As canções sobre a aventura errante na estrada e a bebedeira como estilo de vida deixam claro: a essência do Hillbilly Rawhide é a diversão. Essa era a ideia quando Osmar Cavera (contrabaixo), Mark Cleverson (violino e vocal) e Mutant Cox (voz, guitarra e violão) formaram o grupo de country alternativo em Curitiba, em 2003. Mas os 12 anos de fundação que a banda comemora com um show nesta quinta-feira (5), no Jokers, mostram que a coisa, em algum momento, ficou séria.
Desde 2007 com Joe Ferriday (piano e voz), Juliano Cocktail (bateria e cajón) e Marcos Traad (harmônica) completando a formação, o Hillbilly Rawhide faz hoje uma média de 12 shows por mês (4 deles no Jokers, onde tocam toda quinta), participa de licitações, lança produtos, emite nota-fiscal e tudo o mais. Dos seis discos lançados pelo grupo, quatro foram feitos sem leis de incentivo, bancados principalmente pelos recursos administrados pelos integrantes, que se dividem na condução de diferentes "departamentos".
Cleverson explica como os músicos saíram do bar diretamente para o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica. "O que mudou foi a mentalidade da banda", diz o músico. "A gente não imaginava que ia chegar nesse ponto. Mas teve que fazer isso para conseguir administrar as atividades e para ficar dentro da legalidade. Não tinha como um só cuidar de tudo."
Mas ele garante que a parte séria não interfere na alma do grupo. "Montamos a banda porque todos gostavam dessa country music de raiz e não tinha nenhuma banda que tocava isso por aqui. Mas o grupo foi bem aceito pelo público e cresceu até virar uma empresa ", conta o músico. "Só que continua sendo uma diversão para nós, porque continuamos tocando nosso repertório preferido, além das nossas canções."
EstiloO Hillbilly Rawhide se baseia na country music americana "de raiz" e incorpora influências de estilos como o bluegrass e o hillbilly. Suas referências vão de "Jimmie" Rodgers (1897-1933), um dos primeiros ídolos do gênero, a Hank Williams III (junto com o Sr. e o Jr.), passando por Waylon Jennings (1937-2002), Johnny Cash (1932-2003) e Willie Nelson ícones do "outlaw country", o subgênero que reforça o lado mais bronco do country. É deste universo que vem a inspiração para a sonoridade crua e para as canções da banda curitibana que falam sobre bebida, bares e estrada. A diferença é a paisagem: no lugar do Oeste americano, a BR-116 e os pinheirais. Ao invés dos famosos bares "honky-tonk", o Lino's Bar, no Barreirinha (ouça "Cavaleiros da Estrada" e "Honky Tonk Lino's", do disco "Ten Years On The Road", de 2013). O próximo clipe, "Cavaleiros da Morte", é inspirado no Cerco da Lapa durante a Revolução Federalista, em 1894. "Adaptamos a ideia do outlaw country para a cultura paranaense", diz Cleverson.
SHOWHillbilly RawhideJokers (R. São Francisco, 164), (41) 3324-2351. Dia 5, às 21h. R$ 15.
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