• Carregando...
 |
| Foto:

DVD 1

O Homem de La Mancha

Estados Unidos, 1972. Direção de Arthur Hiller. Versátil. Preço médio: R$ 44,90. Musical.

A Versátil, em parceria com a Metro-Goldwyn-Mayer, lança no Brasil em DVD o até hoje inédito O Homem de La Mancha, adaptação cinematográfica do célebre musical da Broadway baseado em Dom Quixote de La Mancha, o clássico de Miguel de Cervantes. O grande Peter O’Toole (de Lawrence da Arábia), como o cavaleiro delirante que combate moinhos de ventos, e Sophia Loren (de Duas Mulheres), no papel da desejada Dulcinéia, têm atuações espetaculares.

No filme de Arthur Hiller (de Love Story), há um ensejo metalinguístico, fazendo de Cervantes um personagem. Durante a Inquisição, o escritor é encarcerado como herege, por propagar pensamentos "subversivos". Jogado em um calabouço, ocupado também por ladrões e assassinos, ele é "julgado" pelos demais prisioneiros. Para se defender, conta a história de um homem que passa os dias e as noites lendo e só consegue ver a injustiça e a trapaça triunfarem. Ele se torna um cavaleiro errante, conhecido como Dom Quixote de La Mancha, que decide lutar contra as injustiças do mundo.

Ouça: Indicada ao Oscar, a trilha sonora traz a famosa música "The Impossible Dream", que fez muito sucesso no Brasil na versão gravada pela cantora Maria Bethânia, "Sonho Impossível". (PC)

CD 1

Contos de Água e Fogo

Nenhum de Nós. Imã Record. Preço médio: R$ 25. Pop.

A banda gaúcha Nenhum de Nós, que surgiu em 1986, grava o seu 14.º álbum, Contos de Água e Fogo. Muito mudou nesses 25 anos. O trio se expandiu e hoje é um quinteto. Do primeiro álbum, com o nome do conjunto, de 1987, a canção "Camila, Camila" tocou em rádios e tornou o nome Nenhum de Nós conhecido em todo o Brasil. Cardume, álbum de 1989, rendeu outra música bem-sucedida: "Astronauta de Mármore", uma versão de "Starman", clássico de David Bowie. Desde então, eles seguiram a gravar, mas o mercado mudou, os discos de vinil foram substituídos por CDs, vieram a pirataria, a internet, e aqui estamos, em 2011.

Interessante: As 13 músicas de Contos de Água e Fogo são quase todas baladas suaves, a voz de Thedy Corrêa é agradável, mas não há nenhum momento surpreendente. O álbum pode funcionar como "música ambiente", o que já é um grande acerto, ainda mais em um cenário musical (o de hoje, no Brasil) formado por muitas aberrações e sonoridades toscas. O que sobressai são as letras, flertes com poesia e com a oralidade. (MRS)

Livro

A Gata ou Como Perdi a Eternidade

Jutta Richter. Ilustrações de Rotraut Susanne Berner. Tradução de Daniel R. Bonomo. Editora 34. 72 págs. R$ 34. Infantil.

Na disciplinada sociedade alemã, regida pela razão e pela pontualidade, o trabalho da escritora Jutta Richter com A Gata ou Como Perdi a Eternidade se torna importante. Vencedora de diversos e importantes prêmios da literatura infantil, Richter conta a história de Cristine, uma menina de 8 anos que está mais interessada em descobrir o mundo por seus próprios olhos do que chegar pontualmente à escola. Todos os dias pela manhã, a caminho das aulas, ela para e conversa com uma gata convencida que vai lhe ensinando sobre o mundo dos adultos com ares de sagacidade, embora às vezes seja também cruel e insensível com Cristine.

Preste atenção: Note como suas opiniões sobre seus vizinhos, o carteiro Waldemar Buck e o menino deficiente Pug, são duramente rechaçadas pela gata, e aos poucos ela percebe que não deve dar ouvidos a tudo o que ela diz. A ilustradora Rotraut Susanne Berner desenha suas impressões a cada capítulo com imagens tanto estranhas quanto curiosas. Um livro sensível sobre o desenvolvimento da capacidade infantil de discernir entre o certo e o errado baseado em suas próprias percepções. (YA)

CD 2

Blood Pressures

The Kills. Domino Records. Importado. Preço médio: US$ 8. Rock.

Havia quem duvidasse de que o duo The Kills sobreviveria ao recesso de três anos no qual a vocalista Alison Mosshart gravou dois álbuns com o The Dead Weather (banda ao lado de Jack White). Uma única audição de Blood Presssures, o recém-lançado quarto álbum da dupla, é suficiente para provar que essas mudanças de ares só fizeram bem à sonoridade da banda.

Por que ouvir? Mais lentas que as do trabalho anterior – o festivo Midnight Boom (2008), as novas canções trazem uma Alison mais confiante, dominando as faixas com sua voz sexy e estilo despachado. Mas as melodias continuam construídas a partir dos riffs garageiros e poderosos da guitarra de Jamie Hince. É assim na inebriante "Future Starts Slow", que abre o disco. O blues sujo de batida eletrônica também marca presença em "DNA", "Damned If She Do", "Pots and Pans" e "You Don’t Own the Road". Há ainda espaço para doçura e melodia na bela vinheta "Wild Charms", na quase balada "Baby Says" e na nostálgica "The Last Goodbye". (JG)

Internet

Teatro Jornal

http://www.teatrojornal.com.br.

O jornalista Valmir Santos traz em seu blog Teatro Jornal não apenas informações sobre montagens recentes, mas também tendências da cena brasileira. Nesta semana, ele posta sobre a relação do grande número de grupos que vêm surgindo no país com os departamentos de pós-graduação em artes cênicas de universidades em diferentes estados.

Na análise de Santos, as principais ousadias no teatro nacional hoje derivam de pesquisas conjuntas entre professores e alunos criadores.

Fique atento: O crítico coloca em seu site, à disposição dos interessados, a íntegra dos relatos colhidos dos acadêmicos Nina Caetano (Universidade Federal de Ouro Preto), Thais D’Abronzo (Universidade Estadual de Londrina), Marcos Barbosa (Universidade Federal da Bahia), Fernando Villar (Universidade de Brasília), André Carreira (Universidade do Estado de Santa Catarina), Antônio Araújo e Luiz Fernando Ramos (Universidade de São Paulo).

Presente na cobertura da edição 2011 do Festival de Curitiba, Valmir avaliou um grande número de espetáculos, sobre os quais escreveu extensas críticas, que podem ser lidas no blog. (HC)

DVD 2

Abutres

Argentina, 2010. Direção de Pablo Trapero. Paris Filmes. Drama. Apenas para locação.

Após Leonera (2009), o diretor Pablo Trapero apresenta outro drama calcado nas questões sociais da Argentina. O letreiro que antecede o longa policial Abutres informa: naquele país, morrem todo ano mais de oito mil pessoas em acidentes de trânsito. Diante dessa situação e, como consequência da cultura da corrupção que, bem sabemos, não é privilégio argentino, proliferam-se os caranchos, advogados que, como abutres, estão a postos nos hospitais à espreita de vítimas para acionar as empresas de seguro e receber, em troca, boa parte das indenizações. Sosa (Ricardo Darín, O Segredo de Seus Olhos) é um carancho que, na tentativa de reaver sua licença cassada e viver em paz ao lado da médica Luján (Martina Gusman, de Leonera), vai tentar passar a perna em seus colegas picaretas.

Por que ver? Desde o início, não se espera redenção para o casal envolvido até a medula com o cotidiano cruel das ruas de Buenos Aires – o que pode ser visto como o viés negativo deste filme que prima pela alta voltagem de realidade e o belíssimo trabalho dos atores, mas acaba por emparedar seus protagonistas em um naturalismo que vem se tornando fórmula fácil em alguns cinemas de autor. (AV)

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]