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CD/DVD

Hyldon ao Vivo (foto ao lado)

Hyldon. Universal. Preço médio: R$ 22. MPB.

Há 35 anos, o Brasil foi varrido por uma onda "Hyldon", quando o soulman lançou um LP chamado Na Rua, na Chuva, na Fazenda. Várias faixas viraram sucesso nacional e são cantadas até hoje. Hyldon continuou sua trajetória, fiel a soul music. O que mudou – e que está visível no DVD e CD que está lançando agora – é que suas composições estão mais irreverentes e menos românticas. Neste último trabalho, que reúne algumas das velhas composições com as novidades dos últimos anos, percebe-se a transição feita pelo músico que estreou com visual e mensagem "paz e amor" e que hoje mostra composições mais sofisticadas, mas com a mesma ginga que o caracterizou: um bom exemplo disse é "Cuidado para não virar jazz".

Por que ouvir: Hyldon é o autêntico representante da soul music brasileira, que se apóia em um bom instrumental para executar um ritmo descontraído, que às vezes namora com o jazz. O CD e o DVD não frustam quem espera ouvir os grandes sucessos ("Velho Camarada", "Na Rua, na Chuva, na Fazenda", "Quando o Amor Chegar"), mas não se limita a nostalgia. Imperdível para quem quer ter em casa amostras de todas as facetas da música popular brasileira. (MS)

Revista

Mosaico na Rede Magazine (foto 1)

Nº 1, 2010 Português/Inglês. Gráfica e Editora I. Scherer Ltda. R$14,90.

A revista eletrônica Mosaico na Rede (www.mosaiconarede.com.br) completa um ano de atividades e ganha uma versão impressa, a Mosaico na RedeMagazine, única revista do Brasil sobre a arte de juntar pequenos fragmentos de maneira criativa. Bílingue, em inglês e português, a publicação editada em Curitiba pela mosaicista Magaly Floriano traz notícias sobre a prática do mosaico no Brasil e no mundo.

Entre os destaques da primeira edição está um perfil da mosaicista Bea Pereira, há nove anos à frente do Depósito da Ordem, um dos maiores ateliê-escola de mosaicos do país, localizado em Curitiba. O cartunista da Gazeta do Povo, Ademir Paixão, o Paixão, também é personagem de uma reportagem que revela que ele também anda se embrenhando pelo mosaico. Entre suas produções, está uma bela coletânea de dança flamenca em múltiplas cores.

Por que ler: Para os apreciadores e os praticantes da arte do mosaico que desejam conhecer o que mais de destaca na produção de mosaicistas do Brasil e do exterior. A revista, em cores e impressa em papel cuchê, é recheada de imagens e vem acompanhada de um molde com um desenho de Paixão. (AV)

CD 1

Reimagines Gershwin (foto 2)

Brian Wilson. Walt Disney Records, preço médio: R$ 32,90. Pop.

Disco simpático em que Brian Wilson, 68 anos, interpreta as canções de George Gershwin (1898-1937). O verbo "reimagina" no título é meio exagero. Embora tenha criado arranjos novos e tenha brincado com clássicos como "Summertime", a música ainda é mais Gershwin do que Wilson. O que não é ruim de maneira nenhuma.

Isso talvez ateste a força das composições do americano nascido no bairro nova-iorquino do Brooklyn com o nome de Jacob Gershowitz. A voz, no entanto, é de Wilson e faixas como "It Ain’t Necessarily So" e "’S Wonderful" ficaram lindas com o dedo do californiano que fundou os Beach Boys. A segunda, aliás, ganhou uma batida bossa nova irresistível. Um clima de praia no pôr do sol. Algo parecido se passa com o coro de "uh-uh-uhs" em "I Got Rhythm".

Preste atenção: há músicas que ficaram divertidas. É o caso de "They Can’t Take That Away from Me", quando aparece um coro engraçado repetindo os versos entoados por Wilson. O disco tem ainda momentos "cinematográficos", quando entram em cena violino e vibrafone (confira "Love Is Here to Stay"), piano ("I’ve Got a Crush on You"), ou violoncelo e cravo ("Someone to Watch Over Me", umas das mais lindas das 14 que fazem parte do álbum). (IBN)

CD 2

Tiger Suit (foto 3)

KT Tunstall. EMI. Preço médio: R$ 29,90. Pop/rock

Quem assistiu à comédia O Diabo Veste Prada, e não foram poucos, vai com certeza se lembrar de "Suddenly I See", tema de abertura do filme. A música tocou bastante nas rádios brasileiras e foi sucesso internacional. Assim como "Black Horse and the Cherry Tree", outro hit do álbum de estreia da escocesa KT Tunstall, Eye to the Telescope (2005). Depois de um segundo disco morno, que não alcançou grande repercussão, a cantora agora volta à cena com Tiger Suit, no qual ela mergulha de cabeça em sonoridades mais eletrônicas. Suas boas canções ganharam roupagem techno, por conta de arranjos bem dançantes de IAMX, projeto solo do Chris Corner, vocalista do Sneaker Pimps.

Por que ouvir: KT é uma talentosa compositora e cantora, que oferece ao público uma faceta mais leve, mas não menos interessante, que absorve elementos da eletrônicas mas não trai as origens pop/rock da artista. Valem destaque no CD o blues "Golden Frames", a chacoalhante "Glamour Puss" e "Madame Trudeaux", coassinada por Linda Perry, ex-4 Non Blondes que se tornou uma das compositoras mais requisitadas do pop atual. (PC)

Livro

Sabres e Utopias (foto 4)

Mario Vargas Llosa. Objetiva. 432 págs. R$ 49,90. Ensaio.

Sabres e Utopias revela o lado ensaísta o escritor peruano Mario Vargas Llosa que, desde o dia 9 de outubro, leva no currículo o fato de ser vencedor do Prêmio Nobel de Literatura.

Nesta coletânea, é possível conhecer o pensamento crítico de Llosa a respeito de política, direitos humanos, literatura, artes plásticas, economia e História. "O golpe de Estado é uma criação latino-americana, como a salsa e a margarita, porém muito mais mortífera do que estas." Mesmo a partir deste breve fragmento, a visão de mundo de Llosa já se evidencia. Ele ataca determinados motes, mas jamais deixa de rir, o que faz com que os textos ganhem leveza.

Por que ler: Mais do que falar sobre o nonsense que é, para ele, a vida ao sul do Equador, sobretudo no continente latino-americano, Llosa vale-se de qualquer mote para desenvolver teses. E, em geral, o escritor acerta a mão.

"O filósofo francês Michel Foucault chegou à deprimente conclusão de que ‘o homem não existe’, de que cada ser humano não passa de uma longa sequência de simulacros variados feitos, desfeitos e refeitos pelas circunstâncias variáveis da realidade na qual transcorre sua existência".

Deprimente?

Talvez, mas é um ponto de partida para questionamentos que, uma vez feitos, transformam o leitor em alguém mais consciente (do que era antes da leitura). (MRS)

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