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Livro 1O Álbum de BerzinOrganização de Fabiana Bruce da Silva. Editora Cepe. 251 págs. R$ 60. Fotografia.

Alexandre Berzin (1903-1979) está para Pernambuco como Pierre Verger (1902-1996) está para a Bahia. Estrangeiros – Berzin nasceu na Letônia e Verger era francês –, souberam captar com suas máquinas fotográficas o dia a dia das pessoas, as ruas, as casas, o crescimento das cidades. Fizeram verdadeiras investigações antropológicas e culturais de Recife e Salvador, respectivamente. Nascido em Riga, Berzin chegou ao Brasil em 1927, com 24 anos de idade. Desembarcou em Belém (PA) para trabalhar na casa fotográfica montada pelo italiano Filippo Fidanza. Em 1928, seguiu para Recife para atuar na filial da empresa. Na capital pernambucana, montou seu próprio negócio. Em seu trabalho de campo, colheu imagens de estivadores, pescadores, dançarinos de frevo e vaqueiros. "Uma boa fotografia não se faz por si, mas deve ser obtida com sentimento", disse, certa vez.

Preste a atenção: Os ângulos, os enquadramentos, as perspectivas e as sombras "duras" nas fotos de Berzin podem até remeter para uma obra tradicional, mas é possível ver a influência de Henri Cartier-Bresson, com a escolha do momento mágico, e do russo Alexander Rodchenko, com suas composições diagonais. (RMM)

Livro 2O Tubarão de 12 Milhões de Dólares – A Curiosa Economia da Arte Contemporânea Don Thompson. Bei. 408 págs., R$ 65. Arte.

Nas últimas décadas, tornaram-se cada vez mais comuns os anúncios de obras de arte que são vendidas por cifras milionárias. Os motivos das valorizações são explicados do ponto de vista econômico pelo autor, que traz detalhes curiosos sobre esse mercado, partindo da venda da obra do artista Damien Hisrt, um dos precursores da chamada shock art. Ele usou um tubarão de cinco metros de comprimento e duas toneladas para a obra A Impossibilidade Física da Morte na Mente de Alguém Vivo. O jogo financeiro e sobretudo o marketing e a preparação da marca de um artista são alguns aspectos envolvidos neste universo, cujo hall dos grandes colecionadores é restrito. Thompson enfatiza também o papel decisivo das casas de leilão. O fato de uma venda ocorrer na Christie’s ou na Sotheby’s, por exemplo, ajuda a agregar um valor ainda maior a um trabalho artístico.

Preste atenção: No capítulo dedicado ao colecionador Charles Saatchi. Famoso publicitário de Londres, ele é um dos nomes mais reconhecidos em qualquer lista de compradores. Suas aquisições, inclusive, garantem fama instantânea ao artista. Saatchi foi quem ajudou a inventar o personagem Damien Hirst dentro do mundo artístico, por conta de sua afinidade com a shock art. Thompson conta que aspectos da vida pessoal de Saatchi (como o de ser casado com a apresentadora e autora de um programa culinário, Nigella Lawson), contribuem para aumentar ainda mais o brilho de sua marca. (IR) ,

TeatroLonge – Sobre o Amor, Sobre DistânciasTeatro Novelas Curitibanas (R. Carlos Cavalcanti, 1.222 – São Francisco), (41) 3321-3358. Hoje, às 20 horas. Entrada franca. Classificação indicativa: 18 anos.

Termina hoje a temporada do novo trabalho da companhia curitibana Obragem. Longe – Sobre o Amor, sobre Distâncias, em cartaz no Novelas Curitibanas, entrelaça três histórias de amor, num ritmo bastante lento, que surpreende em determinados pontos: aqui numa música dançada de maneira peculiar, ali em frases projetadas na parede, acolá numa citação imagética do quadro O Grito, de Edvard Munch.

Por que ver? Em seus dez anos de existência, o grupo vem desenvolvendo pesquisas que unem as artes visuais à narrativa teatral, com preocupações estéticas rigorosas. Esta última peça enfatiza as relações humanas e a memória mais do que acontecimentos. Por isso, cada espectador sai com uma versão própria das tramas na cabeça. O foco está na representação e nos movimentos, dentro da linha do teatro físico trabalhada pela companhia. Ou seja, é um trabalho que vale, no mínimo, por apresentar uma nova pesquisa de linguagem. (HC)

CDEstrada pro SolTupiniquin. Independente/Tratore. Preço médio: R$25. Pop-rock.

Com um desconhecido primeiro disco na carreira, o músico paulista Jorge Sampaio Tupiniquin lança Estrada pro Sol. Com dez faixas, o álbum levou dois anos para ser concluído, e tem a bem feita produção assinada por Dustan Gallas e Rian Batista, responsáveis pela gravação da maioria dos instrumentos ao lado do baterista Samuel Fraga e do próprio Tupiniquin.

Por que ouvir? O disco é pontuado por boas canções, com vocação pop para atrair o ouvinte ao seu percurso irregular, porém rico em detalhes, climas e ambientes interessantes. Um exemplo é a própria faixa de abertura do disco, "Grávida", que se apresenta com uma curiosa sonoridade oriental para crescer até um refrão poderoso, e ser seguida pelo clima disco de "Soldados do Sol", pelo peso da roqueira "Amor, Coragem", a leveza retrô de "Acácia Amarela" (que tem participação de Juliana R.) e o climático universo afro-brasileiro em "A Roda Lunar". (RRC)

SiteMudaRockwww.mudarock.com.br

Em março deste ano o site MudaRock lançou uma campanha para incentivar os seus seguidores a plantar em árvores ao mesmo tempo que baixam músicas do rei do rock, Erasmo Carlos. O site reuniu bandas que estão em ascensão e pediu para que gravassem videoclipes de releituras de músicas do Tremendão. Até o mês de junho, as bandas gaúchas Cachorro Grande, Fresno e a curitibana Sabonetes já haviam publicado suas versões.

Preste atenção: Sonoramente, as releituras são muito boas e é possível perceber que os grupos capricharam nos arranjos das canções. Por outro lado, nem todos os clipes agradam e cativam tanto quanto as próprias músicas. Entre os três vídeos – "Sou Uma Criança, Não Entendo Nada" (Cachorro Grande), "Sentado à Beira do Caminho" (Fresno) e " Vem Quente Que Eu Estou Fervendo" (Sabonetes) –, o único que chama a atenção pela produção e pela originalidade é o da Sabonetes. Os curitibanos conseguiram unir a ideia principal da letra a um duelo feminino. Em um ringue montado para disputas, belas mulheres trocam socos e pontapés com os integrantes da banda e, no fim, elas saem campeãs. (LC)

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