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Livro A máquina de fazer espanhóis

Valter Hugo Mãe. Cosac Naify. 256 págs. R$ 39. Romance.

O escritor português frisson do momento, aclamado por José Saramago como um "tsunami linguístico, semântico e sintático", foi oficialmente apresentado aos brasileiros na semana passada, durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). valter hugo mãe (que só usa minúsculas) foi responsável por uma das falas mais aplaudidas do evento, onde apresentou seu a máquina de fazer espanhóis, lançado no começo de 2010 em Portugal.

O livro conta a história de antónio jorge da silva, barbeiro de 84 anos que perde a mulher, Laura, e é colocado em um lar de idosos pela filha. A trama se passa quase toda dentro do asilo, passeando pelos dramas de diversos internos, mas não sem humor.

O tempo todo, silva carrega o pesado fardo da saudade, da inconformação com a morte da esposa, que amou até o fim, e a sua própria, iminente. Os "espanhóis" do título surgem na figura de um imigrante que chega ao lar e na alusão à sensação de inferioridade dos portugueses diante do sucesso dos vizinhos. A memória da ditadura salazarista também aparece, como uma me­­táfora da impotência.

Por que ler? Se tudo isso não for suficiente, resta dizer que a edição da Cosac Naify traz capa ilustrada pelo escritor e quadrinista Lourenço Mutarelli, que também escreve a orelha do livro. (HC)

Exposição

Maureen Bissiliat – FotografiasMuseu Oscar Niemeyer (R. Mal. Hermes, 999).

Em cartaz até o final deste mês no Museu Oscar Niemeyer (MON), a exposição faz uma retrospectiva da carreira da fotógrafa, com 250 imagens, além da projeção do documentário Xingu Terra, dirigido por ela na década de 1980, quando se dedicou a estudar e a fotografar a região do Xingu. A mostra apresenta ensaios famosos de Maureen, como as equivalências fotográficas sobre os universos literários de Guimarães Rosa, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna e Euclides da Cunha.

» Confira o serviço completo da exposição

Além das referências na literatura, a exposição sintetiza situações vividas nos 50 anos de carreira da fotógrafa, com imagens de viagens ao Japão, África e Bolívia.

Maureen nasceu na Inglaterra em 1931, estudou pintura em Paris e Nova York e chegou ao Brasil em 1957. Trabalhou na Editora Abril por quase dez anos, colaborando para diversas publicações, entre elas, a lendária revista Realidade. Na mostra, o visitante pode ver imagens consideradas marcantes no fotojornalismo brasileiro, como o ensaio "Carangue­jeiras". Além das imagens, a mostra expõe diversos livros publicados pela artista e materiais do acervo pessoal, como matérias jornalísticas.

Por que visitar? Pelo cuidado com a montagem e pela grandiosidade das imagens, todas em plotagem. Maureen passou uma semana no MON junto com os montadores para adequar todos os espaços. Também há fotos fantásticas, como a do sambista Cartola em sua casa. Tanto em cor quanto em preto e branco, é possível observar que a fotógrafa trabalha a luz natural dos ambientes com maestria e competência raramente vistas. (IR)

DVD

Quero Ser John Malkovich

EUA, 1999. Direção de Spike Jonze. Universal. Classificação indicativa: 18 anos. Comédia.

A Universal relança em DVD o clássico longa-metragem de Spike Jonze, Quero Ser John Mal­­kovich. O filme, que tem roteiro assinado por Charlie Kaufman (Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças, Adaptação e Siné­doque, Nova York), conta a história de Craig Schwartz (interpretado por John Cusack) que descobre, no andar da firma em que trabalha como arquivista, um portal que o leva diretamente para a mente do ator John Malkovich. Na pele do ator, vê o que seus olhos veem e consegue controlar parte de seus movimentos, até que a experiência acaba e ele então é arremessado à beira de uma autoestrada. Compar­tilhando de seu segredo com sua pretendente Maxine (Catherine Keener), os dois passam a alugar a experiência de ser o ator para outras pessoas.

Por que ver? A fantasia escrita por Kaufman é daquelas que convida o espectador a ser transportado para esse mundo, e chega a soar como um sonho de criança, tamanho o absurdo do tema. O ator John Malkovich, que interpreta uma versão fictícia de si mesmo, parece muito à vontade com o papel central da trama – posição que havia experimentado poucas vezes até então no grande cinema. (YA)

Site 1Serrote

www.revistaserrote.com.br

A revista de cultura Serrote, produzida pelo Instituto Moreira Salles, lançou seu site. Nem todo o conteúdo da edição impressa, que é quadrimestral, foi postado. O site funciona como uma espécie de degustação. Nele é possível encontrar alguns dos bons textos que caracterizam a revista. Está lá um texto em que o editor Paulo Ro­­berto Pires comenta o último filme de Woody Allen ("A cada ano, tenho certeza que prefiro um Woody Allen igual (e, claro, ruim) a um David Lynch diferente (e, óbvio, genial)"). Há também vídeos com debates produzidos pela revista a partir de temas propostos a convidados. Por exemplo, Guilherme Wisnik e Pedro Fiori Arantes discutem a obra de Oscar Niemeyer, e Beatriz Resende e Alcir Pécora falam da literatura brasileira contemporânea.

Por que ler? A Serrote tem funcionado como um espaço para o debate sobre a vida cultural brasileira. Ainda que o site seja muito modesto em relação ao material impresso, mantém o bom nível que o Instituto Moreita Salles se empenha em dar à sua publicação.(MS)

Site 2Música de Graça

www.musicadegraca.com.br

Mais um site adota o modelo de downloads gratuitos para promover novos artistas. Similar ao Música de Bolso (http://musicadebolso.com.br), o site em formato de podcast Música de Graça oferece, gratuitamente, músicas inéditas exclusivas de novos artistas de São Paulo em episódios mensais com vídeos de entrevistas, textos, fotos e letras de músicas, além dos links para baixá-las. As composições são disponibilizadas com a licença flexível da organização sem fins lucrativos Creative Commons. As gravações e entrevistas são comandadas pela musicista e fotógrafa Dani Gurgel.

Preste atenção: em mais uma ideia interessante para divulgar o trabalho de artistas emergentes, que serve como uma fonte de recomendações de novas músicas. Mesmo com orçamento limitado – o projeto conta com o apoio de um programa do Governo de São Paulo apenas para o primeiro ano de funcionamento –, as gravações são bem feitas e os três episódios têm materiais interessantes. (RC)

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