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Exposição

Casa Andrade Muricy

Individuação – de André Favilla. O Um e os Muitos – de Guita Soifer. Considerar a Margem – de José Roberto da Silva. Individual – de Maikel da Maia. 3ª a 6ª, das 10h às 19h; sáb. e dom., das 10h às 16h. Al. Dr. Muricy, 915, (41) 3321-4816. Até 3 de julho.

O ano começou, de fato, na semana passada na Casa Andrade Muricy com a abertura de cinco exposições espalhadas pelo edifício. No térreo, intrigam o visitante as telas que, de longe, parecem desenhos feitos a mão com temática botânica. Basta se aproximar das obras do paulista André Fá­­villa, no entanto, para verificar que as figuras são formadas, na verdade, por centenas de blocos de informação gráfica feitos no computador.

Os universos de um menino e de uma menina se relacionam nas duas séries de gravuras em metal produzidas pelo paranaense Mai­kel da Maia. São obras em preto e branco que, ao mesmo tempo em que exibem uma materialidade que as aproximam da pintura, têm um lirismo trazido pela presença das figuras infantis e suas coisas. No térreo estão ainda os trabalhos de José Roberto Silva pautados em suas considerações sobre as margens do papel.

Suba: É no andar superior que está a obra da curitibana Guita Soifer que imediatamente seduz o visitante: uma mesa comprida onde estão dispostas inúmeras encadernações que, mesmo juntas e em grande quantidade, preservam a individualidade inerente às obras de arte. A artista também apresenta gravuras de outras fases de sua trajetória. (AV)

DVD

O Primeiro Que Disse

Itália, 2010; Direção de Ferzan Ozpetek. Imovision. Classificação indicativa: 14 anos. apenas para locação. Comédia dramática.

O cineasta turco Ferzan Ozpetek, radicado na Itália, onde vem construindo uma sólida carreira, recorre mais uma vez a convenções do melodrama clássico nesta saborosa comédia dramática. O diretor dos ótimos Um Amor Quase Perfeito e A Janela de Frente revisita um tema central em seu cinema: a família. O astro italiano Riccardo Scamarcio (de Meu Ir­­mão É Filho Único) vive o papel principal, Tommaso Cantone, um dos herdeiros de uma família burguesa, dona de um tradicional pastifício em Lecce, cidade histórica no sul da Itália. Ele chega de Roma, onde teria estudado Economia, de surpresa, e pretende fazer um anúncio bombástico: na verdade, estudou Letras, não quer mexer com os negócios da família, deseja ser escritor e é gay. O que ele não imagina é que seu irmão mais velho, Antonio (Alessandro Preziosi), vai aproveitar a ocasião para sair do armário antes dele.

Por que assistir? Em O Primeiro Que Disse , Ozpetek discute os conflitos morais e psicológicos de Tommaso, que se relacionam com um trauma vivido pela avó na juventude. Ele, no fundo, não consegue se impor frente a sua família, mesmo quando tenta fazer o irmão voltar a ser aceito pelos pais. O interessante é que o diretor fala de tudo isso de forma ao mesmo tempo engraçada e emocionante. (PC)

Revista

Status

Editora Três. 178 págs. R$ 14,90.

Depois de 14 anos, a Status volta às bancas mais informativa e sem o erotismo da sua primeira encarnação. Com a modelo Fernanda Tavares na capa e também em ensaio, a revista mensal da Editora Três entra no mercado para competir com Alfa (Abril) e GQ (Globo). Na prática, as três se parecem bastante, investindo muito em matérias de estilo, consumo e comportamento. Se você tem problemas para entender por que homens gostam de motos, carros e afins, vai achar a revista (as três, na verdade) um pouco entediante. Do ponto de vista gráfico, a Status parece sair na frente das outras duas. A identidade criada para a publicação, a organização dos assuntos e até o sumário são eficientes.

Preste atenção: Nos textos, é visível a disposição de oferecer matérias inusitadas – como a da repórter que ficou de calcinha e top para poder entrar em um clube barra-pesada de Berlim e a da jornalista que foi chamada para fazer parte do projeto WikiLeaks. São reportagens relativamente curtas e fluentes. O ponto alto é o texto sobre a guerra do narcotráfico no México, com fotos assombrosas. (IBN)

Site

Paraná Cine

www.paranacine.com.br

O site Paraná Cine, projeto idealizado pelas jornalistas Daniele Rodrigues e Kamila Rutkosky, tenta resgatar a produção centenária do cinema paranaense. Foram publicados trabalhos acadêmicos, livros, entrevistas, trailers e filmes produzidos no estado, que podem ser acessados gratuitamente. Boa parte do material conseguido foi garimpado pelas jornalistas, que fizeram contato com cada cineasta ou pesquisador. Outra vantagem é que a página traz uma biografia completa sobre os profissionais que atuam no cinema paranaense. A página também divulga notícias de eventos e cursos sobre cinema em Curitiba. A produção do site é independente e não conta com patrocínios.

Por que navegar? Filmes que marcaram a história do cinema paranaense podem ser assistidos pelo site, como Pátria Re­­dimida, de João Baptista Groff (1930) e Visionários, de Fernando Severo (2002). Produções recentes, como curtas-metragens de Marcos Jorge (de Estômago) estão no site. Também é possível conhecer a produção de novas revelações do cinema do Paraná, grande parte oriundos do curso de Cinema e Vídeo da Faculdade de Artes do Paraná (FAP). As primeiras produções de cineastas que já produzem no Paraná desde a década de 1980 (como Beto Carminatti) também podem ser assistidas. (IR)

Livro

Pornofantasma

Santiago Nazarian. Record, 320 págs. R$ 44,90. Contos.

Pornofantasma é o primeiro livro de contos do jovem escritor San­tiago Nazarian. Dotado de um estilo singular, que mescla cultura pop, como jogos de videogame e filmes de terror, a uma narrativa sólida que não tropeça em suas próprias referências, Nazarian é considerado hoje uma das grandes promessas da nova geração de autores brasileiros.

Por que ler? O conto que dá nome ao livro conta a história de Jefferson, um homem transtornado pela perda de seu filho, Victor, que morreu de overdose aos 16 anos. Anos após a morte de rapaz, o homem encontra em um site pornô um ator que se parece em muito com o filho, e parte numa busca obsessiva e sufocante pela verdade. Misturando o ritmo de thriller policial com doses humor negro, o autor atinge um patamar tragicômico pouco visto na literatura atual. A primeira frase do conto, a reação de uma amiga de Jefferson ao ver a foto do ator que supostamente seria Victor, ilustra bem o tipo de humor de Nazarian: "Jesus, tire essa meleca de cima do meu bolinho de arroz". (YA)

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