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CD

The Element of Freedom (foto 1)

Alicia Keys. Sony BMG. Preço médio: R$ 19,90. R&B.

Com seu quarto álbum de es­­túdio, a nova-iorquina Ali­­cia Keys reafirma: é uma das ar­­tistas mais completas da cena R&B contemporânea. Sem fazer grandes concessões ao mercado, a cantora e compositora, hoje entre as maiores vendedoras de discos nos EUA, sempre recorre ao soul clás­­sico, aquele produzido nos estúdios da Atlantic Re­­cords e da Motown, mas sem jamais deixar de lado sua mar­­ca bem pessoal.

Neste novo álbum, o primeiro destaque é a faixa ‘’Try Sleeping with a Broken Heart’’, que ironicamente vai beber de outra fonte: lembra muito o híbrido pop-rock-soul do grande Prince, nos melhores tempos do álbum 1999, no qual riffs de guitarra, bateria e sintetizadores se entrelaçam. Outra ótima faixa é a alto-astral ‘’Wait ‘Til You See My Smile’’, que também investe numa base melódica eletrônica, com forte levada anos 80. ‘’Love Is My Disease’’, por sua vez, parece uma espécie de continuidade de ‘’No One’’, grande hit da cantora em 2007. Para fechar o disco, ‘’Put It in a Love Song’’ marca o encontro de Alicia com a voluptuosa superstar Beyoncé, com quem não tem tanto assim em comum. A mú­­sica, no entanto, é boa. (PC)

DVD 1

O Beijo da Mulher Aranha (foto 2)

Brasil/EUA, 1985. Direção de Hector Babenco. Europa Filmes. Classificação indicativa: 18 anos. Apenas para locação. Drama.

Baseado no best seller do escritor argentino Manuel Puig (1932-1990), O Beijo da Mulher Aranha não é apenas um marco do cinema brasileiro. Foi um dos primeiros filmes independentes, realizados fora dos grandes estúdios, a obter reconhecimento da Academia de Artes e Ciências Cinema­­to­­gráficas de Hollywood e a concorrer ao Oscar de melhor filme e ter indicações em três outras categorias principais: direção (Hector Babenco), roteiro adaptado e ator (William Hurt, que acabou levando a estatueta para casa).

Hurt, emd esempenho antológico, vive o fascinante Molina, preso gay de meia-idade que, numa penitenciária latino-americana, conta em detalhes por vezes exagerados as tramas de filmes B ao prisioneiro Va­­lentin (Raul Julia), seu companheiro de cela. As protagonistas dessas histórias, na cabeça do "subversivo" que as ouve atentamente, ganham todas o rosto e o corpo de Sônia Braga, que emigrou para os Estados Unidos com o sucesso mundial de O Beijo....

Rodado em São Paulo com vários outros brasileiros no elenco, como Milton Gonçalves, Nuno Leal Maia e Denise Du­­mont, o filme tem como grandes trunfos a inventiva direção de Babenco, o bom roteiro de Leonard Schrader e as ótimas atuações de Hurt, Julia e Sônia.(PC)

DVD 2

Anticristo (foto 3)

Dinamarca, 2009. Direção de Lars Von Trier. Classificação indicativa: 18 anos. Apenas para locação. Terror.

A morte por acidente do filho, que cai da janela enquanto a mãe tem um orgasmo, desencadeia um inferno do luto à loucura, neste filme de Lars Von Trier (Dogville, Dançando no Escuro) lançado no festival de Cannes já sob as mais extremas reações de ódio – e seu contrário.

A obra nasceu de um período de depressão profunda, declarada, do cineasta, e carrega consigo uma irremediável tendência à polêmica. Tanto pela explicitude das cenas de sexo e de violência, quanto pelo teor religioso e as implicações da relação entre o homem e a mulher.

A personagem de Charlotte Gainsburg é convencida pelo marido, um psicólogo interpretado por Willem Defoe (ambos se entregam com coragem a seus papéis), a acompanhá-lo até a floresta onde estivera poucos meses antes na companhia do filho, para passar por um processo de terapia atípico, conduzida por ele.

O retorno do casal ao Éden (simbologia assumida, como as outras que permeiam o filme) potencializa o pesadelo: a natureza lhes é hostil, caótica, ameaçadora. Para a mulher, significa um enfrentamento com a tradição cristã da culpa primordial, a mesma retomada ao longo da história em diferentes modos de condenação ao prazer sexual feminino. Von Trier desenvolve o tema em queda vertiginosa, menos assustadora (para quem busca o susto próprio do gênero do terror) do que capaz de provocar mal-estar, talvez reflexão. Anticristo não é um filme do qual se saia ileso. (LR)

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