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Rodrigo Lombardi e Fúlvio Stefanini são dirigidos por Marco Ricca, em peça realista | Divulgação
Rodrigo Lombardi e Fúlvio Stefanini são dirigidos por Marco Ricca, em peça realista| Foto: Divulgação

Foi Paulo Autran (1922-2007) quem "descobriu" a peça A Grande Volta, um ano depois de ter sido escrita pelo belga Serge Kribus (em 2000). En­­­tusiasmou-se com o conflito de gerações entre pai e filho, agravado pelos fracassos pessoais de cada um deles, e se encarregou da tradução, com a intenção de montá-la.

Seu sucesso em Visitando o Sr. Green, porém, adiou o plano. Como a vida não lhe deu outra chance de realizá-lo, o texto acabou em mãos alheias. Marco Ricca assumiu, como diretor, a montagem que será apresentada no Teatro Fernanda Montenegro, neste fim de semana.Sem Autran, Fúlvio Stefanini se apossou do papel do patriarca, e está indicado ao Prêmio Shell pelo desempenho. Rodrigo Lombardi, com quem o ator veterano havia contracenado na novela Pé na Jaca, se incumbiu de interpretar o herdeiro.

Aturar

Boris, o pai, é um ator medíocre cuja "grande chance" de se erguer na carreira surge com um convite para atuar em Rei Lear, de Sha­­kespeare. Nesse entremeio, po­­­rém, um problema com o apartamento onde mora o faz passar um dia na casa do filho Henrique, um publicitário desempregado e recém-separado. A relação entre os dois não prima pela boa comunicação, e eles têm de aturar um ao outro.

"A exata natureza do conflito a gente não conhece, porque tem um terceiro fator inexistente, que é a figura da mãe", diz Lombardi. "A todo momento, se repete o conflito, a calmaria, a tentativa de resgate da relação e um novo conflito", conta. Ao longo desses ciclos, restará aos dois perceber que, embora tenham pontos de vista divergentes, são "praticamente a mesma pessoa".

Fúlvio diz ter sido atraído pela possibilidade de duas excelentes atuações que o texto oferecia. "O personagem tem uma vivência muito grande e alternâncias de humor. No fundo, é irreverente e anarquista, e o filho parece mais amadurecido do que ele."

O espetáculo sucede os personagens cômicos que viveu em Caixa 2 e Até Que o Sexo Nos Separe. "Meus últimos trabalhos não me exigiam tanto do ponto de vista técnico nem uma profundidade maior. Esse, vejo como mais intenso e desafiador", diz o ator, recordando de outro papel marcante em sua carreira: A Peça sobre o Bebê, de Edward Albee.

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