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Blu-Ray

Chinatown

(Chinatown. Estados Unidos, 1974). Direção de Roman Polanski. Com Jack Nicholson, Faye Dunaway e John Huston. Paramount. 131 min. Classificação indicativa: 12 anos. Locação e venda. Preço médio: R$ 69,90. Policial.

Na esteira do sucesso mundial de O Bebê de Rosemary (1968), o cineasta polonês Roman Polanski atingiu o ápice de sua carreira em Hollywood com esta genial releitura do gênero noir, que completa 40 anos de seu lançamento. Jack Nicholson, em uma de suas melhores atuações, brilha como o detetive particular Jake Gittes, uma releitura dos investigadores presentes nos romances de Dashiell Hammett e Raymond Chandler. O personagem é contratado para investigar um caso de corrupção nos bastidores administrativos de Los Angeles, mas acaba envolvido em uma rede bem mais complexa, e perigosa, de sordidez que o aproxima de Evelyn, uma bela socialite com segredos muito particulares.

Você sabia? Indicado a onze Oscars, Chinatown deu a Robert Towne a estatueta de melhor roteiro original por sua inspirada incursão em um gênero cinematográfico do passado sem parecer apenas uma homenagem. Esta edição comemorativa traz, como brinde, um pôster do filme. (PC)

Livro 1

Matrizes Impressas do Oral: Conto Russo no Sertão

Jerusa Pires Ferreira. Com traduções de Boris Schnaiderman. Ateliê Editorial, 224 págs. R$ 57. Ensaios.

A grande nação russa como um imenso sertão. Neste livro muito original, a pesquisadora paulistana toma os contos populares russos e os reinventa no nordeste brasileiro, em textos e imagens.

Jerusa Pires Ferreira cruza observações teóricas sobre a oralidade dos textos russos, que também eram originalmente impressos em pequenos livrinhos feitos à mão, e transpõe sua mitologia poética para o universo da narrativa oral sertaneja, que se transformou na literatura de cordel.

O intrigante conto "O Conto de Czar Saltan", de Alexander Pushkin, por exemplo, é transformado e expandido em um cordel cheio de humor e rimas do agreste.

Em outros contos, a autora acha pontos em comum entre o comportamento e o humor russos na Bahia. Alguns dos textos tiveram tradução do original russo feita por Boris Schnaiderman, marido de Jerusa.

Por que ler? A autora sabe revelar os mecanismos peculiares das construções literárias e culturais de latitude diversas e consegue perceber com minúcia e erudição surpreendentes pontos de convergência. (SM)

CD 1

Dom Paulinho Lima

Dom Paulinho Lima. Universal Music. R$ 21,90. Soul.

Quem acompanhou a segunda edição do The Voice Brasil, exibida em outubro do ano passado pela Rede Globo, com certeza sentiu um pesar pela saída do paulistano Dom Paulinho Lima, eliminado do programa antes das finais. A boa notícia é que, mesmo não tendo saído vencedor do concurso, o cantor gravou um CD pela Universal Music.

No trabalho, é possível encontrar as músicas que o artista cantou no programa, como "Let’s Get It On" (Marvin Gaye), tema de sua primeira e impressionante performance, e "BR-3" (Tony Tornado), que ganhou uma versão ainda mais soul/black na voz de Paulinho.

As músicas já apresentadas ao público, aliás, são as melhores do disco, que deixa evidente a capacidade vocal do artista e a beleza de sua voz rouca.

Detalhe: Também vale dar uma espiada no encarte do CD, ilustrado com fotos que revelam todo o estilo de Dom Paulinho – sempre bem apanhado, de terno, com seu chapéu e bengala a tiracolo. (LH)

CD 2

Coisa Boa

Moreno Veloso. Pommelo. R$ 24,90. MPB.

Solo, mas novamente às voltas com parceiros de longa data, como Domenico Lancelotti e Kassin, com quem forma o projeto +2, e Rodrigo Amarante, companheiro do Orquestra Imperial, Moreno Veloso partiu de uma canção de ninar para abrir o universo leve e doce de Coisa Boa, disco que chega às lojas na segunda quinzena de junho.

A faixa-título era uma melodia que o cantor cantava para seus filhos, a quem o disco é dedicado.

O trabalho tem participação da cantora japonesa Takako Minekawa, co-autora de "Onaji Sora" ("O Mesmo Céu", em português), gravada em Tóquio durante uma turnê do filho de Caetano Veloso.

Por que ouvir? Além de seu clima irresistível construído desde a ótima foto da capa, que retrata Moreno e seus amigos sentados em uma balaustrada na Praia do Porto da Barra, em Salvador (BA) – mas cujo "punctum" é um menino sozinho olhando o mar –, Coisa Boa traz canções inspiradas e uma sonoridade muito bem resolvida entre os elementos modernos e os da música mais tradicional, como em "Um Passo à Frente" e "Não Acorde o Neném". (RRC)

Livro 2

A Noite dos Mortos-Vivos

John Russo. Tradução de Lucas Magdiel. Darkside, 320 págs., R$ 39,90. Horror.

Especializada no mercado literário de horror, a editora Darkside lançou recentemente a novelização do clássico A Noite dos Mortos-Vivos (1968). O filme, que consagrou o cineasta George A. Romero, foi responsável por sepultar os zumbis como antagonistas no imaginário mundial.

A adaptação, escrita pelo roteirista John Russo na década de 1970, segue os mesmos passos da trama original. Em uma casa de campo isolada, um grupo de pessoas precisa sobreviver a uma horda de mortos-vivos famintos. Repleto de alegorias raciais, o texto não perde o tom crítico imposto pelo filme em 1968.

Russo, aliás, foi responsável por dar sentido ao argumento de Romero e é frequentemente esquecido pelos entusiastas do clássico. Na apresentação do livro, o autor comenta o processo de produção do roteiro, visto como despretensioso no início, mas que foi ganhando força com a crença dos produtores no projeto.

Por que ler? Além do romance A Noite dos Mortos-Vivos, a publicação da Darkside também apresenta A Volta dos Mortos Vivos, que dá sequência à trama do filme original. A ideia de Russo era criar um roteiro para uma continuação, que nunca saiu do papel. (RS)

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