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Livro infantilDiário de um BananaJeff Kinney. Tradução de Antonio de Macedo. Editora V&R, 218 págs. Preço médio: R$ 34,90. Infantil

A história de Greg Heffley, de 13 anos, é como a dos garotos da sua escola. O incomum é que ele aparece nos livros e filmes Diário de um Banana. Esse apelido não está bem explicado, mas acho que é porque ele não é popular no colégio dele. Greg tem pais separados e a mãe (com quem ficou) se casou pela segunda vez. E isso fez com que ele tivesse mais dois irmãos, Rodrick e Many Heffley. O personagem também tem um amigo chamado Rowley Jefferson, o parceiro de Greg para todas as suas trapalhadas, como no Dia das Bruxas, quando eles foram perseguidos por uma picape cheia de adolescentes por causa de suas roupas brilhantes. Jeff Kinney, que escreveu Diário de um Banana, também é cartunista e ilustra o livro. Se gostou dessas informações conheça os outros da série, que são Um Romance em Quadrinhos, A Gota d’Água, Rodrick É o Cara e Faça Você Mesmo, com perguntas e respostas.

Recomendo 100% este livro, que mostra para todas as crianças que os meninos não são totalmente diferentes das meninas. Algum dia ou alguma hora vamos perceber que essa lição é real. O livro é fácil de ler, é divertido e tem muitas piadas. Greg pode ser meio besteirento, mas ele é o personagem de livro que mais agrada a mim e aos meus colegas de sala.

Texto escrito por Hannah Brito Inagaki (foto), 9 anos.

CDJunk of the HeartThe Kooks. EMI. Preço médio: R$ 24,90. Rock

Pertencente ao "neo-britpop" de grupos como Arctic Monkeys e The Fratellis, o The Kooks é uma daquelas bandas gostosas de se ouvir. E isso desde o álbum de estreia, Inside In/Inside Out, lançado em 2006 (que continha a fofíssima "Naïve", composta pelo guitarrista e vocalista Luke Pritchard quando ele tinha 16 anos). Passados cinco anos (e 2 milhões de discos vendidos), o quarteto de Brighton se mantém fiel ao seu estilo – ao mesmo tempo em que absorve novas influências – no terceiro disco, Junk of the Heart, lançado pela EMI. Se abre mão do suingue irresistível de "Naïve", por outro lado "Junk of the Heart" traz ecos de Belle and Sebastian, Beck, algumas pitadas de sintetizadores à la The Killers e – claro – Beatles.

Preste atenção: na fofura da faixa de abertura, homônima ao disco, ensolarada como as melhores do Belle and Sebastian; nas baladas grudentas como "Is It Me" e "Rosie" – esta última terminando numa tecladeira digna de Brandon Flowers, do The Killers; e em "Eskimo Kiss" e "Mr. Nice Guy" – puro DNA beatle. (LP)

Livro 1ImitabichosSerguéi Tretiakóv, com fotografias de Aleksandr Ródtchenko. Tradução de Rubens Figueiredo. Cosac Naify, 48 págs. Preço médio: R$ 49. Poesia infantil.

Concebida originalmente em 1926, nos primeiros anos da experiência soviética, e jamais publicada na Rússia, Imitabichos é uma ousada produção do dramaturgo e poeta Serguéi Tretiakóv em parceria com o designer, fotógrafo e artista plástico Aleksandr Ródtchenko. Dentro da estética construtivista que vigorou na União Soviética, Tretiakóv compôs poemas-esquetes infantis sobre diversos animais, que ressaltam suas características e sugerem brincadeiras nas quais as crianças podem imitá-los com objetos facilmente encontrados em casa. Um elefante, por exemplo, pode ser feito com duas crianças cobertas por um manto, usando dois palitos como presas e uma perna de calça como tromba; uma foca pode ser imitada enrolando-se num tapete, e assim por diante.

Por que ler? As fotografias de Ródtchenko, que utilizam formas de papel recortado em filmes sobrepostos, compõem um interessante jogo de imagens e movimento incrivelmente moderno para a época. A edição, bilíngue e em formato grande, também favorece o material. No geral, as poesias de Imitabichos são simpáticas e sonoras, bem ao gosto das crianças. (YA)

DVDA InformanteAlemanha/Canadá, 2010. Direção de Larysa Kondracki. Imagem Filmes. Classificação indicativa: 14 anos. Suspense.

Desde que venceu o Oscar de melhor atriz coadjuvante, pelo drama político O Jardineiro Fiel (2005), do brasileiro Fernando Meirelles, a atriz inglesa Rachel Weisz virou sinônimo de mulher forte e combativa. É esse seu papel no ótimo épico histórico Alexandria (2009), do chileno Alejandro Amenábar, e neste perturbador A Informante, da diretora estreante canadense Larysa Kondracki. No thriller, baseado em fatos reais, Rachel é Kathryn Bolkovac, uma policial norte-americana trabalhando como pacificadora na Bósnia após a Guerra dos Balcãs. Com a missão de ajudar a reconstruir o país, ela acaba descobrindo um assustador esquema de tráfico de mulheres do Leste Europeu, que conta com a cumplicidade e, por vezes, com a participação ativa de agentes da própria ONU.

Por que assistir? Baseado nas memórias de Kathryn Bolkovac, hoje radicada na Holanda, que de fato trabalhou em Sarajevo durante o ano de 1999, o filme é eficiente tanto como denúncia quanto como drama de suspense, e revela uma jovem cineasta promissora. Também merece atenção o ótimo elenco, que inclui, além de Rachel, a italiana Monica Bellucci (de Malena), Vanessa Redgrave (Julia) e David Strathairn (Boa Noite, e Boa Sorte). (PC)

Livro 2Teatro Completo – Volume 1.Oscar Wilde. Tradução de Doris Goettems. Landmark, 392 págs, Preço médio: R$ 31. Teatro.

Pela primeira vez é possível ler todas as peças de teatro escritas por Oscar Wilde em versão bilíngue, o que permite comparar não só as expressões do original com a tradução, mas também compreender bem as anotações de rodapé, que fazem parte da versão do texto de domínio público utilizada pela editora. O primeiro volume, já à venda, traz Vera, ou os Niilistas, A Duquesa de Pádua, O Leque de Lady Windermere e A Importância de Ser Constante, considerada sua obra-prima no estilo dramático. Quem quiser ler Salomé terá de esperar pelo próximo volume, que trará ainda O Marido Ideal, A Santa Cortesã, Uma Tragédia Florentina e Uma Mulher Sem Importância, completando sua obra para os palcos.

Por que ler? Toda obra é melhor lida levando-se em conta seu contexto, e, no caso da produção dramatúrgica de Oscar Wilde, o entorno é a Inglaterra vitoriana. Grandes contradições pulsavam no seio de uma sociedade de aparências e moralista – da qual o autor se ressentiu grandemente em seu exílio forçado na França, após sua prisão de dois anos decorrente de um processo por difamação. Ler o texto no original é dar um passo para mais perto da realidade em que foi escrito. (HC)

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