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Larry King entrevista a primeira-dama dos EUA, Laura Bush | Arquivo Gazeta do Povo
Larry King entrevista a primeira-dama dos EUA, Laura Bush| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

O artista plástico Frans Krajcberg, 86 anos, está revoltado com o estado de conservação de suas obras, instaladas no Espaço Cultural que leva seu nome, no Jardim Botânico, em Curitiba. Em agosto de 2006 ele esteve visitando o local e solicitou a devolução de suas obras, pois considerou-as "largadas, mal-conservadas, adulteradas e pouco visitadas". As 110 obras, de madeira em grande porte, foram doadas oficialmente ao município em 2005, com a inauguração do Espaço, mas estão na cidade desde 1995, quando o fotógrafo Orlando Azevedo promoveu a exposição "A Revolta", com obras do artista polonês. A mostra ocupou vários espaços culturais da capital, entre eles um pavilhão que a Secretaria de Meio Ambiente criou no Jardim Botânico para implantação de uma estufa de plantas, hoje o Espaço Cultural Frans Krajcberg.Com a insatisfação do artista, a Fundação Cultural de Curtibia (FCC) contratou o Centro de Conservação e Restauração (CECOR), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), considerado referência na América Latina, para fazer um diagnóstico da situação do acervo. O laudo está pronto e prevê a conservação e o restauro de alguns trabalhos e a criação de pedestais para proteger as obras, que atualmente estão em contato direto com o chão.

A medida, no entanto, não foi bem recebida pelo artista, morador de Nova Viçosa, litoral da Bahia. "Ninguém tem o direito de tocar em minhas obras, a não ser eu", disse ele, em entrevista por telefone ao Caderno G.

Antes de tomar qualquer decisão, a equipe da FCC pretende conversar com Krajcberg, em reunião prevista para acontecer no final deste mês de abril. O artista reconhece o convite, mas disse que prefere se acalmar. "Ainda estou muito machucado", comentou pro telefone. Além da insatisfação com o estado das obras, o artista confessa que imaginou um espaço com ambições mais amplas. "Deveria ser um espaço ecológico, onde as pessoas possam se encontrar para refletir sobre a devastação ao meio ambiente", reclama. Ele considera modelo o espaço cultural que recebeu em Paris. "É um espaço como nunca se viu. O mundo acordou, as pessoas estão vendo que precisamos parar de destruir", diz.

A direção da FCC espera que Krasjberg participe da reunião para definir um cronograma para as concretizações das propostas e apresentar alternativas, que podem incluir, a transferência do espaço cultural para outro local.

Sobre o espaço dedicado ao artista em Paris, o diretor da FCC, Paulino Viapiana diz que não vê grandes diferenças. "Em Paris, são recebidos 60 milhões de turistas ao ano, aqui recebemos um milhão. Além disso, não dá para comparar Curitiba com uma cidade em que há consciência ecológica de primeiro mundo", disse.

Enquanto o problema não se resolve, as obras podem ser visitadas de terça a domingo.

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Serviço: Espaço Cultural Frans Krajcberg (Rua Ostoja Roguski – Jardim Botânico) Tel.: 3218-2419. Visitação de terça a domingo, das 9h às 12h e das 13h às 18h. Ingressos a R$1 (domingos); entrada franca (quartas-feira e para crianças até 7 anos e idosos com mais de 60 anos); R$3 e R$1,50 (meia), nos outros dias.

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