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O troféu tem formato de fruta, vale menos de US$ 5 e é pintado de dourado. Ninguém aparece para recebê-lo, apenas os corajosos.

A Framboesa Dourada, que chegou a sua 35ª edição na noite de sábado, celebra o que poucos querem lembrar nesta temporada glamurosa de prêmios do cinema: Hollywood é também uma fábrica de filmes ruins. O grande perdedor de 2015 foi o longa natalino cristão “Kirk Cameron’s Saving Christmas”, famoso por ter a pior avaliação do site IMDb.

“Nós somos o contraponto do Oscar. Eles pedem para ser satirizados! Eles fazem o show mais pomposo e presunçoso da terra”, disse o criador do prêmio, o publicitário John Wilson, vestido de Papai Noel para encenar um número da noite. “Mais filmes do tipo Framboesa são feitos [do que estilo Oscar], custam a mesma coisa e cobram a mesma coisa. Acho que alguma retaliação é razoável.”

Grandes nomes também não foram poupados. Bay ficou com pior direção por “Transformers: A Era da Extinção”, Fox com pior coadjuvante por “As Tartarugas Ninjas”, e Diaz com pior atriz por “Mulheres ao Ataque” e “Sex Tape - Perdido na Nuvem”. Já Grammer levou pior coadjuvante por quatro longas, incluindo “Transformers” e “Os Mercenários 3”.

Indicados e vencedores são determinados por votos de mais de 800 membros da organização Framboesa Dourada, espalhados pelos EUA e outros vinte países, que só precisam pagar a anuidade de US$ 40.

Pela primeira vez desde 1980, a festa foi aberta ao público (ingressos a US$ 25) e lotou um teatro de 900 lugares em Hollywood, a poucas quadras do Kodak Theater, sede do Oscar no dia seguinte.

O evento, que antes acontecia em salões minúsculos e com cartolinas presas nas paredes, cresceu sem perder o clima de improviso. Wilson diz que a novidade faz parte de seu projeto de levar a Framboesa à TV.

REDENÇÃO

Uma nova categoria foi adicionada, a Framboesa Redentora, para artistas indicados que conseguiram melhorar seus trabalhos -talvez para fazer as pazes com celebridades achincalhadas no passado. O prêmio, anunciado por uma freira crítica de cinema, foi para Ben Affleck.

“Queremos lembrar que ganhar uma Framboesa não significa o fim da carreira, eles ainda podem fazer coisas boas. Nós abraçamos obras de qualidade”, explicou Wilson, lembrando que Affleck foi dos péssimos “Contato de Risco” (2002) e “Demolidor - O Homem sem Medo” (2003) para os premiados “Argo” (2012) e “Garota Exemplar” (2014).

Affleck não deu as caras. Raríssimos são os que aparecem, como Halle Berry em 2005 (pior atriz por “Mulher-Gato”) e, em 2010, Sandra Bullock (por “Maluca Paixão”), que levou DVDs para distribuir à plateia. No dia seguinte, ficou com o Oscar por “Um Sonho Possível” (2009).

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