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CDTotal from Joy Division to New OrderJoy Division e New Order. Warner. R$ 34,90. Coletânea.

Apesar da breve trajetória e da curta discografia, o quarteto Joy Division resistiu ao passar das décadas e até hoje se destaca entre as bandas britânicas mais influentes de todos os tempos. O mesmo pode ser dito a respeito do New Order, grupo surgido após o suicídio de Ian Curtis, vocalista da primeira formação citada.

Recentemente lançada no Brasil, a coletânea inglesa Total faz um passeio cronológico pelas composições mais importantes de ambas as bandas, com prefácio do jornalista e crítico musical David Quantick. Ao todo, são 18 faixas – cinco do Joy Division e as demais do New Order.

Preste atenção: Nas primeiras cinco canções, destaca-se a inventividade do Joy Division. Entre as faixas selecionadas, está a atmosfera dark dançante de "Transmission", o romantismo cético de "Love Will Tear Us Apart", a frenética "Isolation", a gélida "Atmosphere" e a pulsante "She’s Lost Control".

Na sequência, ficam evidentes as nuances da construção da sonoridade eletrônica do New Order com o passar dos anos. Da beleza orgânica de "Ceremony", ao uso de sequenciador em "Temptation", aos poucos, a bateria eletrônica vai se tornando essencial, como nos megahits "Blue Monday", "The Perfect Kiss" e "Bizarre Love Triangle". Fechando a compilação, está a inédita "Hellbent", gravada neste ano. (JG)

DVDWater on the RoadEddie Vedder. Direção de Brendan Canty e Christoph Green. Sony Music. Preço médio: R$ 39,90.

No verão deste ano no Hemisfério Norte, o cantor e compositor norte-americano Eddie Vedder, vocalista da banda Pearl Jam, excursionou pelos Estados Unidos e Canadá com a turnê de divulgação de seu novo CD solo, Ukulele Songs, já lançado no Brasil. Water on the Roadchega às lojas dentro do mesmo pacote, mas não é o registro do show atual. O DVD foi gravado na passagem de Vedder por Washington D.C., em agosto de 2008, e é dirigido por Brendan Canty – baterista da banda Fugazi – e Christoph Green. O repertório, portanto, não se confunde com o do novo álbum, embora traga uma de suas faixas, "You’re True". O set list conta com músicas do Pearl Jam e várias das canções da trilha sonora do longa-metragem Na Natureza Selvagem (2007), do diretor e ator Sean Penn. Nos extras, o fã de Vedder vai encontrar uma pérola escondida: o cover de "Black­­bird", dos Beatles.

Não perca: Quem está acostumado com os energéticos shows do Pearl Jam, talvez vá estranhar um pouco o astral superdesproduzido do show quase todo de um homem só e acústico de Vedder. Ele cria no palco uma aura de intimidade rústica que se estende a quem está assistindo ao DVD em casa. De quebra, cenas do artista em sua cabana de surfista no Havaí e praticando paddle surf no Rio Potomac, que banha a capital dos EUA. (PC)

LivroA Página Assombrada por FantasmasAntônio Xerxenesky. Rocco, 128 págs., R$ 23,50

Nas palavras do próprio autor, o gaúcho Antônio Xerxenesky, o livro A Página Assombrada por Fantasmas é uma carta irônica de amor à literatura. O universo dos livros é tema dos nove contos que compõem a obra, desde os clichês e excentricidades dos escritores – reais ou fictícios – até a relação dos leitores com eles, que passa pela obsessão, pela paranoia e até pelo terror. O jovem autor, nascido em 1984, já tem um romance publicado, o faroeste de zumbis Areia nos Dentes.

Por que ler? Xerxenesky tem um estilo instigante. Sua narrativa é surpreendente e brinca com o tempo, com o absurdo e com conflitos entre realidade e ficção. As referências à cultura pop e o olhar atento a temas contemporâneos trazem novidade à obra sem perder solidez. Uma de suas marcas, o humor é perspicaz e, em vários momentos, corajoso. Embora se trate de uma leitura rápida e o conjunto dos contos seja coeso, inspira um labirinto de reflexões sobre a literatura que ganham originalidade sob as narrativas do autor – por exemplo, ao fazer o personagem de um romance brotar na vida real de um leitor, sem que o escritor tivesse qualquer controle sobre isso. A literatura é mais protagonista do que apenas um tema. (RC)

CDIf Not Now, When?Incubus. Epic/Immortal. Preço médio: R$ 29,90.

O sétimo álbum de estúdio da banda californiana Incubus está mais longe do que nunca do estilo enérgico e swingado que lançou o quinteto em 1995 com o álbum Fungus Amongus. Em If Not Now, When?, o grupo liderado pelo vocalista Brandon Boyd reúne canções compostas durante o longo hiato criativo de mais de 5 anos que se seguiu após o disco Light Granades – período que o líder do grupo aproveitou para lançar seu primeiro álbum-solo, o inspirado no folk The Wild Trapeze. As canções atuais são leves, tocantes e exploram ao máximo a expressão vocal de Boyd. O disco foi produzido por Brendan O’Brien, que já trabalhou com artistas como Neil Young, Bob Dylan e Pearl Jam.

Por que ouvir: o novo Incubus coloca peso em timbres marcantes e melodias mais facilmente assimiláveis. Isso, somado à forma peculiar do quinteto de lidar com a música, resulta em uma espécie diferente de pop que, ao mesmo tempo em que não larga suas raízes no rock, estica os braços em direção a uma transcendência de gêneros. Tal característica do disco é visível na faixa "Adolescents" e na canção-título, que abre o CD. (YA)

LivroLiberdade versus Igualdade – O Mundo em Desordem.Vol. 1. 1914-1945. Demétrio Magnoli e Elaine Senise Barbosa. História. Editora Record. 433 págs. R$ 46.

O trabalho do sociólogo Demétrio Magnoli e da historiadora Elaine Senise Barbosa registra e analisa a primeira metade do século 20, mais precisamente o período que vai do início da Primeira Grande Guerra (1914) ao fim da Segunda Guerra Mundial (1945). A abordagem segue pelo viés da análise sociológica e política. Como sugere a primeira parte do título (Liberdade versus Igualdade), os autores argumentam que as forças políticas que agiram nesse período incorporaram conceitos que giravam em torno de uma ideia-mestra como valor fundamental, fosse ela a liberdade ou a igualdade. Na maior parte do tempo e dos projetos que se implantaram, uma era prioridade e a outra era sacrificada. Ou seja, o desequilíbrio era constante, daí os conflitos.

Por que ler? Mais do que relatar fatos, Elaine e Magnoli expõem as crenças e motivações que estavam por trás dos movimentos sociais e políticos naquele período conturbado, que eles chamam de "uma incomensurável pilha de detritos". Ou seja, eles fazem uma história das ideias. (MS)

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