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CD/DVDBring Me Home – Live 2011Sade. Sony Music. R$ 64,90. Pop.

Nascida na Nigéria e criada em Londres, a premiada cantora Sade Adu, ao longo de suas quase três décadas de carreira, nunca teve pressa. Até hoje, lançou apenas seis discos de inéditas, com longos intervalos entre um e outro – do penúltimo Lovers Rock (2000) ao mais recente e bem-sucedido Soldier of Love (2010) passaram-se dez anos. O mesmo ritmo tranquilo é seguido por ela e sua banda quando o assunto é pegar a estrada rumo a turnês.

A mais recente excursão, Sade Live World Tour, foi realizada no ano passado e contou com 54 shows pela América, Europa, Austrália e Ásia – passou pelo Brasil em outubro, na primeira visita da cantora ao país.

Produzido e dirigido pela cineasta inglesa Sophie Muller, o show foi registrado em vídeo e deu origem ao CD/DVD Bring Me Home – Live 2011, lançado há poucas semanas no mercado brasileiro. Com impressionantes efeitos visuais (devidamente copiados pela brasileira Marisa Monte em sua mais nova turnê), o show conta com canções recentes, entre elas as ótimas "Soldier of Love" e "In Another Time", e hits como "Your Love Is King", "Kiss of Life", "Smooth Operator", "Paradise", "The Sweetest Taboo" e "No Ordinary Love".

Preste atenção: Além do show, o DVD traz um documentário de 20 minutos sobre os bastidores da turnê, com imagens raras da reclusa Sade fora do palco e em momentos de intimidade. Imperdível. (JG)

Exposição 1968. Tempos IncômodosGaleria da Caixa (R. Conselheiro Laurindo, 280), (41) 2118-5114. Visitação de terça-feira sábado, das 9 às 20 horas, e aos domingos, das 10 às 19 horas. Entrada franca.

A Caixa Cultural, em Curitiba, abriga em sua galeria, até o dia 12 do mês que vem, imagens do fotógrafo alemão Michael Ruetz. Mesmo sem ter a mesma fama de profissionais norte-americanos, suas fotografias marcaram época, mais especificamente, o movimentado ano de 1968, um dos mais intensos politicamente na então República Democrática Alemã (RDA). No total, são 43 imagens, todas em preto e branco, trazidas pelo Goethe Institut. O mais interessante no conjunto de registros de Ruetz é a variedade de temas, que registram tanto a vida oficial (como reuniões e movimentos estudantis) até banalidades do cotidiano. O fotógrafo também não foi um ativista: ele mostra tanto a violência policial em relação ao movimento estudantil como os próprios agentes no papel de vítimas. Ruetz estava sempre em lugares centrais daquele momento político, mas não buscava apenas o acontecimento decisivo, e se preocupava com a qualidade artística do resultado final.

Preste atenção: Nas fotografias dos campos de concentração de Auschwitz. Uma das imagens traz, em primeiro plano e anos depois, o único sobrevivente do campo 1, retratado por Ruetz em 1968. (IR)

Livro 1E Se Contorce Igual a um Dragãozinho FeridoLuiz Felipe Leprevost. Arte & Letra, 120 págs., R$ 25. Romance.

O quinto livro do curitibano Luiz Felipe Leprevost, E Se Contorce Igual a um Dragãozinho Ferido, é uma história de amor que se passa entre a fria capital paranaense e a cidade maravilhosa. O protagonista vai e vem, ressaltando as características típicas que separam os comedores de pinhão dos bebedores de coco gelado. Além da alternância espacial, as mudanças temporais envolvem ainda uma dualidade de estilo, que ora é prosa, ora poesia. No enredo, Júlio conhece Nanda e vê nela uma onda de calor pela qual ansiava. A inadequação dele é evidente, de sapatos na praia, mas o romance tórrido logo os arrebata. Vivendo um relacionamento baseado na paixão, eles, no entanto, não conseguem ficar juntos, e passam por diversos fins. Afinal, "água oxigenada e carne viva só convivem bem depois do primeiro minuto" – mas esperar esse minuto passar se prova muito dolorido.

Preste atenção: Em trechos do romance, como este a seguir: "Você corre, mas uma nuvem de passados negros o acompanha, como fossem uma dezena de pássaros. Isso. E os pássaros são o teu amor ferido. E o teu amor ferido é um clichê portátil." (HC)

InternetBlog Orelha do Livrowww.orelhadolivro.com.br

O blog da jornalista curitibana Mariana Sanchez é constantemente atualizado e funciona como uma espécie de agenda da vida literária, principalmente da capital e, esporadicamente, do interior do estado. Os eventos mais interessantes da área, como debates, palestras e oficinas são apresentados e, em muitos casos, comentados, já que a autora é frequentadora assídua. Não é um espaço para a crítica literária, mas sim para leitores compartilharem impressões e manias. Em alguns posts, ela envereda pelos comentários e sugestões de leituras.

Preste atenção: Nas dicas de leitura e comentários sobre escritores latino-americanos e autores locais. A blogueira se mantém atenta à produção de escritores paranaenses e divulga com frequência os lançamentos de livros e periódicos produzidos por aqui. No caso dos latino-americanos, ela é especialmente atenta à produção argentina. (MS)

Livro 2Desde Que O Samba É SambaPaulo Lins. Planeta, 336 págs., R$ 39,90.

Quinze anos depois de lançar Cidade de Deus, famoso por sua adaptação para o cinema, o carioca Paulo Lins publica Desde Que O Samba É Samba. Figuras reais, como o músico Ismael Silva e o modernista Mário de Andrade, interagem com complexos personagens fictícios da boemia do Largo do Estácio, no Rio de Janeiro, da passagem da década de 1920 para 1930, em um relato instigante sobre a invenção do samba, a fundação da primeira escola de samba do país e a criação da Umbanda – tudo fundamentado por pesquisa histórica e uma narrativa que se aprofunda na reflexão sobre a revolução cultural liderada pelos negros no período.

Preste atenção: Questões sobre a arte e a vanguarda, a poesia e a religião são tratadas de forma sensível em meio a uma trama de violência e prostituição – esta, retratada em um tom erótico forte e realista. (RRC)

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