediadora, a jornalista Dorrit Harazim, incitou os participantes a entrevistar um ao outro. O americano Wright, vencedor do Prêmio Pulitzer por "O Vulto das Torres", começou perguntando ao britânico Fisk: "A América merecia ser atacada?".

O autor de "A Grande Guerra pela Civilização - A Conquista do Oriente Médio", considerado pela imprensa inglesa um "aparador de porta" por ter mais de mil páginas, sem pensar duas vezes, largou um "Essa é uma pergunta estúpida! Ninguém 'merece' ser atacado. Mesmo o Iraque não 'mereceu' ser atacado". Wright ficou visivelmente constrangido.

Fisk é um senhor de cabelos brancos que lembra o ator Michael Caine - na medida em que qualquer inglês de cabelos brancos, olhos claros e pele avermelhada é capaz de lembrar. Sua fala parece não conseguir acompanhar suas idéias. Ele solta palavras numa velocidade nervosa, mas porque domina o assunto Oriente Médio como poucos e sempre, sempre tem muito a dizer sobre qualquer coisa relacionada ao tema.

Quando começaram a responder perguntas do público, a mais recorrentes, segundo a mediadora, era "Onde está Osama Bin Laden?". Wright, que prepara um artigo para a revista "The New Yorker" sobre o serviço secreto americano, foi franco o suficiente para dizer que os EUA, provavelmente, não querem encontrá-lo. "Com todo o aparato tecnológico, os satélites, os homens e o poder bélico americano não é possível que eles não consigam rastreá-lo.

Fisk brincou dizendo que sabia onde Bin Laden estava, mas não onde ele está. O jornalista do "The Independent", de Londres, encontro o líder da Al Qaeda em duas ocasiões. A primeira delas, antes do 11 de Setembro, se desenvolveu como uma conversa civilizada que acabou aproximando os dois. Mais tarde, Bin Laden pediria para falar com Fisk e este disse que conseguiu enrolá-lo por pelo menos cinco semanas. "Eu não queria que ele achasse que bastava estalar os dedos para o "Independent" aparecer na sua porta."

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